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─ 𝟮° 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼𝗿𝗮𝗱𝗮 𝗲𝗺 𝗮𝗻𝗱𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼
❝ 𝐅elix era um jovem inexperiente no amor, alguém que, apesar de sonhar com uma conexão verdadeira, mal sabia como começar a buscá-la. Ele s...
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Felix entrou em casa com os passos leves, mas o coração batia forte em seu peito. Ele sabia que seus pais já estavam dormindo, mas ainda assim, sentia como se o mundo todo pudesse desabar a qualquer momento. O dia, que deveria ter sido simples, parecia ter se transformado em uma série de acontecimentos que ele ainda não conseguia compreender. Seus pensamentos estavam em um turbilhão, e ele só queria escapar disso tudo. Mas então, ele o viu. Chan estava ali, sentado na bancada da cozinha, com um copo de água nas mãos, olhando-o atentamente. Era como se o irmão soubesse exatamente o que estava acontecendo dentro de Felix, o que o fazia ainda mais desconfortável.
— Por que demorou tanto para voltar? — a voz de Chan era leve, mas havia algo nela que Felix não conseguia identificar. Um tom de curiosidade, talvez até de diversão, que o fez ficar com o estômago apertado. — Pelo visto, gostou da casa do Hwang, né?
Felix engoliu em seco, sentindo uma onda de nervosismo lhe percorrer a espinha. Ele sabia que não havia mais como esconder nada. O olhar de Chan já dizia tudo, como se estivesse esperando por uma confissão que sabia que seria inevitável. Felix, no entanto, não tinha nem ideia de como começar essa conversa.
— Que susto! — Felix exclamou, tentando disfarçar o pânico que tomava conta dele. Levou uma das mãos ao peito, como se pudesse sentir seu coração quase saindo pela boca. Ele sabia que não estava convencendo ninguém. Não a Chan, que parecia observar cada movimento seu. — Como sabe que eu estava na casa dele?
— Os meninos me contaram. — Chan falou de forma tão casual, como se fosse algo simples, mas Felix sabia que a palavra "meninos" escondia um outro nível de interesse. Os amigos de Hyunjin certamente sabiam de tudo, e os próprios amigos de Felix, não poderiam deixar de comentar. Aquela maldita curiosidade alheia estava tornando tudo ainda mais complicado.
Felix tentava desviar o olhar, mas sabia que, mais uma vez, estava sendo capturado pelas profundezas daquele olhar. Chan estava mais perto agora, dando-lhe uma sensação de claustrofobia emocional. Não havia mais escapatória.
— E aí, como foi lá? — a pergunta de Chan estava carregada de algo que Felix não soubera identificar. Curiosidade? Provocação? Ou talvez apenas uma tentativa de ajudar Felix a sair da sua zona de conforto. Ele sabia que o irmão estava tentando entender o que estava acontecendo com ele, mas Felix ainda não estava pronto para explicar.
Felix sentiu seu estômago dar um salto. A imagem de Hyunjin foi instantânea na sua mente, como uma chama que não se apagava. O toque das mãos de Hyunjin em sua pele, o olhar que trocavam… e o beijo. Ah, o beijo. Felix fechou os olhos brevemente, tentando afasta-lo da sua mente, mas não havia como.
— Não aconteceu nada. — Felix tentou dizer isso com a voz mais firme que conseguiu, mas ela saiu trêmula, quase que um sussurro. Ele forçou um sorriso, mas não conseguiu evitar que sua expressão fosse uma mistura de desconforto e confusão. Ele sabia que estava mentindo, mas… o que mais ele poderia fazer?
— Está mentindo! — Chan soltou uma risada curta, mas não era zombeteira. Era como se ele tivesse visto através de Felix, como se o irmão soubesse exatamente o que ele estava tentando esconder, como se estivesse esperando por aquele momento. O sorriso de Chan se alargou, um sorriso quase satisfeito. — Eu te conheço muito bem, Felix.
Felix sentiu um calafrio subir pela espinha, mas não sabia como reagir. Ele queria fugir, mas as palavras de Chan estavam tão certeiras que parecia não haver mais como escapar. Chan sabia. Ele já sabia.
— Estou dizendo a verdade! — Felix tentou, mas a voz falhou. Seu coração disparava cada vez mais rápido, como se estivesse à beira de um precipício e não soubesse como voltar para terra firme. Ele não queria ser visto assim, tão vulnerável, tão perdido. Mas não conseguia esconder o que sentia. Ele só queria que tudo aquilo passasse.
Chan, então, deu um passo à frente, com o olhar fixo em Felix. A expressão do irmão estava um tanto curiosa, mas também havia uma ponta de diversão nela. Como se ele estivesse apenas esperando que Felix cedesse.
— Você beijou ele, não foi? — A voz de Chan foi direta, cortante. Não era uma pergunta qualquer, era uma afirmação. Felix congelou. Ele não sabia como reagir. Aquelas palavras pairaram no ar, pesadas, e tudo o que Felix queria naquele momento era se esconder, sair correndo para longe de tudo aquilo. Mas era tarde demais.
O mundo pareceu parar por um segundo. Felix não soube o que fazer, não soube o que responder. Ele apenas ficou ali, sem palavras, com as mãos suando e o rosto esquentando mais do que nunca. Como ele sabia? Como Chan sabia? A vergonha subiu como uma onda quente, e Felix sentiu que não poderia mais fugir.
— O quê? Não, claro que não! — Felix balbuciou, mas as palavras saíram tão rápidas e sem convicção que mal se ouviu. Ele tentou rir, mas o riso soou tão forçado que até ele mesmo se deu conta de como aquilo estava mal. Sua mente estava um turbilhão de pensamentos e, no fundo, ele sabia que não poderia esconder mais. Ele havia beijado Hyunjin. E estava tudo bem, mas também era aterrorizante. Ele não sabia o que fazer com isso. Não sabia o que fazer com os sentimentos que estavam começando a brotar dentro de si.
Chan, no entanto, apenas sorriu, dessa vez com uma expressão mais suave, mas ainda cheia de uma espécie de alegria silenciosa, como quem sabia mais do que deveria. Ele apontou para as orelhas de Felix, que estavam em um tom quase ruborizado de vergonha.
— Eu sabia! — Chan exclamou com um sorriso vitorioso, como se tivesse acabado de resolver um grande mistério. — Você beijou ele! Suas orelhas não mentem!
Felix rapidamente levou as mãos às orelhas, como se pudesse escondê-las de alguma maneira. Mas não adiantava. Eles estavam coradas e visíveis, entregando toda a sua vergonha. Ele não sabia como lidar com aquilo. Estava sem palavras. Como era possível que o irmão soubesse tanto sobre ele? Chan parecia um livro aberto, e Felix se sentia como se estivesse completamente exposto.
— T-talvez eu tenha beijado ele… — Felix murmurou, finalmente cedendo, e a vergonha tomou conta dele, mas ele não conseguiu mais negar. As palavras saíram quase como um suspiro, um peso que finalmente parecia alívio. Mas, ao mesmo tempo, o medo do desconhecido tomava conta dele. Ele olhou em direção à escada, os pais estavam lá em cima, e, se soubessem, ele não sabia o que poderia acontecer.
Chan deu uma leve risada, como se estivesse se divertindo com a situação, mas seu sorriso era mais acolhedor agora. Ele deu um passo para trás e terminou o copo de água.
— Ok, desculpe, acho que me empolguei um pouco. — Chan se desculpou com um sorriso, embora a animação ainda estivesse em seus olhos. — Quero ouvir tudo, com detalhes. Mas agora é hora de dormir. Seu dia foi muito agitado, Felix. Você precisa descansar.
Felix concordou, mas sua mente ainda estava a mil. Ele subiu as escadas, sentindo o peso da noite se arrastando consigo. Seu cérebro ainda estava processando tudo o que acontecera, como se tivesse vivido um filme que não soubesse interpretar. O beijo, os sentimentos, o que significava aquilo tudo. Não estava pronto, mas sabia que, de algum jeito, aquilo mudaria sua vida para sempre.
Ao chegar no quarto, Felix se jogou na cama, o olhar perdido no teto. Hyunjin. O nome ecoava na sua mente, o toque dos lábios ainda quente em sua memória. Ele estava apaixonado, e isso o assustava mais do que qualquer coisa. Ele estava começando a perceber que algo entre ele e Hyunjin já não seria mais a mesma coisa. Ele só não sabia ainda se estava pronto para encarar esse novo mundo.