Capítulo Vinte e Dois

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- Okay, tá diferente do que eu me lembro - Enid disse assim que deram a volta na casa, para entrarem pelos fundos.

O lado positivo de morar em Snowmass era a privacidade. As casas todas tinham, pelo menos, duzentos metros de distância umas das outras, cercadas por pequenos muros de folhagem. Era bonito, privado e confortável.

- Tia Triz nunca ia deixar essas plantas assim e aquele carango velho lá do canto nunca esteve tão sujo - apontou para os objetos enquanto falava - desculpa, eu ainda falo como se eles estivessem aqui.

- Tudo bem - Wednesday sorriu como encorajamento para que ela continuasse falando - não me importo de como você se refere a eles. Te fizeram bem, não é nenhum crime sentir falta ou falar sobre.

- Obrigada - sorriu envergonhada.

- Não precisa agradecer, Ennie - se agachou na frente da fechadura e começou a trabalhar.

Poucos segundos depois, o mesmo clique foi ouvido e estavam adentrando o espaço.

Nem se deram o trabalho de procurar por um caminho para o escritório: a porta do cômodo era logo ao lado de onde entraram e tudo parecia impecavelmente arrumado. Não havia uma única folha fora de lugar, suja ou no chão.

- Acho melhor dar uma conferida antes de começar a vasculhar aqui - a morena apontou ao seu redor, sussurrando - tá arrumado demais. Apesar da poeira, tá tudo muito perfeito.

- Eu concordo - passou o dedo pela prateleira próxima e percebeu que não havia uma camada grossa de pó como na outra casa.

- Vamos, fica atrás de mim - empunhou seu canivete.

- Você tá com uma mão enfaixada e a outra toda furada, Wednesday - protestou - não dá pra você ficar na frente desse jeito.

- Shh - pediu silêncio - confia em mim. Vem.

Andaram em passos silenciosos por todo o andar de baixo. Não havia nada fora de lugar ou muito sujo. A camada de poeira por cima dos móveis e consequentemente por cima do chão, não era espessa. Era como se alguém tivesse limpado a casa toda há apenas algumas semanas.

- Vamos rápido com isso, não tô com um pressentimento bom - Sinclair pediu.

- Eu também - assentiu.

Voltaram ao escritório e começaram a busca.
Todos os documentos em que colocaram as mãos, guardaram na bolsa sem olhar duas vezes. Poderiam checar tudo quando estivessem em casa novamente, seguras.
A loira sentiu um calafrio percorrer sua espinha e a sensação veio novamente. Estava sendo observada.
Sentia que seja lá quem ou o que a olhava, não estava dentro da delimitação do imóvel e sim ao longe. Na rua.
Deixou seus sentidos a guiarem e começou a ouvir atentamente tudo.
Procurou por alguma essência no ar, mas não encontrou nada além do perfume amadeirado de sua companheira, da poeira presente no local e do cheiro de papel velho. Apesar desse sentido ter, em partes, a falhado, sua audição captou quando ouviu alguém pisar no gramado ao lado da garagem.

Survivor's Guilt (wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora