deux moi dix-sept

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"não consigo ser essa pessoa razoável que esquece o nome do outro já no dia seguinte, ou mesmo nem pergunta qual gosto tem viver se entregando às mais variadas formas de amor.
não posso ser essa pessoa que esquece a cica-triz, o gosto do beijo, a fala ácida e os centímetros da mão quando ela circula no rosto uma vontade de permanecer.
não quero ser como você.
que veio na minha casa,
me viu nu,
transformou meus medos em paráfrases
sobre resistir.
e mesmo assim -tendo compartilhado o peso da intimidade - foi capaz de esquecer ou tornar a experiência uma ode à lembrança mais
honesta
sobre nós."
-TCD

February, 26 of 2017

Era dia 26 de fevereiro, Arthur quis ir em um restaurante, era o mesmo que íamos quase sempre. Ele estava meio estranho.

Estava um clima estranho, eu estava com um nó na garganta, Arthur estava inquieto na minha frente, ele brincava com o resto da sua comida em seu prato.

Ele suspira na minha frente, e meche no cabelo desconfortável. – Eu preciso te falar algo, – ele finalmente começa. – Eu só quero que você saiba que nunca em toda minha vida eu achei que ia querer isso, eu te amo muito, mas eu não consigo.

Eu olhei para ele já sabendo o que ele falaria, eu não queria que ele falasse o que tanto queria, eu deveria prever né, era claro que ele estaria terminando comigo. Meu rosto já estava molhado pelas lágrimas, a cara dele era de dor.

– Você não fez nada de errado Jolie, eu só acho que temos que viver nossas vidas longe um do outro, temos que viver novas experiências, novos ares, eu sinto muito.

Ele levanta da cadeira na minha frente, deixa uma nota de 50€ na mesa, me deixa um beijo na bochecha e simplesmente sai do restaurante.

Eu estava em completo choque, mal conseguia raciocinar o que aconteceu, eu sentia meu rosto molhado pelas lágrimas, eu não conseguia acreditar que iria acabar assim.

A única vez que beijei uma pessoa no ano novo porque falam que isso faz a pessoa passar o ano com você, a pessoa termina comigo.

Eu mando uma mensagem para minha mãe vir me buscar, ela logo respondeu que viria, eu sai do restaurante para esperar na porta.

Logo eu vejo a mercedes da minha mãe se aproximando, ela arregala os olhos quando me vê entrando no carro, ela deve saber o que aconteceu.

– Jolie... – A voz dela falha me olhando me encolher no banco do carro, não queria falar sobre aquilo. – Ah meu amor, eu sinto muito ok? – Ela limpa minha bochecha rapidamente, ao invés dela fazer o caminho para casa ela para na frente de um mercado. – Eu vou comprar sorvete, você precisa.

Eu estava devastado a três semanas, minha mãe tentava me ajudar de alguma forma, mas as experiências dela como namoros foram terríveis.

Eu não ia a escola a um tempo, mamãe conseguiu um atestado para mim. De qualquer forma, eu não estava bem.

Quando eu pensei com oito anos que precisa de Arthur tanto quanto precisava de ar para respirar não era mentira.

Eu me envolvi tanto em nossa amizade e em nosso namoro que a única pessoa que eu tinha ao meu redor era apenas ele, é a primeira vez em anos que fico mais de 5 dias sem vê-lo.

Eu estava agindo como se fosse viciada em alguma droga e agora tivesse que ficar sem, mas agora não é como se eu pudesse sair de casa e comprar mais e ajudar meu vício.

Eu estava tentando comer alguma coisa, estava na cozinha, mamãe teve que ir visitar meu avô na Itália, não liguei muito para o motivo.

A campainha toca, uma das mulheres que trabalha na casa abre a porta e vem em minha direção seguida de Charles.

Forever & Always | Arthur Leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora