capítulo 1.

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(Não revisado!)

O dia estava nublado, silencioso, frio. E estar com Andrea era tudo o que Miranda mais desejava. Sua mente viajou rapidamente para casa, onde sua esposa deveria estar suja de tinta ou estudando fotografia. Não se importava em ser a modelo pessoal do seu amor, de enrolar o tempo deitadas na cama, sempre criando mundos próprios em seus olhares e abandonando o mundo lá fora, por isso queria estar ao lado dela, pela simplicidade que só a sua esposa poderia dar ao seu coração. Havia algo em seu peito que não a deixava em paz, era uma mistura de saudade e uma vontade louca de voltar para o seu lar. O desejo de Miranda era vestir algumas camisas de sua esposa e ignorar qualquer roupa luxuosa em seu closet. Às vezes preferia as vestimentas de Andrea, que eram estampadas por bandas e alguns desenhos que julgava duvidosos, mas jamais admitiria. Era uma guerra deliciosa que amava travar com a mulher de seus sonhos.

A linda mulher, que amava chamar de esposa, tinha uma alma especial e apaixonante, a acorrentou de maneira única. Ela estava longe de ser o que era a Runway e toda aquela loucura feita de interesses. Miranda teve de conquistá-la e foi a melhor coisa que poderia ter feito. Precisou ser paciente, romântica e aproveitar os detalhes, de viver com intensidade os pequenos segundos da vida, de oferecer flertes incansáveis e ligações rápidas no dia seguinte. Algo que nunca recebeu e nunca pôde oferecer a qualquer pessoa. Seu mundo era cercado de espinhos, espíritos amargos e, por isso, jamais conseguiu amar plenamente. Até conhecer Andrea Sachs.

A garota por quem se apaixonou era apaixonada pelo simples e belo, uma noite em um jantar caríssimo não a surpreendia, a companhia e o interesse em sua alma, sim. E foi o que Miranda teve de aprender. Não foi fácil lidar com os próprios sentimentos, já que era uma caixinha bagunçada, cheia de consertos e alguns remendos feitos à mão. Foi dura consigo mesma e com Andrea, que não aceitou tanta dureza e isso a acordou como nada no mundo tivesse o mesmo efeito. Decidiu ir à luta quando viu que estava apaixonada pelo sorriso e pelos belos olhos castanhos da artista mais brilhante que já conheceu, lutou quando percebeu que as suas marcas as afastaria. Viu que estava apaixonada depois de todas as conversas amigáveis que se tornaram num amor palpável e impossível de ser ignorado, a vida estava lhe dando uma única chance e perdê-la não era uma opção.

Ela nunca esqueceria do dia em que se "precipitou" e pediu a mão de sua doce menina. Andrea tinha esse efeito, Miranda queria viver o presente e o ansiava loucamente. Estavam juntas há um ano, caminhando para o segundo ano de namoro e cheias de planos conjuntos e pessoais. Se recorda como se fosse hoje, ou ontem, estavam deitadas na cama, nuas e envoltas numa bolha impenetrável. Era tanto amor que doía o peito e a alma, estar tão vulnerável a algo ou a alguém rasgava o espírito. Era assustador e renovador ao mesmo tempo. É como entregar o seu bem mais valioso na esperança de que o mesmo permaneça sem arranhões, rasuras ou marcas. E a maior marca que Andrea fez em sua alma foi o amor puro e leal, o sorriso que a movimentava em dias que mal conseguia respirar e seguir em frente.

— Eu te amo, Andrea! — Sussurrou Miranda, como se fosse apenas um segredo entre elas e o universo.

— Eu amo você. Como eu te amo, meu amor!

A doce artista sorria abertamente, um sorriso tão forte e cativante. Suas delicadas mãos acariciavam os cabelos curtos de Miranda.

— Me sinto tão completa ao seu lado, mas tão completa, que posso pedi-la em casamento agora mesmo.

Miranda distribuía beijos por todo rosto de Andrea, seu nariz acariciava o rosto da jovem, trazendo uma sensação de embriaguez para ambas.

— Oh! Isso é um pedido?

Aqueles doces e lindos olhos castanhos a devoravam, como se aquilo fosse um sonho constante.

— Você aceita se casar comigo, Andrea Sachs?

por toda minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora