capítulo 5.

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(Não revisado!)

"Conceito de esperança; A esperança é o estado em que se crê que aquilo que se deseja ou pretende é possível. Seja a partir de um fundamento lógico ou com base na fé, quem tem esperança considera que pode conseguir algo ou alcançar um determinado fim."

— Você precisa sair daqui, Miranda. Precisa respirar um pouco, não foi para casa desde que chegou a esse hospital. Vamos aproveitar que a neve está se dissipando, será mais seguro e tranquilo! — Nigel disse carinhosamente.

— Não posso sair daqui, Nigel... e se ela acordar?

— Eles ligarão imediatamente, você sabe disso.

Já se passavam três dias desde a operação de Andrea, as horas e os segundos corriam lentamente. As expectativas aumentavam a cada respirar, o medo crescia conforme o cair da noite. O grande relógio ao lado da imagem católica era o aviso de que o tempo, a vida estava passando. Miranda ia religiosamente conversar com sua esposa, contar coisas sobre o amor e tudo que movimentava a mente brilhante de sua menina. Às vezes cantava uma das músicas favoritas da jovem, que permanecia estática. No hospital se ouvia apenas os barulhos de telefones, as sirenes, o eco dos sapatos que corriam apressadamente e eram o aviso de que estavam correndo contra um tempo que nunca retrocede, nunca se retrai. Era um anúncio de que mortais estavam, mais uma vez, enfrentando a morte ao tentar salvar o amor de alguém. Às vezes eram passos apressados para trazer mais uma vida ao mundo. Três dias nunca se tornou algo tão longo como agora, a eternidade nunca se diminuiu tanto, mas ela esperaria o tempo que fosse preciso.

— Mas ela-

— Vamos até a mansão, pegamos algumas roupas e você volta de imediato. Que tal? Precisa sair daqui, precisa descansar seus olhos dessas paredes, estou preocupado com você.

Miranda ponderou a proposta e sentiu que, realmente, deveria respirar um pouco, ver o que a vida poderia lhe trazer de conforto lá fora. Ir para casa poderia ser uma ótima ideia, já que seus pensamentos estavam lhe deprimindo. O cheiro, as paredes brancas, as lágrimas, as roupas hospitalares que via com frequência já estavam tirando o seu sono. Precisava de algum lugar que a acolhesse e a abraçasse. A sua casa era esse lugar, mesmo que Andrea não estivesse lá fisicamente.

Mas ela estaria, a qualquer momento elas entrariam juntas por aquelas portas.

— Emily?

— Sim, Miranda? — A jovem desprendeu sua atenção dos e-mails que estava checando.

— Preciso buscar algumas roupas, incluindo as de Andrea e tudo que ela possa precisar futuramente, bipe o Roy e diga para que ele faça o mesmo esquema de sempre. Não hesite em me ligar caso aconteça alguma coisa, por menor que seja, está me ouvindo? Me ligue imediatamente e eu virei.

— Sem problemas, Miranda.

— E fale sobre a minha saída com Meredith. Diga que estou disponível para ligações e mensagens. Venha, Nigel, me ajude a retocar a minha maquiagem!

O diretor de artes sorriu em confirmação, estava feliz que Miranda havia aceitado a sua proposta.

A jovem foi para fora do quarto e parou no meio do caminho ao perceber, pela primeira vez, a grande janela que iluminava o local e que revelava uma paisagem bela em sua maneira. Seus olhos sorriram ao ver uma borboleta que acabara de fazer um lindo pouso. Essa era mais uma manhã chuvosa e isso a fez lembrar de Andrea, que amava pintar em dias chuvosos e nublados, que a sua amiga amava fotografar dias cinzentos. Também lembrou do tempo em que sua amiga se julgava jovem demais para se preocupar. Ela era um raio de sol inquieto, com pinceladas de confusão, tristeza e ansiedade.

por toda minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora