A Queda de Saruman

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Quando chegamos a Isengard, demos de cara com um campo de vitória.

Tínhamos atravessado a floresta de Fangorn para chegar até a antiga fortaleza de Saruman. Orthanc, uma torre alta e estreita se erguia no centro da planície. Em volta, haviam vários túneis cavados, onde antes Saruman criava seu exército e seus equipamentos. Os últimos metros da floresta estavam completamente desmatados, e logo ficou claro que os orcs eram os responsáveis.

Mas agora, tudo estava completamente alagado. Os Ents tinham se revoltado contra Saruman ao ver que sua floresta estava sendo destruída, e ordenaram um ataque à Isengard, tendo sucesso absoluto. Não havia mais nenhum orc vivo, e eles também tinham liberado a represa que havia nas montanhas, causando um estrago enorme.

E que criaturas magníficas eram os Ents! Árvores, mas que andavam sobre duas pernas, e podiam falar. Eles pareciam não ter tido quase nenhuma perda no ataque, o que mostrava o tamanho de sua força.

Avistamos duas figuras ao longe, sentadas entre as pedras e rindo. Um sorriso me veio ao rosto enquanto nos aproximávamos de Merry e Pippin. Ambos estavam ilesos, e pareciam mais do que bem, com cachimbos e canecas de bebida.

Pippin ergueu seu cachimbo em um gesto de boas vindas ao nos ver, e Merry se levantou com um grande sorriso.

- Bem vindos meus senhores, à Isengard! - ele anunciou, orgulhoso.

- Seus pestinhas! - Gimli exclamou, mesmo que não houvesse verdadeira raiva em sua voz - Nos levaram à uma caçada revigorante, e agora os encontramos comendo e fumando!

- Estamos sentados em um campo de vitória - Pippin respondeu - Aproveitando alguns confortos bem merecidos! O porco salgado está especialmente bom! - ele acrescentou, sorrindo.

- Hobbits! - Gandalf resmungou, mas eu podia ver o divertimento através da máscara do mago.

- Estamos sob as ordens do barbárvore, que está administrando Isengard - Merry acrescentou.

Barbárvore, como eu descobri alguns minutos depois, era um Ent, que tinha acompanhado Merry e Pippin durante sua pequena empreitada. Gandalf parecia já conhecê-lo, o que se confirmou quando Barbárvore o cumprimentou.

 - Ah, jovem mestre Gandalf! Que bom que veio. A água, comida e pedra eu posso controlar, mas há um mago para controlar aqui, preso em sua torre.

- Saruman - eu disse, observando a torre que se erguia atrás de Barbárvore. - Então que ele se mostre.

Então Saruman tinha sobrevivido, refugiado em sua torre como um covarde. Meu coração queimava de ódio pelo mago. Ele era responsável por muitas mortes, e agora finalmente eu poderia vê-lo pagar. Eu não podia negar que desejava matá-lo. Mas repeti para mim mesma, que deveria deixar Gandalf cuidar daquilo. 

- Cuidado - Gandalf alertou - Mesmo derrotado, Saruman é perigoso. 

- Vamos cortar-lhe a cabeça e acabar logo com isso - Gimli resmungou.

- Não - O mago respondeu - Precisamos dele vivo. Precisamos que ele fale.

Naquele momento, um movimento me chamou a atenção no alto da torre. Ergui meu olhar para ver um vulto branco se aproximando da beirada. Sua voz penetrante era facilmente reconhecível para mim.

- Lutou muitas guerras e matou muitos homens, Théoden rei. E fez as pazes depois - Saruman disse - Não podemos conversar como já o fizemos, meu velho amigo? Não podemos fazer as pazes, você e eu?

- Teremos a paz - Théoden respondeu, e sua voz não demonstrava perdão - Teremos a paz, quando for punido pela destruição do folde ocidental! E das crianças que estão mortas ali! Teremos paz, quando a vida dos soldados cujos corpos foram mutilados mesmo depois de mortos nos portões do forte da trombeta forem vingados! Quando estiver pendurado na forca, para a felicidade de seus próprios corvos! Teremos paz!

O Retorno do Anel #3Onde histórias criam vida. Descubra agora