Capítulo Trinta e Quatro

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- Nes? - sentiu uma mão em seu ombro - ei Nes, acorda.

- Hm? - grunhiu.

- Sabe onde a Enid tá? - perguntou olhando em volta - eu acordei pra ver se você estava dormindo bem, passei aqui mas quando fui ver ela, não estava lá no quarto.

- O que? - lentamente as informações estavam se juntando em sua cabeça - ela tava dormindo aqui, deve ter ido no banheiro.

- Nenhum dos banheiros tá ocupado - ele se sentou, acariciando os cabelos bagunçados de sua irmã - olhei no andar de baixo, mas ela também não tá lá.

- Olhou no jardim? - coçou os olhos.

- Não - disse mais para si mesmo - vou olhar.

- Deixa que eu olho - se espreguiçou - me desce e eu vou ver.

- Nes, você tá...

- Não sou de vidro, Ty - riu.

- Tudo bem.

Ele a colocou na cadeira, receoso com o que poderia ter acontecido com a loira.
A desceu pelos degraus no colo, a colocando no sofá enquanto pegava o objeto de sua locomoção.

- Cuidado, okay? - beijou sua testa - qualquer coisa você me dá um grito.

- Tudo bem - fechou os olhos com o afeto que recebeu.

Começou a olhar o andar de baixo novamente, apenas por precaução.
As janelas estavam trancadas, a porta da frente também. Não havia ninguém na sala, no escritório, na cozinha, na lavanderia, na garagem e na sala de jantar. Estava tudo vazio.
Ela checou o banheiro apenas por conferir, já que não havia ninguém ali também. Suspirou pesado antes de ir até a porta dos fundos.
Um arrepio percorreu sua espinha quando girou a maçaneta e percebeu que estava aberta. O metal frio contra sua mão a fez hesitar antes de abrir por completo, revelando o céu noturno e deixando a brisa fria envolver seu corpo.
Calmamente, ela saiu, deixando a porta aberta, analisando cada canto do quintal, até ver um pequeno ponto branco e rosa no canteiro de flores. Ficou aliviada quando reconheceu os cabelos loiros.

- Ei, Ennie - conforme se aproximava, começou a ouvir o que parecia ser um choro. Apesar de silencioso, um soluço ou outro ainda escapava - Ennie? Tá tudo bem?

- Vai pra dentro, Willa - disse em meio as arfadas - tá muito frio pra você ficar aqui.

- Então vem comigo - hesitou em tocar seu braço. Ao invés disso, deixou sua mão perto e esperou até o momento que tivesse a confirmação - posso?

- Vai pra dentro, Willa - repetiu - não quero você pegando um resfriado.

- Eu não vou te deixar sozinha - disse com voz doce - o que aconteceu?

Naquele momento, ela levantou seu olhar para a morena e não viu nada além de preocupação e carinho. Mesmo com sua visão embaçada pelo choro, ela conseguiu enxergar o que as palavras falhavam em demonstrar.
Ansiosa, ela se jogou na direção da menor, a abraçando e se esquecendo por um momento de seu machucado. Tudo o que recebeu em troca, foi compreensão.
Um afago carinhoso em suas costas, um beijo em sua testa e um abraço quentinho para a confortar.

Survivor's Guilt (wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora