Casa do Terror

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P.0.V Marilia

Vejo os alvos girando, bem chamativos e
um tanto rápido, começo a disparar com a
espingarda na maior tranquilidade. O senhor da barraca arregalou os olhos e colocou a mão na cabeça, vendo que eu acertava tudo, não sobrando mais nenhum. Ele pegou um urso enorme e todo fofinho, me estendeu como recompensa. Encaro a Luisa que já segurava dois ursos, por ter ganhado duas vezes. Estamos dando prejuízo para o senhor que não nos aguentava mais naquela barraca. Sim, estamos no parque de diversões. Escolhemos essa noite para nos divertirmos
junto com as nossas amigas, Yasmim, Paula e Simone . Fazia um bom tempo que a gente não saia jutas, por isso que elas fecharam mais cedo o bar e quiseram aproveitar o resto da noite. Olho para a Iglesias que tentava acertar os outros alvos para dar um bichinho de pelúcia para a namorada, mas ela nem sequer acertava um, imagina ter que acertar seis alvos. De uma forma bem esquisita, com a arma deitada de lado, a Yas conseguiu acertar um por milagre.

O senhor sorriu debochado e ao mesmo
tempo contente por ter que dar um premio
pequeno, o que foi um ursinho bem pequeno, cabia totalmente na mão. Mas mesmo assim a Paula sorriu gigante, dando um beijo na namorada, poucas coisas nos fazem felizes, não é mesmo? Simone bateu palminhas e acabou rindo no final, talvez estivesse concordando com os meus pensamentos e eu tinha razão. Sorri ao me lembrar da Maraisa, me pergunto porque eu não a chamei para cá, mas eu tinha que dar um jeito nela, não queria ter tanto contato. Precisava acabar logo com isso, mas parece impossível.

- Minha vez! - Paula pegou a espingarda da
barraca e jogou alguns dólares para o senhor - Se prepara meu velho, hoje você vai ficar rico com os nossos dinheiros.

- Quem dera - Murmurou - Está pronta?

- Nasci pronta e acho melhor você se afastar - Avisou - Não quero acertar ninguém.

- Agora estou com medo - Simone comentou para mim – Mas sério, eu não sei como você e a Luisa conseguem acertar tanto.

-Somos amigas de infância - Luisa abraçou meus ombros - Marilia e eu íamos sempre para a fazenda do meu avô.

- E ele sempre teve espingarda, então nos
ensinava a atirar- Dou de ombros-Saudades do vovô sonza.

- Faz tempo que eu não vou lá também - Ela
me olhou cumplice. Era obvio que a gente
aprendeu a tirar lá no Maurício, ele que nos ensinou.

- Eu preciso aprender a atirar – Yas
comentou para nós – Olha só o presente que eu dei para a Paula.

-O que tem? -Simone a encarou com um sorriso-Foi muito fofo, pelo menos você tentou e olha agora? A Paula está tentando ganhar algo para te dar.

-O amor dela é tudo para mim.

- Mas vocês são fofas mesmo - Luisa sorriu toda boba - Adoro esse casal.

- Vocês vão me entender quando se
apaixonarem - Yas piscou um olho.

As coisas não são tão fáceis assim para nós,
só a Luisa que está se deixando levar,
brincando com o perigo. Está na cara que a
minha amiga está apaixonada pela Maiara,
que é policial, isso é tão perigoso e não
adianta avisa-la, pois a mesma nem me escuta mais. Voltei a minha atenção para a Paula que atirava desengonçadamente, mas como a sua namorada, ela acertou o ultimo e então deu um bichinho pequeno para a Yasmin, que ficou bem feliz. Simone ia jogar quando uma pessoa alta apareceu, tirando-a totalmente do foco. A baixinha desistiu na hora e correu para os braços de Débora, a abraçando com força, como se fazia anos que não a visse. A grandona se curvou toda para acolhe-la em seus braços e beijou o topo de sua cabeça.

Oi pequena – Débora a cumprimentou e
olhou para nós - Olá meninas.

-Olá.

- Não sabia que estava aqui – Simone disse, sem sair dos braços dela.

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