Os Marotos, os Sonserinos e as Horcruxs

Capítulo 2

— O que você está fazendo aqui? — Sirius gritou, a varinha ainda apontada para o elfo decrépito. Sua respiração controlada apesar da surpresa tanto da presença do elfo de sua família quanto pelo mesmo ter se defendido tão facilmente de seu feitiço.

Monstro ficou parado no meio da sala de estar, imperturbável exceto por sua expressão de preocupação na carranca enrugada.

O elfo o encarou, sua boca se movendo em uma expressão de desgosto.

— Mestre Regulus precisa de ajuda — o tom dele era contido mas a preocupação ainda vazava.

Sirius gostaria de apenas amaldiçoar o elfo, e se livrar dele. Ou apenas gritar para que ele desapareça. Como diabos ele entrou no seu apartamento, ele passou horas tornando o lugar seguro.

Mas o elfo estava falando de Regulus, seu irmãozinho. A primeira pessoa que ele amou, a única pessoa além de Andromeda que ele considerava algo dentro da família Black.

Por que Regulus mandaria Monstro em vez de vir ele próprio?

No entanto, Regulus também é um Comensal da Morte, para a eterna tristeza de Sirius.

Sirius nunca deveria ter abandonado ele para trás quando saiu de casa, mas ele tem certeza que não teria sobrevivido mais tempo morando com seus pais, não mais.

Sirius continuou olhando para o elfo. O que ele deveria fazer?

Isso deve ser uma armadilha, é uma hipótese provável - ele pensou.

Mas, novamente, por que usar Monstro? É um fato reconhecido até para quem não faz parte da família que Sirius e o elfo dos Black se odiavam mutuamente. E que o elfo até ficou feliz com a partida do Black mais velho.

— Com o quê? — Sirius pergunta, a varinha ainda apontada para o elfo, que não se moveu até agora.

— Mestre Regulus está colocando sua vida em perigo — Monstro diz apontando para a carta que ele tentou entregar a Sirius —  mas me ordenou para não contar a ninguém da família, ou ajudá-lo.

Ainda com a varinha levantada, Sirius pega o papel, a caligrafia de Regulus tão clara quanto o dia no pergaminho amarelado.

Sirius decidiu ignorar o fato que Monstro acabou dizer que ele não é parte da família, o suficiente para estar ali contando a ele.

— O que você quer que eu faça? No que Reggie está metido de tão perigoso?

— A carta explica tudo — Monstro diz apontando para o papel — mas para salva-lo, preciso que você me mande fazer isso.

Sirius levantou o olhar para o elfo, suas sobrancelhas escuras se franziram.

— Como uma ordem minha, que nem sou um Black, segundo você mesmos, pode sobressair uma ordem do próprio herdeiro Black?

Sirius não precisava ser um gênio para saber que o que Monstro estava prestes a falar não agradava em nada o elfo. A carranca enrugada ficou ainda mais feia quando o desgosto se tornou mais visível em seu rosto, quase como se as próximas palavras o ferissem de verdade.

— Um elfo doméstico serve uma família — a voz de Monstro se torna mais formal, da forma que Sirius odiava quando mais novo — ele está ligado ao sangue da família.

— Então tecnicamente você ainda é meu elfo, mesmo eu sendo deserdado? 

— Você ainda é um traidor de sangue que deixou a senhora Walburga muito triste, mas é a única esperança para Mestre Regulus.

— Isso já está me dando dor de cabeça — Sirius disse balançando a cabeça — foda-se, apenas traga Regulus aqui.

— Não posso — Monstro disse.

— Porra, por que não?

— Mestre Regulus vai descobrir que Monstro o desobedeceu — Monstro disse com um tom triste — ele tem uma missão, e tem que cumpri-la, ou apenas vai se colocar em mais perigo.

— Uma missão de Comensal? E ainda quer que eu ajude um assassino?

— Ele está indo buscar um item perigoso, muito poderoso. Leia a carta, o senhor vai entender.

— Quando ele vai nessa tal missão? 

— Ele pretende sair em alguns dias — Monstro mexeu suas mãos nervosamente — eu temo que ele não volte vivo.

Finalmente ele abaixou a varinha, balançando a cabeça de um lado para o outro, Sirius soltou seu cabelo, tentando aliviar a dor de cabeça que estava surgindo. Escovando o cabelo para trás com a mão da varinha.

— Como saberei que isso tudo é verdade, e não só uma armadilha para me entregar a Você-Sabe-Quem?

Monstro recuou levemente a menção do bruxo das trevas, algo que Sirius acharia mais estranho se ele tivesse completamente ciente.

— O Lorde das Trevas é a razão por Monstro estar aqui — o elfo admitiu — Mestre Regulus descobriu uma forma de talvez destruí-lo. Essa é a missão dele.

— Eu não acredito em você — Sirius disse irritado — tudo isso é apenas loucura. Mas bem, quando Regulus conseguir cumprir  essa missão, traga-o imediatamente a mim, não importa o que ele mande. Traga-o direto para mim. A menos que ele esteja morrendo antes, apenas traga-o vivo. É uma ordem.

— Sim Mestre Sirius — Monstro disse com uma estranha mistura de felicidade e esperança enquanto fazia uma reverencia. Uma mistura de coisas que são completamente assustadoras para Sirius, mas antes que ele pudesse falar algo, o elfo desaparatou.