Solidão

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O processo de internação foi difícil, o menor não tinha parentes, no máximo uma tia distante que vivia em outro país, então as únicas pessoas que ele tinha de apoio nesse momento eram seus melhores amigos.

O mais difícil foi acordar após três dias de coma e perceber que tinha perdido tudo, nem ao funeral pode ir, ele nem sabia quem o tinha ajudado, a única coisa que deixaram com ele foram as cinzas dos seus pais que estavam juntas no mesmo recipiente.

Assim que ele recebeu alta e saiu do hospital e voltou para a sua casa, o vazio lhe consumiu e o choro de desespero veio, porém ele não teve tempo de ter seu momento de luto naquele momento.

Alguém bateu a sua porta e logo um homem de terno preto, um pouco calvo, usando óculos estava parado em sua porta.

- Boa tarde, senhor Lian. Sou advogado do seu pai, me chamo Walter Hu... Sinto muito por sua perda

- Ah... Obrigado... Acho... Entre, por favor...

Xie Lian sabia que a vida não tinha parado, mesmo que para ele as coisas sim tinham parado. Olhar as fotos de seus pais, olhar os objetos, tudo naquela casa o atormentava de dor, tudo era muito marcante para ele. Desde a estátua perto da escada que está sem um dedo, pois ele quebrou quando era mais novo e seu pai brigou com ele, até o arranjo de flor favorita de sua mãe que Xie Lian sempre comprava para ela tô final de mês.

Assim que eles sentaram no sofá, o advogado com sua bolsa-pasta acaba tirando uma papelada e começou a citar sobre o testamento.

- Bom, senhor Lian... - o advogado olhava o menor com pouco de dó - irei fazer a leitura do testamento. Uma pena que sua tia Na-Na não esteja presente.

- Meu aniversario é só ano que vem... mas não preciso dela aqui. Ela nunca foi presente e agora que o meu pai se foi e ela não veio, definitivamente não precisamos dela. - Xie Lian parecia seco falando, mas verdade ele só não queria está ali, ele queria está quieto num canto e chorando sua perda

- Entendo - Walter suspiro com pesar e ajeitou o óculos no rosto para ler melhor o testamento - Esse é o testamento do seu pai, com tudo que você tem direito e quem será seu tutor se algo acontecesse a ele e sua mãe - Xie Lian gelou, mas o advogado continuou - "Meu filho amado, posso não ser tão carinhoso como a sua mãe. Mas sim, eu te amo profundamente. E por conta desse amor, fiz o que fiz para poder lhe proteger se algo me acontecesse e com a sua mãe também, e você se encontrar sozinho nesse mundo cruel. Caso algo aconteça só comigo, sua mãe ficará com todos nossos bens e quando você fizer 18 anos, os bens serão divididos igualmente. Mas caso ela não esteja com você também. Você não terá um tutor"...

O advogado parecia desconfortável, parecia bastante contrariado e Xie Lian saiu dos seus devaneios e mesmo chorando silenciosamente. Ele olhou para o advogado com um pouco de preocupação.

- Não terei um tutor? - Xie fez sua pergunta com indecisão enquanto o advogado solta uma tosse fraca

- Não... - Walter estava tentando ser ao máximo profissional, mas ele lembra bem quando digitou esse testamento e quanto ele e o pai do mesmo discutiram - Continuando...

"Não terá um tutor. Eu prometi a sua mão ao filho do meu amigo."

Xie Lian não pode se aguentar e sentiu as pernas fracas, ele não sabia se sorria ou se chorava, a única coisa que ele agradeceu é que estava sentado no sofá, se não ele teria caído no chão. Ele olhava o advogado estupefato, fazendo o mais velho levantar e ir até a cozinha correndo. Assim que ele voltou, ele entregou água gelado ao menor. Xie estava sutilmente tremulo e incredulo ainda pelo que acabou de ouvir. Assim ele começou a beber o líquido devagar e respirou fundo assim que terminou o líquido.

- Obrigado... mas... marido? Por favor... eu daqui a pouco serei maior de idade... não posso cuidar de tudo sozinho? Poderia até ser um tutor... mas... casar?

O mesmo levantou do sofá se sentindo nervoso e suando frio, ele não queria mais ouvir o testamento, o advogado podia entender como o menor se sentia. Ele mesmo achou um absurdo quando digitou esse arquivo, mas ele não conseguiu aconselhar ao homem a mudar de ideia.

- Xie Lian... Não sei o por que do seu pai insistir nessa ideia... mas reconsidere... vocês podem ter um casamento a distância, e seu pai colocou um prazo... É só até você terminar a faculdade... Terminando, você se divorcia dele...

- Senhor Walter... por favor... - o advogado parecia tenso, mas ele não tinha muito o que fazer.

- Se quiser revogar a ideia, precisará entrar com um processo, isso leva tempo, casamento é mais rápido e divorcio também... se ambas as partes colaborarem... Seu pai concluiu dizendo... - o mesmo voltou a pegar o papel - "Sei que me odiará por isso, mas tenho motivos. Só até a faculdade, depois seja livre. Eu te amo, filho. Sua mãe também concordou comigo, você tem três dias para pensar. E tem mais uma coisa, fique com essa caixa de joias da família. É nossa herança de geração. Se cuida, meu menino".

Logo o advogado deu uma caixa que ele tinha trago e deu ao Xie Lian, aquela conversa teve aquele fim. Não tinha mais o que poderia ser feito, logo o advogado lhe deu seu contato para o Xie Lian dá sua decisão. Assim que ele saiu, o menor escorregou as costas na porta e se entregou ao choro e desespero. Ele abraçava com força a caixinha, ele conhecia bem ela. Aliás, sua mãe sempre usava ela para guardar seus pertences. Até o cheiro dela estava ali. Ele cheirou mais num desespero de poder se acalmar ao sentir o cheiro da sua mãe, ele só queria abraça-la e dizer o quanto ela faz falta.

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Consideração final:

Olá, seguimores!
Espero que vocês estejam gostando 💜

Meu passado, meu futuro { Hualian }Onde histórias criam vida. Descubra agora