Apenas Nós

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Edoras estava exatamente do jeito em que a tínhamos deixado. A viagem de volta foi rápida e animada, pois todos os homens estavam ansiosos por comemorar. Aquela seria uma noite de vitória.

Théoden estava à frente de seus homens na sala do trono. Eowyn lhe entregou uma taça, e o rei a ergueu, enquanto todos nos levantávamos.

- Nesta noite, nos lembraremos daqueles que deram seu sangue para defender este país. Salve os mortos vitoriosos!

- Salve! - todos repetiram em uníssono, bebendo de seus copos.

Eles agora bebem pelos mortos. Mas essa noite, beberão para comemorar o fato de estarem vivos.

...

O lugar estava completamente impregnado pelo calor das lareiras e o cheiro das bebidas. Mas isso não me incomodava nem um pouco, pois eu podia sentir o clima festivo, a felicidade daqueles que tinham voltado para casa e servido ao seu país com honra.

Eu estava encostada em uma pilastra, e diante de mim, acontecia a cena mais incrível que eu já tinha visto.

- Sem parar, e sem derrubar - Éomer anunciou as regras, enquanto oferecia um copo de cerveja para Gimli, e um para Legolas.

- E sem vomitar! - Gimli acrescentou, com uma gargalhada. Os homens riam à nossa volta, enquanto assistiam.

- Então, é um jogo de bebida? - Legolas perguntou, calmamente.

- O último a desmaiar ganha! - Gimli anunciou, me fazendo revirar os olhos.

- Péssima ideia - eu disse, com um sorriso.

- Por que? - Legolas perguntou, ainda com o copo em mãos.

- Porque depois eu é que vou ter que arrastar dois bêbados inconscientes para suas respectivas camas - eu disse, como se fosse óbvio.

- Dois, não! - Gimli disse, parecendo ofendido - Nós anões somos imbatíveis em jogos de bebida! O elfo vai estar estirado no chão antes mesmo de chegar ao terceiro copo! - o anão riu, sendo acompanhado pelos homens a sua volta.

Legolas pareceu ofendido pela ideia.

- Muito bem. - eu disse, com um sorriso - Vá em frente.

Gimli não esperou nem por um segundo, antes de começar a virar seu copo de uma só vez. Legolas lançou um último olhar em dúvida para mim, e eu o encorajei com o olhar. Não seria eu a acabar com a brincadeira, e sinceramente, ele merecia relaxar um pouco.

E, o melhor de tudo. Eu poderia esfregar na cara dos dois quando acordassem de ressaca no dia seguinte, e dizer que eu tinha avisado.

Legolas começou a beber também, acompanhando Gimli facilmente. Sempre que as canecas se esvaziavam, outras eram oferecidas à eles, formando uma pilha respeitosa na frente de cada um. Os homens os encorajavam com gritos, os quais Gimli apreciava imensamente.

A pilha apenas crescia, fazendo com que até mesmo eu começasse a me preocupar. Gimli arrotou audivelmente, arrancando ainda mais gritos dos homens. Foi quando Legolas finalmente se pronunciou.

- Eu sinto algo - ele disse. Éomer levantou as sobrancelhas - Um formigamento nos dedos. Acho que está me afetando.

Eu reprimi a vontade de rir. Depois de tudo aquilo, Legolas não parecia se sentir nem um pouco tonto, enquanto Gimli parecia completamente alegre, e falava desconexamente. O anão riu.

- Ah, eu te avisei Aerin! Ele não aguenta beber...

Gimli não conseguiu completar a frase. Pois naquele momento, ele desabou no chão com um estrondo.

O Retorno do Anel #3Onde histórias criam vida. Descubra agora