Os Marotos, os Sonserinos e as Horcruxs

Capítulo 18

Nome após nome, família após família, Regulus os anotava em uma linha descendente ligando os casamentos e os filhos legítimos e até os ilegítimos que Regulus conseguia se lembrar. Havia tantas famílias ligadas ao de Salazar, sangues puro e até uma renegada, todos Britânicos pelas pesquisas dele. Se ele já não soubesse muito bem disso, ele ficaria chocado por nenhum Black ter se enfiado nessa árvore genealógica, principalmente se considerar que há ao menos um Black na linhagem de quase todas as famílias mais antigas do país, mas eles não estão ligados a Slytherin.

Irônico, 95 % dos Black estudaram na Sonserina.

Sua pesquisa finalmente parou em um beco sem saída, os Gaunt. Ele ficou irritado inicialmente com isso, esfregando os olhos depois de vários minutos olhando para os três nomes.

Gaunt foi a última família ligada a Slytherin viva, os últimos descendentes conhecidos foram Marvolo e seus dois filhos Morfin e Mérope. Resmungando, Regulus tentou se lembrar de algo que sabia sobre esses três, mas nada substancial surgiu de sua memória, apenas que os últimos Gaunt eram rechaçados pela elite bruxa em algum momento.

Eles eram uma família rica até certo ponto, consanguíneos comumente se casando entre primos — Regulus não vai julgar sobre isso, por mais que ache a ideia de se casar com uma de suas primas, o que é impossível com as três já casadas, ele no fim do dia ainda é filho de duas pessoas que são primas de primeiro grau — a prática não é muito bem vista mesmo entre os puro sangues, ainda assim acontece com muita frequência, desde que não sejam duas pessoas com o mesmo sobrenome a elite bruxa consegue fechar os olhos para esse detalhe em particular. Também faz parte dos Sagrados 28.

Nada disso os manteve no topo da colina social, eles se empobreceram muito antes dos últimos membros da família nascerem. Por mais dentro da elite que ser membro dos Sagrados 28 pudesse trazer a eles, está claro no sumiço da linhagem remetendo a algo mais ou menos há cinquenta anos atrás. No fim, pelo que Regulus se lembra de ter ouvido, os costumes de casamentos consanguíneos  deles tornaram Marvolo conhecido por ser inculto e violento, sua filha é considerada um aborto, nada sobre o filho dele veio a cabeça de Regulus.

— Achou algo?

Regulus levantou a cabeça para ver Evans, Potter, olhando para ele de seu lugar em uma poltrona velha. Já fazem dois dias que seu irmão a deixou como sua 'babá', Regulus ainda está ressentido por isso, mas a ruiva não é tão desagradável quanto as outras opções poderiam ser, tipo o próprio Potter ou Pettigrew.

Ela é curiosa mas não tão intrometida, não tem problemas com silêncio duradouros e aceita sem grandes insistência quando ele recusa algo. Claro, às vezes é uma batalha ferrenha e irritante, mas ela não seria uma Grifinória se não fosse teimosa e insuportável pelo menos algumas vezes por dia.

Novamente, poderia ser pior.

E ela ouve as teorias dele, contribui com informações, curiosidades, sua própria opinião, e quando eles divergem, com argumentos válidos também. A maior parte do tempo.

Eles não falam sobre a vida pessoal, o tempo de escola nem o que estiveram fazendo de suas vidas antes do início das pesquisas de Regulus sobre Horcruxes. Em algum nível havia um pingo de confiança em meio a todas as razões pelas quais eles não devem confiar ou acreditar um no outro, mas a guerra e a criação dele o tornou o que ele é e vai levar muito tempo para mudar isso.

Uma parte dele está muito orgulhoso por não ter a ofendido com algumas das várias injúrias que ele passou a vida toda aprendendo e reproduzindo, a outra parte sabe que é mais porque é ela quem tem uma varinha e ele não possui qualquer capacidade elevada de se defender no momento se a irritar de verdade, seu lado Sonserino que preza pela auto preservação e sobrevivência está indo muito bem.