Untouchable

2. Tentativas

WANDA MAXIMOFF

Era meio da semana e eu estava cada vez mais adaptada à rotina na Belova Edition. A maioria das pessoas eram agradáveis e, mesmo quando o volume de trabalho aumentava, ainda não parecia tão cansativo.

Darcy e Laura eram uma presença quase constante no meu dia, sempre se juntando a mim para a pausa de almoço e, embora ainda não conhecesse Yelena pessoalmente, Kate Bishop sempre aparecia pela minha sala e conversava rapidamente sobre o meu dia.

E então tinha ela...

Natasha Romanoff.

Sim, eu tinha sondado Darcy até ela me dizer o seu sobrenome e então tinha jogado no buscador de todas as redes sociais possíveis. Ela não tinha nenhum perfil.

Yelena e Kate tinham Instagram, no entanto, mas praticamente nenhuma foto aparecia a garota de cabelos vermelhos. Exceto em uma em que ela estava sentada em frente à uma grande mesa de vidro, usando um óculos de armação preta, que só a tornou ainda mais atraente.

Eu tinha encontrado com ela mais algumas vezes, tanto no refeitório, como nos corredores da editora e, toda vez que isso acontecia, eu me perguntava se o que Darcy tinha dito era verdade.

— Como assim ela não toca em pessoas? -questionei um pouco confusa quando ela falou.

— Nenhum contato humano. Nada! Ninguém! -Darcy disse um pouco irritada. — Nem mesmo Yelena encosta nela então, por favor, procure outra mulher para jogar seu charme.

— Ela tem alguma doença?

— Wanda, eu não sei! -disse. — Ninguém sabe! Ninguém mexe com a Natasha! Ela vem aqui, lê e edita os manuscritos e então vai embora.

Era óbvio que aquilo só tinha me deixado muito mais curiosa sobre ela.

Não era possível que uma pessoa não tocasse em ninguém!

Era?

A dúvida me corroía cada vez mais, então passei a observá-la. Ela sempre sentava sozinha, sempre distante. Kate as vezes parava perto para conversar algo, mas nunca se aproximando muito. Ninguém chegava realmente perto dela.

Decidi que precisava de um café para continuar o meu dia e tirar um pouco a mente daquela mulher misteriosa, mas quando cheguei no refeitório, Natasha Romanoff estava parada em frente a cafeteira com um copo de isopor na mão.

Talvez aquela fosse a minha hora de agir!

— Oi! -cumprimentei testando o humor dela.

— Olá. -ela disse de maneira contida e então encarou o copo em suas mãos.

Deu um passo para trás quando a cafeteira terminou de despejar o líquido fumegante em seu copo, abrindo espaço para mim.

— Você pode me ajudar? -pedi, eu precisava tentar arrancar alguma coisa dela. — Sou nova aqui e ainda não tenho muita experiência com essa máquina.

Dei um risinho apenas para parecer simpática, mas Natasha não devolveu o gesto. Ela pareceu ponderar por um momento e então acenou positivamente.

Ela pegou uma cápsula de uma das gavetas e me olhou, claramente incomodada por eu estar tão próxima à cafeteira. Percebi seu desconforto, dei dois longos passos para o lado e então ela se aproximou da cafeteira novamente.

Trabalhou em silêncio, tirando um copo do dispensador e o posicionando no local onde o café cairia.

— Olhando você fazer não parece ser tão difícil. -tentei puxar assunto mais uma vez.