12. Ecos

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NATASHA ROMANOFF

Yelena tinha insistido para que Wanda e eu jantássemos em seu apartamento essa noite. Esse era um convite que eu já esperava vir, principalmente depois que as duas tinham se aproximado nos últimos dias.

Parte de mim estava apreensiva, afinal era algo novo e completamente fora da minha rotina, mas a outra parte estava feliz, porque isso se parecia muito com a normalidade que eu tanto queria sentir desde que... tudo aconteceu.

− Preciso ficar preocupada? Sua irmã está me arrastando para uma armadilha? -Wanda chamou minha atenção, me trazendo de volta para o presente enquanto caminhávamos lado a lado em direção aos nossos carros no estacionamento.

− Ela gosta de você. -a tranquilizei. – Genuinamente. E Kate também!

− Nos vemos a noite então. -ela deu uma piscadinha e então sorriu, demorando alguns segundos me olhando antes de entrar em seu carro e dar partida.

Tentei não pensar muito na coisa toda enquanto as horas passavam. É claro que eu me sentia muito mais confortável quando estava a sós com Wanda, mas Yelena e Kate eram pessoas que compreendiam completamente a minha situação e não ultrapassavam nenhum limite.

Além disso, eu estava feliz por ter a oportunidade de compartilhar algo da minha vida com elas, algo além de traumas, crises de ansiedade e problemas no geral.

Procurei uma roupa confortável, queria me sentir bem e vestir algo que eu não gostasse, não me ajudaria nisso e então me dirigi até o apartamento da minha irmã. As duas já estavam com a comida pronta e um vinho aberto, dividiam uma taça enquanto terminavam de pôr a mesa. Elas eram essencialmente românticas e isso sempre arrancava um sorriso de mim.

Eu queria viver algo assim.

− Vocês precisam de ajuda em algo? -questionei, mas minha cunhada apenas balançou a cabeça negativamente.

− Apenas sente aí e espere sua namorada chegar. -foi Yelena que respondeu. – Quer vinho?

Pensei em retrucar a afirmação, mas isso só geraria mais falatório e piadas sem graças, então deixei a frase dela morrer.

− Vou buscar uma água. -disse passando pelas duas e revirando os olhos.

Elas deram uma risadinha, mas resolvi continuar ignorando, indo em direção à geladeira. No meio do caminho, entretanto, a campainha tocou e eu sabia que era Wanda, então dei meia volta e corri para a porta imediatamente.

Ela me esperava com um sorriso bonito do outro lado, um vestido verde escuro liso e simples, mas ainda assim sendo a mulher mais linda do mundo inteiro. Seus olhos dançaram sobre mim por alguns instantes, como se ela tivesse aliviada por me ver e eu suspirei, sabendo que me sentia da mesma forma apenas por ela estar ali.

Era incrível a sensação de calmaria que ela lançava sobre mim, mesmo que a sua presença deixasse meu coração batendo loucamente.

− Você está bonita, Romanoff. -sua voz era baixa, quase um sussurro e seus olhos se conectaram aos meus para dar mais ênfase em suas palavras. – Você está sempre bonita.

− E você está sempre me deixando constrangida. -sorri, não sabendo ao certo como reagir ao seu elogio. – Verde é a sua cor.

− Espere até me ver de vermelho. -respondeu dando um risinho sarcástico e então deu um passo para dentro.

Eu estava pronta para devolver a provocação, mas logo Kate e Yelena se aproximaram e as três partiram para uma grande rodada de cumprimentos, abraços e beijinhos no rosto.

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