18. Toques (Parte 1)

413 80 230
                                    


NATASHA ROMANOFF

Eu estava muito consciente de tudo que estava acontecendo nesse momento. Meus sentidos pareceram desligar tudo ao meu redor, todos os sons, todas as sensações e focar apenas naquele ponto em específico onde minha mão e a da Wanda se tocavam completamente.

Prendi a respiração por um segundo, apenas para puxá–la rapidamente logo em seguida, querendo ter certeza que todo meu corpo e meus sistemas funcionam perfeitamente.

Apenas para ter certeza que isso não era alguma pegadinha da minha mente.

Wanda também parecia completamente focada, como se ela sequer pudesse acreditar que isso estava mesmo acontecendo.

Aos poucos, um formigamento percorreu meu corpo, ele começava sobre os meus dedos, que agora estavam muito bem encaixados sobre a mão da mulher que eu amava, mas rapidamente se expandia por cada célula minha, em uma corrente de surpresa, satisfação e contentamento.

– Nat? -ela voltou a falar, me trazendo de volta à órbita, me aterrizando nesse plano onde tudo parecia muito intenso.

Minha boca se abriu para responder, mas nenhuma palavra saiu, como resposta, minha mão se acomodou mais na sua, meus dedos a apertando quase que involuntariamente.

Wanda estava tensa, tão imóvel como se qualquer movimento seu nos tiraria daquele momento, mas quando meus dedos se flexionaram sobre os seus em um aperto tímido, ela o devolveu e então sorriu. Seu sorriso era contagiante, grande e brilhoso e tão encantador que fui obrigada a parar de encarar o ponto onde nossas mãos se encontravam para que eu pudesse olhá-la.

– Estou sonhando? -questionei baixinho, ainda sentindo o calor me percorrer.

Ela ainda estava sorrindo, quase como uma risadinha e o som, junto ao toque, fez meu corpo arrepiar involuntariamente.

– Isso está acontecendo. -ela afirmou, mas sua voz continha incredulidade como se ela tentasse afirmar para si mesma, as duas envolta em uma onda de surpresa insuperável.

A sua confirmação não era necessária, afinal eu sabia que estava acordada, que estava de fato tocando a mulher que amava, mas de repente eu estava paralizada, não por medo ou qualquer reação ruim, estava paralizada em meus pensamentos, perdida no meio de tantas possibilidades que tinham acabado de se abrir bem na minha frente.

Eu tinha sonhado com isso tantas vezes e, agora que podia realmente fazer, era como se não soubesse por onde começar.

Wanda, no entanto, não parecia perdida como eu e sua mão puxou a minha um pouco, trazendo meu corpo para mais perto de si. Me inclinei em sua direção, incerta sobre o próximo passo, mas não tive muito tempo para pensar porque seu braço livre me envolveu. Nossos corpos se pressionaram juntos enquanto eu sentia seu aperto caloroso ao meu redor.

Agora tudo parecia muito mais intenso, seu cheiro, a sua presença, o calor que emanava dela, tudo era multiplicado e intensificado a um ponto onde apenas abraçar não era suficiente, então eu soltei nossas mãos que permaneciam conectadas e me agarrei a ela, me apertei ao seu corpo como se minha vida dependesse disso e senti-a devolver na mesma intensidade.

– Eu te amo. -ela sussurrou baixinho, muito próxima ao meu ouvido enquanto nossos corpos ainda se apertavam impossivelmente mais perto. – Eu te amo muito, Nat.

Meu coração disparou, todas aquelas incríveis sensações explodindo dentro de mim em uma catástrofe linda e prazerosa.

– Amo você assim... -respondi no mesmo tom, ainda completamente focada em tudo que sentia.

Foi a Wanda que colocou primeiro um pouco de distância entre nós. O abraço continuava lá, mas seu rosto agora estava um pouco mais distante e seus olhos estavam em mim. Havia lágrimas nele e só então eu percebi que chorava também, a emoção levando tudo de mim naquele momento.

UntouchableOnde histórias criam vida. Descubra agora