Eu não vou assumir

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P.O.V Marilia

João Gustavo tinha feito o teste de DNA a alguns dias atrás, hoje sairia o resultado e lá estava ele, buscando na clinica. Meu irmão não quis que eu entrasse junto, então apenas avisei que ficaria dando uma volta no parque que tem em frente. Eu não sabia se lá dentro iria demorar ou não, então deixaria João em paz, como ele queria. Eu estava preocupada, pensando na possibilidade dele ser pai, pois o mesmo está sempre negando e dizendo que não é pai de ninguém. E se der positivo? Como vẫo ser as coisas? Meu irmão não tem emprego, ele está tentando mudar de vida, sair desse mundo das drogas e aparentemente está conseguindo, mas todos nós sabemos que existe as recaídas e nada muda de um dia para o outro. São tantas coisas acontecendo, que eu já estou ficando louca e agora tem essa da criança, eu não sei quando vou ficar em paz. Caminho pela praça, tentando esfriar a cabeça, mas nada adiantava. Eu só vou sossegar quando souber do resultado e olha lá também.

Vejo uma cafeteria do outro lado da rua,
resolvo atravessar a mesma para buscar
um café, quem sabe me ajudasse. Mas assim que atravessei, vi a Maraisa e Simone do lado de fora, sentadas em uma mesa e conversando. Ambas nem me notaram de tão interessante que está o assunto delas, então resolvo entrar na cafeteria, pegando um copo de café e pagando pelo mesmo, antes de sair do estabelecimento. Me aproximo das duas, podendo escutar um pouco da conversa.

- Ela salvou a minha irmã – Maraisa terminava de contar - Marilia é incrível.

- Escuto o meu nome - Me jogo na cadeira do seu lado.

- Falando na heroína – Simone sorriu
carinhosamente para mim – O que você e a
Luisa fizeram, foi muito lindo.

- Eu nunca deixaria a Mia em mãos erradas.

- Viu só? Incrível- Maraisa me deu um beijo
estralado na bochecha.

- Maraisa, não me deixa sem graça essa hora da manha - Beberico do meu café.

- Que coisa mais fofa – Ela apertou as minhas
bochechas, me provocando.

- Vocês duas formam um belo casal- Simone
comentou. Maraisa e eu nos olhamos, trocando um sorrisinho.

-E você Simone, como estão as coisas com a
Débora? - Pergunto, mudando o foco.

- Estamos indo devagar, quase parando na
verdade - Simone colocou a mão na cabeça - Estou tão necessitada dela e essa vagabunda fica querendo ir aos poucos.

- Que isso Mendes? - Maraisa soltou uma
gargalhada alta.

- Você acha que eu só quero viver de beijos?

- Quer um compromisso sério? - Indago
tentando entender o ponto dela.

- Também, mas não estou falando disso - Simone bufou frustrada – Quero um sexo selvagem.

- Meu Deus!

Maraisa gargalhou mais ainda, batendo a mão na mesa. Por sorte não tinha mais ninguém do lado de fora, se não achariam que somos loucas. Simone é sem vergonha, ela jogou na lata. Bebo o resto do meu café tentando controlar a minha risada, é tão bom passar um tempo com as meninas, sempre sorrio e esqueço do mundo, dos problemas. Mas por um momento, olhei para trás para ver se o meu irmão já vinha, mas até agora nenhum sinal dele, provavelmente lá dentro esteja lotado
ou o João Gustavo fugiu. Assim que volto a minha atenção para as duas, as peguei me olhando atentamente, franzo o cenho, não entendendo aquele olhar das duas.

- O que foi?

- João foi buscar o resultado hoje, né? –
Maraisa abraçou meus ombros.

- Sim - Suspiro pesadamente - Está sabendo,
Simone?

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