ׄ ׁ ׁ ┈─ ׁ ♡
─ 𝟮° 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼𝗿𝗮𝗱𝗮 𝗲𝗺 𝗮𝗻𝗱𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼
❝ 𝐅elix era um jovem inexperiente no amor, alguém que, apesar de sonhar com uma conexão verdadeira, mal sabia como começar a buscá-la. Ele s...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Já era quase meia-noite quando Hyunjin retornou para casa. A noite estava fria, um vento cortante batia contra seu rosto, e o silêncio das ruas apenas intensificava o tumulto que fervia em sua mente. A cabeça do coreano doía como se latejasse por dentro, e seus pensamentos estavam uma completa bagunça, lembranças, preocupações e culpas se entrelaçavam de forma cruel.
Assim que abriu a porta da casa, foi recebido apenas pela meia-luz do hall de entrada. As luzes estavam apagadas, e o ambiente parecia tão silencioso que chegava a ser opressor. Imaginou, com certo alívio, que Felix já estivesse dormindo. Não teria forças para encarar o loiro naquela noite. Só de pensar em olhar nos olhos dele, sentia o peito apertar como se fosse esmagado.
Em passos pesados, arrastou-se até o escritório. Cada passo ecoava pela sala vazia, aumentando a sensação de solidão que o envolvia. Ao chegar, girou a maçaneta com as mãos trêmulas, sentindo o suor frio escorrer pela nuca, e entrou no cômodo escuro. Fez questão de não acender a luz, a escuridão combinava mais com o que se passava dentro dele.
Caminhou até a mesa e parou diante dela. Seus olhos pousaram na última gaveta, aquela que sempre permanecia trancada, quase como um pequeno cofre de segredos que ele mesmo se obrigava a ignorar. Inspirou fundo, tentando controlar o tremor nas mãos, e foi até a estante. Entre os livros, retirou uma pequena chave que mantinha escondida, quase esquecida ali. O coração batia acelerado, como se soubesse que estava prestes a fazer algo que não deveria.
Voltou até a mesa, inseriu a chave na fechadura e, ao ouvir o clique, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ao abrir a gaveta, foi quase como abrir uma ferida antiga. Lá dentro, encontravam-se diversas caixas de remédios para dormir, algumas ainda intactas, outras já pela metade. Fazia tanto tempo que não mexia ali que chegou a se espantar com a quantidade. Por um momento, ficou apenas encarando o conteúdo, o peito subindo e descendo de forma irregular, como se faltasse ar.
Depois de um longo suspiro, esticou a mão e pegou uma cartela que parecia perdida no meio de tantas caixas. Apertou-a entre os dedos e, sem pensar muito, retirou um comprimido, colocando-o na boca e engolindo seco. A sensação amarga escorreu por sua garganta, provocando um leve engasgo. Logo depois, jogou a cartela no lixo, como se quisesse se livrar do peso daquela decisão.