— O que quer fazer agora? — Perguntou o ruivo após terminar de guardar alguns livros.Depois daquela noite começei a passar mais tempo com o demônio, gostava de sua companhia e me fazia bem ficar ao seu lado, está manhã ele me propôs que eu o ajudasse a organizar a biblioteca, o que fez Eroxinne, que no momento estava presente, rir bastante.
Mais tarde perguntarei a ela a razão de sua risada, mas agora tudo que quero é passar tempo ao lado de Lúcifer.
Sim, me sinto tolo por estar encantado por alguém que mal conheço, mas não consigo evitar, é como se um laço tivesse sido feito entre nós.
— Podemos ir visitar o reino, dês de que chegou aqui você só ficou pelos corredores e no meu quarto — Ele diz enquanto deixa um livro em cima da mesa e se aproxima do menor.
— Mesmo?, eu sinceramente pensei que não seria seguro sair do castelo, é o inferno afinal...
— Sim, é o inferno, meu inferno — Ele sorri e continua a falar. — Tudo aqui está conectado a mim, sei o nome e paradeiro de cada demônio e alma condenada, sei quem entra e quem sai, posso mudar paredes e montanhas de lugar, tudo o que vê e toca, sou eu!
O anjo apenas o olha com atenção e faz uma cara de quem está prestes a dizer algo idiota.
— Então aparentemente eu já te toquei muitas vezes — Diz de forma maliciosa e em seguida fica corado.
O demônio apenas da risada e deixa um breve selar em seus lábios antes que ambos deixem a biblioteca e saiam caminhando pelos compridos corredores do palácio negro.
Eles saem do lugar e o tempo todo Sonne se mantém caminhando atrás de Lúcifer, parece apreensivo em explorar o estranho lugar, e era a primeira vez que se comportava de maneira que o fazia parecer assustado.
— O que tem de errado? — Lúcifer questiona parando de andar quando já estão um pouco longe do castelo.
Parece uma terrível versão desfeita da Terra, com um céu vermelho infernal, refletindo a luz no chão onde as pessoas, ou criaturas, tem rostos de humanos, mas com chifres em suas cabeças caminham. Ao se moverem, parecem enfrentar uma correnteza de ar ou vento, como se fossem flutuando.
Em um dos lados deste mundo desconhecido, existe uma enorme ponte com estruturas estranhas flutuantes e criaturas arrastando cargas pesadas para uma espécie de torre onde se encontram, rindo, falando, gritando, fazendo som, aos poucos se transformando numa confusão de vozes, talvez uma festa.Sonne olha agora para o palácio pelo lado de fora
Parece um ossuário macabro, feito de esqueletos amontoados e agrupados, cobertos por uma tinta preta.— Aqui é... diferente...— O garoto diz e sorri fraco.
— Não precisa ter medo, eu estou com você — Ele estende sua mão ao ruivo que a segura de maneira firme.
Sonne olha em volta, com um rosto um tanto aterrorizado, com um medo crescente daquelas criaturas estranhas, pensando se lhe fariam algo caso ficasse longe do cão, e se algo ruim aconteceria com ele. E então ele pensa em algo, uma memória aflorando...
— Não seja bobo, anjos não vão ao inferno, querido...— A voz feminina fala de uma maneira doce.
— Mas por que?, eu queria muito ir até lá!
— Os demônios devorariam a gente, e iríamos desaparecer aos poucos, anjos não podem ficar no inferno por muito tempo, ou acabam sumindo. — Ela explica e acaricia seus cabelos. — Nós pertencemos ao céu, servindo a nosso Deus... — Entretanto ao dizer isso seu rosto se torna triste e tudo começa a ficar escuro.
— Sonne? — Lúcifer o chama preocupado e toca seu rosto.
— Anjos... — Diz de forma apática e retorna de seu transe após ter seu corpo sacudido pelo demônio.
— Anjos? — A confusão e preocupação em sua voz é notável.
— O que?
— Você disse "Anjos", o que ia falar?
— Não me lembro...
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Cidade dos anjos de fogo - Anjos caidos ainda são anjos.
AdventureO que faz os anjos caírem?