Capítulo Sete

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- Wednesday? - a loira tocou a campainha pela segunda vez.

- Oi - um homem alto de cabelos cacheados abriu a porta - a Nes tá no quarto dela, pode entrar.

- Obrigada - ela sorriu envergonhada - você é?

- Eugene - ele estendeu a mão - sou irmão da Nes. Bom, irmão de consideração. Você deve ser a Enid, isso?

- Sim.

- Ela disse que você viria - ele sorriu gentilmente - é a segunda porta na direita, pode subir.

- Obrigada, Eugene.

Cuidadosamente ela observou cada canto da casa: a decoração rústica e antiga contrastava com o minimalismo e tons cinzentos e neutros.
A madeira escura dos móveis, o veludo vermelho vinho em algumas poltronas e o gramofone em cima de uma mesa rústica e desgastada, eram os pontos mais marcantes da casa. A coleção de discos de vinil na parede logo ao lado, o perfume amadeirado e marcante da estrutura, a falta de um grão de poeira em cima de tais móveis a deixou encantada com o cuidado e a escolha da decoração. Por um instante, desejou fazer parte daquele lar que parecia tão acolhedor.

- Addams? - ela bateu na porta do quarto, que logo foi aberta por uma morena de semblante cansado.

- Entra - seu tom era gentil. Depois de ver a mulher se acomodar em sua cadeira, ela fecha a porta e se senta na beira da cama.

- Parece que passou a noite em claro - ela riu para amenizar o clima levemente tenso do cômodo.

- Isso é por que realmente passei - deu de ombros - vamos ao que importa, por favor.

Naquela última frase, Sinclair notou um tom de receio, mas apesar de ter o captado, não disse uma palavra sobre.
A morena parecia realmente abalada com tudo. As olheiras logo abaixo de seus olhos eram gigantes, o cansaço estava estampado em seu rosto e seus olhos eram caídos, como se estivessem sem vida alguma.

- Eu começo ou você começa? - ela se ajeitou na cadeira - eu gravei tudo em um pendrive, mas se preferir eu consigo contar aqui.

- O pendrive tá com você agora? - ela falava sem desviar o olhar do ponto imaginário no chão.

- Aqui - viu uma mão adentrar sua visão, contendo um pequeno sapinho - é a capinha dele, meio bobo, mas tá aí dentro.

- Obrigada - pegou e assentiu - se importa se eu ouvi-lo agora?

- De jeito nenhum - seu sorriso pareceu funcionar. Ela viu o maxilar travado da mulher na sua frente perder um pouco da pressão.

- Certo.

Poucos segundos depois, o pequeno aparelho já estava conectado no computador da menor. Ela viu um único arquivo e sabendo o que se tratava, logo clicou e então o áudio começou a ecoar pelos alto falantes.

28 DE NOVEMBRO - 2006
- × -

O dia estava ensolarado. O sol brilhava com toda sua potência durante a manhã e não havia uma única nuvem no vasto céu azul.
As primeiras horas do dia foram gastas arrumando e preparando tudo para que a tarde no acampamento fosse perfeita e para que não passassem frio durante a noite. O inverno estava sendo rigoroso naquele ano, mas nada que uma fogueira quentinha não resolvesse.
Os preparativos se estenderam até quase o começo da tarde, quando almoçaram e finalmente saíram para realizar as atividades programadas.

Survivor's Guilt (wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora