irmão

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P.0.V Marilia

Hoje passei o dia todo de molho em casa,
sem fazer absolutamente nada e nem ir
me encontrar com o Maurício. A bebida
realmente me fez mal, a madrugada inteira
passei vomitando e me sentindo fraca, não
quis ir ao médico, Luisa brigou comigo
mas me deixou em paz em casa. E já hoje,
me sentia um pouco doente ainda mas
estava sarando, minha mãe fez um café
reforçado para mim de manha e a tarde me
deu um remédio para estomago. Mas o meu
maior alivio foi quando vomitei, fiquei bem
melhor depois disso. E cá estou eu no meu
quarto, agora a noite, tomando coragem para conversar com o meu irmão. Fazia tanto tempo que a gente não tinha um papo legal Ou algum contato, ele vive mais no quarto dele, só desce para almoçar ou jantar mas também não fala muito. Já a Beatriz, é mais comunicativa e adora falar sobre a faculdade. Termino de pegara Sniper desmontada que estava escondida a dias no quarto, preciso urgente levar para o meu apartamento.

Sim, eu tenho um apartamento e não moro
nele, o motivo? Deixo aquele lugar para
guardar as minhas armas para que ninguém desconfie e moro com os meus pais, faço desse jeito para não ser pega, mas em breve vou comprar algum galpão, depois que eu der um fim na Pereira. Deixo a Sniper dentro da maleta e tranco a mesma, antes de sair do quarto e ir para a porta ao lado, dando duas batidas. Demorou para que o João Gustavo me atendesse, mas ele abriu uma pequena fresta da porta, Só dava para ver o olho dele.

- Nada disso - Empurro a porta, fazendo a
mesma bater nele e assim escancarar - Sou
Sua irmã e quero conversar com você.

- Não te deixei entrar - João resmungou.
Sei que é falta de respeito mas eu quero
ter um tempo com você, meu irmãozinho
- Bagunço o seu cabelo que já estava
bagunçado.

- Para que? - João cruzou os braços - Para me julgar?

- Eu disse que vim conversar.

-Mas eu não quero - Gustavo andou
desengonçadamente até a sua cama
desarrumada, ela está cheia de bagunça e
pacotes de biscoitos.

-Qual é?- Abro os braços - Você mudou
tanto.

- Vai cuidar da sua vida - Ele abriu a gaveta
que tem ao lado da cama e tirou de lá uma
maconha.

- Nada disso - Pego o pacote de sua mão.
-Vamos ter uma conversa e eu quero você
Sóbrio.

- Acha que eu estou? - João riu, os olhos
ficando bem abertos e vermelhos.

- Quanto tempo a gente não tem um momento juntos? - Jogo o pacote no chão - Quando foi a ultima vez que a gente saiu juntos?

- Agora quer falar disso? - João saiu da
cama - Você passa o dia fora, nem liga para
a família e trás dinheiro do rabo, pagando
contas e ajudando o papai na oficina.

- Mas eu trabalho!- Aponto para mim mesma -Já disse que estou em uma empresa.

Eu simplesmente não podia contar a verdade, por isso que quando eu trouxe uma boa grana para casa, falei que tinha conseguido um emprego em uma empresa e que estava subindo de cargo, pois o chefe tinha gostado bastante de mim. Meus pais ficaram felizes, mas João não aceitava que eu tivesse conseguido um trabalho antes dele. O mesmo nem tentava, ele acha que droga vai dar profissão e se falar acha ruim. Eu sempre tentei ter um contato com ele, queria que o meu irmão me contasse tudo o que sentia, o chamava para sairmos ou para fazermos alguma coisa no quintal de casa, mas sempre recusava meu Convite. Gustavo é extremamente fechado comigo, talvez seja porque eu ajudei a nossa família e o plano dele, foi por agua abaixo.

-Você sempre quer chamar a atenção né-
João riu - Por isso que amam tanto você.

- Nossos pais amam você - Retruquei - E
não tem nem mais e nem menos, eles amam iguais.

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