Doente

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P.O.V Maraisa

Ligo novamente para a minha namorada,
ficou tocando e tocando mas não atendeu,
de novo. Quantas vezes eu tinha ligado
mesmo? Umas cinquenta? Por ai. Eu tinha
dormido na casa dos meus pais, para passar mais tempo coma minha irmã e depois passei o resto da manha com eles. Então eu não tinha visto mais a minha namorada e desde ontem a noite, ela não responde as minhas mensagens e nem as minhas ligações. Eu estava com medo do que pudesse ter acontecido, geralmente a Marilia sempre me atende no mesmno segundo, aquilo me deixava preocupada. Por isso que quando eu sai da casa dos meus pais, eu fui direto para o nosso prédio, procurar pela minha namorada em
seu apartamento. Só espero que ela não esteja em outro lugar que eu não salba ou na casa dos seus pais. Estou nervosa demais para ficar procurando-a por ai, não estava com cabeça para pensar ou agir. Paro em frente a sua porta, tocando a campainha varias vezes em seguida.

A porta se abriu, um suspiro de alivio escapou pelos meus lábios, mas não por muito tempo. Marilia estava ali, os olhos caídos, inchados e avermelhados, as bochechas e a ponta do nariz estão na mesma coloração. Seu tom de pele parecia mais pálido, o cabelo todo desarrumado e uma roupa simples de ficar em casa. Marilia desviou o olhar como se não
quisesse que eu a olhasse. Por que estaria
fugindo de mim todo esse tempo? Só por
causa desse estado? Que besteira.

- Amor, você está com gripe?

- Sim - Marilia fungou e abaixou a cabeça.

-E não me atendeu por causa disso? - Bufo
irritada- Sabia que eu figquei extremamente preocupada?

- E-eu não queria que você me visse assim -
Marilia tirou um paninho do bolso do short e surrou com o nariz.

- Que palhaçada - Eu ainda estava com raiva -Custavà ao menos me responder? Eu não dormi porra nenhuma essa noite e só não vim aqui, porque tentei me acalmar de alguma forma, pensando que você tivesse dormido mais cedo.

-E eu d-dormi – Ela guardou o paninho de
volta do bolso, fiz careta com aquilo - E hoje
de manha fiquei de molho na cama.

- Não custava nada me atender ou responder.

- Meu corpo não está bom, tá legal? - Marilia está bem rouca e aquilo parecia incomoda-la - Meu nariz não para de escorrer e eu estou morrendo de frio, se você veio aqui para ficar brigando comigo, então pode cair fora.

- Você é uma idiota, né? - Rolo os olhos - Só
fiquei preocupada e você vem toda cavala
para cima de mim.

- Você também chegou toda grossa.

- Eu deveria te deixar ai sozinha, mas eu
nunca faria isso- Resmungo baixo – Eu vou
cuidar de você e se der um pio, eu enfio o
termômetro na sua bunda.

Minha namorada nada disse, apenas
resmungou junto comigo com um humor do
cão e assim pude entrar em seu apartamento escuro. Fui acendendo todas as luzes e puxando as cortinas para que a luz solar entrasse no recinto. Ela não é morcega que eu saiba. Fui até a cozinha, procurando pelo termômetro, Marilia se jogou na cadeira, com aqueles olhos caídos e o nariz fungando a cada segundo. Céus, ela realmente está mal. Assim que acho o termômetro em uma caixa com poucos remédios, vou em sua direção, pondo o objeto em seu sovaco e contando o tempo com o meu celular. Assim que deu o
tempo, retirei o termômetro e conferi o estado de minha namorada.

- Febre – Toco em sua testa suada e quente
- Está com muita febre, amor.

- Tá frio- Marilia se encolheu.

- Você tomou alguma coisa?- Ela negou com a cabeça - Nada?

- Não – Marilia ficou sem jeito - Só fiquei na
cama, enrolada na coberta.

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