Survivor's Guilt (wenclair)

Capítulo Cinco

Bom dia, pessoal!
Ontem os capítulos não saíram, eu tive um imprevisto e não consegui postar!
De qualquer modo, aqui estão eles pra vocês :)
Não se esqueçam de votar e comentar!
Obrigada por ler <3

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Assim que abriu os olhos, viu uma claridade maior que o normal atingir seu rosto e, por instinto, tentou se cobrir com os lençóis, apenas para perceber que não estava em sua cama.
Olhou em volta confusa, mas logo se tranquilizou ao ver os papéis na mesa de centro. Outra vez, havia dormido procurando por respostas.

- Nada ainda? - Tyler surgiu pela porta da cozinha, com duas xícaras de café na mão, estendendo uma logo em seguida para a morena - acho que um café pode ajudar.

- Nada - suspirou frustrada, pegando o recipiente com o líquido - obrigada.

- O que você tem até agora? - se sentou calmamente ao lado dela, no chão - digo, o que conseguiu ao longo desses anos?

- Quase nada - suspirou de novo - o que eu tenho até agora é uma narração incompleta do que aconteceu na ala leste, que foi a primeira a ser atacada e algumas fotos e depoimentos que dizem e mostram as mesmas coisas.

- Quem era a garota loira na cafeteria? - ele proferiu as palavras com cuidado.

- Enid - apontou para uma foto na mesa, onde mostrava uma criança de cabelos claros e olhos azuis - ela é a única sobrevivente que acharam do Aspen.

- As vezes eu esqueço que você já foi de Snowmass - ele ri - já tentou conversar com ela? Isso pode ser uma pista a mais pra quem fez isso com seus pais.

- Ela me ligou mais cedo - deu um gole no café - perguntou se eu havia acampado com eles no dia, mas... eu não suporto manhãs e ela não me pegou em um momento bom. Talvez eu tenha sido um pouco grossa demais.

- O que você disse? - ele a olhava com paciência.

- Eu... disse que as perguntas dela não iria tirar eles da cova - seu tom saiu baixo, mas repleto de vergonha - foi um impulso e quando eu percebi, já tinha saído. Eu não me arrependo das palavras que eu usei, me arrependo do tom que eu deixei tudo sair.

- Bom, mudando um pouco de assunto, mas nem tanto - os dois deixaram um riso nasalado escapar - semana que vem você vai visitar os túmulos?

- Não sei. A última vez que eu fui faz muito tempo - um calafrio percorreu seu corpo - não sei se devo ir.

- Tenho certeza que eles adorariam te ver - o homem a abraçou de lado, permitindo que a cabeça da morena se apoiasse em seu ombro - quer saber de uma coisa, Nes?

- Hm?

- Eles estariam orgulhosos de você. Obviamente entrariam em colapso quando descobrissem o jeito que você coopera com tudo, mas no geral, sinto que estariam orgulhosos - ele sorriu abertamente - e eu também estou orgulhoso de você. Você é meio cabeça dura e esquentadinha, mas eu fico feliz que esteja lutando contra tudo isso, do seu próprio jeito.

- Obrigada, Ty - ela abraçou ele por completo, segurando o turbilhão de emoções que bagunçava seu interior.

Em dois dias, havia conseguido bater seu recorde pessoal que chamava carinhosamente de "choradeira momentânea". E a pior semana ainda estava por vir.
Naquele breve momento, nos braços de seu amigo, ela se lembrou de quando era uma pequena garotinha e dormia nos braços de seu pai. Daria tudo para viver aquilo de novo.