— Oriezh, o que é aquilo?
Naquele momento todos os demônios e almas condenadas se calaram completamente, no meio deles surgira algo tão brilhante que aqueles que se atreviam a olhar mais de perto sentiam seus olhos queimarem, nem mesmo o calor do inferno podia se comparar a aquilo.
E quando finalmente a luz desapareceu, todos que estavam ali presentes ficaram completamente assustados, pois ali, coberto por um delicado e belo tecido branco havia um anjo, pois mesmo que não tivesse asas aquilo definitivamente era um anjo.†_____Uterre e Nemuye_____†
— UM ANJO?! — Gritou o velho Uttere, dono de um bar para Súcubos. — Meu filho, você só pode ter perdido o juízo, anjos não entram no inferno!, É impossível para eles, pois assim que atravessam a porta acabam virando cinzas!
— Estou dizendo!, É verdade!
— Okay, vou fingir que acredito em você, tá bom?
— mas é verdade pai!
— claro que é...
Aquele diálogo repetitivo continuou por alguns minutos até que Eroxinne adentrou o local e tomou para si a atenção dos demônios que outrora observavam a conversa entre o velho Uttere e seu filho.
— Sabe, devo admitir, anjos são realmente incríveis! — disse a figura de aparência feminina e estupidamente atraente se sentando em uma cadeira próxima a bancada.
— Você também viu?! — pergunta o garoto saindo do lado de seu pai e se sentando em um toco de madeira ao lado da mulher logo em seguida.
— Ah, pode apostar que vi!, Ele tinha olhos tão azuis que pareciam jóias raras, seus cabelos eram como o laranja vivo que existe nos olhos dos cães caçadores de almas, sua pele era tão pálida e brilhante que pareciam milhares de estrelas a brilhar, seus lábios tinham a cor de uma rosa a florescer e em seu rosto haviam pequenas manchinhas amarronzadas por toda parte, ele parecia que iria quebrar se alguém o tocasse, aquele foi o ser mais magestoso do qual eu já me aproximei após o nosso rei.
— Caramba, só de imaginar já fico impressionado com tamanha beleza!
— como assim "só de imaginar"? — dispara o pai do rapaz. — pois se tu mesmo estava a me contar sobre a criatura como se a tivesse visto com os próprios olhos!
— Ah bem, eu não cheguei a vê-lo, apenas ouvi sobre ele...
— Criança idiota!, Francamente, não sei por qual motivo dou atenção a suas baboseiras, acredita em tudo que lhe dizem!
— mas dessa vez foi verdade pai, ou o senhor está duvidando de nossa bela Eroxinne?
— não diga tonteiras, claro que não estou duvidando dela, entretanto, mesmo que seja verdade não anula o fato de que você é um idiota, Nemuye!
— Enfim rapazes, adoraria ficar por aqui e falar mais sobre o anjo, porém o dever me chama, com licença! — Ela sorri gentilmente e se levanta, ao caminhar em direção a saída os olhos das criaturas ali presentes a seguem até que ela desapareça por completo e a porta se feche.
†_________Eroxinne_________†
— Senhor o que faremos com o anjo?
— primeiro tenho que averiguar se realmente se trata de um anjo, pois isso não faz o menor sentido, o traga para mim!
— Sim senhor — Me retiro do salão principal e caminho pelo longo corredor até chegar em uma porta de ferro para onde o anjo havia sido levado assim que alertaram lúcifer sobre sua presença no inferno.
Os guardas abrem a porta e lá está ele, tão belo que sinto que se ele me desse uma ordem eu não questionaria e faria sem pensar duas vezes.— Olá?
Essa é a primeira vez que escuto sua voz, é aveludada e doce, parece tão gentil e bondosa que senti minhas bochechas queimarem.
— Ehem — pigarreio — Olá, o rei deseja vê-lo.
— Rei?, Onde eu estou? — Ele me encara com um olhar inocente e adorável.
— Não quero ser rude mas ele deseja vê-lo imediatamente, não tenho tempo para responder suas perguntas.
— hm?
Ele parecia muito confuso, mesmo assim ajeitou o tecido que envolvia o seu corpo e me acompanhou em silêncio, mantendo uma expressão serena.
Voltei ao salão principal com o anjo, Lúcifer me olhou como se fosse me queimar viva e sorriu de sua maneira assustadora.— Demorou muito, Eroxinne.
— Peço perdão, não foi minha intenção senhor! — Me curvo.
— Que seja, enfim — Ele desvia o olhar de mim para a criatura ao meu lado. — O que você está fazendo no inferno?
— Inferno?
— Sim? — Ele arqueia uma de suas sobrancelhas e coloca alguns fios de seus rebeldes cabelos negros atrás da orelha.
— Aí Deus, eu não acredito nessas coisas senhor, onde eu estou?
Ele realmente disse isso?, Ele disse Deus?
Lúcifer olha para ele com a expressão mais confusa que eu já o vi fazer, ele se aproxima e se inclina um pouco em sua direção.
— O que exatamente você é?, Qual o seu nome e de onde você veio?
O ser ao meu lado agora parece um pouco perdido, ele fica em silêncio como se estivesse pensando.
— Eu não sei.
— Não sabe? — O rei parece irritado, mas tenta não deixar que ninguém ali perceba isso.
— Não sei qual é o meu nome, o que eu sou, ou de onde eu vim...
Lúcifer respira fundo e coloca as mãos nos bolsos de sua calça social preta, ele arruma sua gravata e se afasta de nós voltando para o seu trono.
— Leve ele ao quarto no corredor sete, eu preciso pensar um pouco sobre isso. — Seu olhar é vazio como sempre, porém com muitas interrogações.
— Sim senhor! — Não me lembrava de existir um quarto no corredor sete, ele deve ter criado agora.
Eu saio levando o anjo comigo, ele não parece estar tão sereno quanto antes, e vê-lo em silêncio com essa expressão em seu rosto me causa calafrios.
†___________Anjo____________†
— Explique-me! — Diz o anjo batendo o pé no chão como se estivesse dando uma ordem.
A garota se vira bruscamente e parece surpresa, ela tem cabelos castanhos e longos, sua pele é da cor da terra e seus olhos são verdes como as folhas das árvores durante a primavera, ela é alta e parece forte, é uma beleza que chama atenção.
— lhe explicar? — Questiona Eroxinne tentando entender o que ele quer que seja explicado.
— O que é tudo isso, onde eu estou, quem era aquele e para onde nós estamos indo? — O ruivo cruza os braços e a encara irritado.
†________Capitulo 1_________†
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Cidade dos anjos de fogo - Anjos caidos ainda são anjos.
AventuraO que faz os anjos caírem?