Mia

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P.0.V Marilia

Entro no grande galpão, já de cara vendo
apenas a Luisa ali, treinando no saco
de pancadas. Ela assim que me viu, sorriu
e acenou, o que foi uma péssima ideia, pois
O saco voou direto para a sua cara. Eu mal
tinha chegado e já estava gargalhando com
aquela cena hilária, minha amiga resmungou com um enorme bicão e voltou a treinar. Me direciono para a sala do meu chefe, ele não tinha chegado ainda, mas vou esperar pelo mesmo ali. Vejo a mesinha com aquela garrafa de Whisky cara, sorrio de lado e vou até lá, me servindo com uma boa dose. Maurício Guerra odeia quando eu entro em sua sala e ajo como uma chefa, eu realmente fico folgada aqui dentro e muitas vezes faço por provocação. Vou até a cadeira de couro e me jogo nela, rodando na mesma, pois ela é de rodinhas. Quando paro rente a sua mesa, fico totalmente relaxada, com os pés em cima da mesma e bebendo do bom Whisky caro.

Sorri abertamente ao ver o meu chefe
entrando, ele parou no meio da sala, me
olhando de cima a baixo com uma cara nada boa, desaprovando o meu jeito. Pisco um olho para o Guerra que revirou os olhose colocou o seu casaco no encosto de uma cadeira vaga, ele foi para a sua mesinha, se servir com a bebida enquanto bufava a cada segundo. Maurício está usando uma calça jeans azul apertada e uma camisa preta de mangas longas.

- Atrevida você - Maurício veio em minha
direção e empurrou os meus pés para o chão.

- Estava a sua espera, chefinho.

- Espero que você já tenha matado a Pereira e que assim posso ficar em paz- Ele se jogou na outra cadeira.

- Infelizmente ainda não consegui -Deposito
o copo na mesa – Essa missão é muito difícil, Guerra.

- Eu não estou gostando nada desse atraso.

- Você acha que é fácil? Ela é a porra de uma policial- Bato na mesa -Se eu fizer alguma merda, as policias podem cair em cima de mim.

- Isso não vai acontecer - Maurício suspirou
- Mendonça, eu te dei uma missão e quero que você cumpra.

-Eo que eu estou tentando, mas você
não entende - Me levanto – Essa missão é
perigosa, eu posso me ferrar legal.

- Se você for presa, eu te tiro, tenho dinheiro para isso.

- Olha a besteira que está me dizendo -
Nego com a cabeça - Acha mesmo que com
o dinheiro vai conseguir me tirar da cadeia
por ter matado a porra de uma policial?

- Então trate de fazer o serviço bem feito
- Maurício sorriu sacana – Marilia, eu
confio em você - Ficou sério – Eu sei que vai
conseguir, mas se puder apressar um pouco, ficarei grato.

- Não podia me dar uma missão mais fácil? -
Ele negou com a cabeça - Droga!

-Não reclame, você vai ganhar uma porrada de grana.

Respirei fundo e acenei para ele, antes de sair de sua sala. Eu não queria grana nenhuma, não queria missão nenhuma, mas eu tenho que cumpri-la. Volto para perto de minha amiga que ainda treinava, ela praticava os socos fortes, seu corpo está todo suado e a roupa grudava nela. Me sento no chão, por perto, e encosto as minhas costas na parede. Eu não sabia mais o que fazer, a minha cabeça fervilhava com tudo. Aquele dia que Maraisa e eu lutamos, ela me acusava de ter esfaqueado alguém, mas eu não tinha feito nada. Ela nem sequer sabia que era eu por trás daquela mascara, por que apareceu justo naquele lugar e me acusou? Desde aquele dia, eu vivia me perguntando, buscando por
respostas. Aquilo foi tão estranho.

- Pensando naquilo ainda? - Luisa me
tirou dos pensamentos.

- Sim...você não acha estranho? - A olho –
Maraisa apareceu justo no lugar onde fomos juntas aquele dia para salvarmos o meu irmão.

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