Capítulo 5

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Monstro se odiava.

Tudo era sua culpa, ele nunca deveria ter levado seu jovem mestre até a caverna, nunca ao menos deveria ter dito a ele o que passou com o Lorde das Trevas. Mas a magia de ligação que ele tem com a família Black o impede de ir contra as ordens de seu mestre.

Agora ali estava o jovem Regulus, deitado em uma cama qualquer, em um cômodo mal limpo de uma cabana velha.

Monstro fez exatamente o que lhe foi ordenado pelo mestre Regulus, o levou ao até a caverna, o ajudou a beber da poção terrível, pegou a horcrux da bacia e a substituiu pela réplica do Medalhão de Slytherin que Regulus fez anos atrás.

Então quando o jovem mestre estava lutando por água e para se livrar daquelas horripilantes criaturas mortas que habitavam o lago ao redor da ilha, onde eles estavam, Monstro obedeceu a ordem de Sirius e os levou até ele.

Mas Sirius não estava mais na estranha casa onde Monstro o encontrou da última vez, ele estava em uma cabana no norte da Irlanda, muito bem protegida ele tinha que admitir. A casa estava aparentemente vazia quando ele e Regulus aparataram na sala, a lua cheia ainda brilhando no céu.

Regulus estava inconsciente, e Monstro sentindo o pânico ao olhar para seu rosto assustadoramente pálido, quase como se todo o sangue tivesse sido drenado de seu rosto e talvez do seu corpo.

No passado ele teria gritado, amaldiçoado e espantado a mulher ruiva que surgiu de outro cômodo da cabana, mas ela não estaria ali se não fosse de confiança ele concluiu.

Quando aparataram ali, ele olhou brevemente pela sala simples, havia porta retratos em alguns lugares, alguns incluíam essa mesma mulher, o jovem Potter que seu mestre desprezava, um rapaz alto e o senhor Sirius. Então quando ela apareceu, o choque passou rapidamente por seu rosto antes dela se concentrar em Regulus, socorrendo-o

— Onde está o senhor Sirius? — Monstro perguntou.

— Ele estará de volta assim que o Sol nascer — ela disse pegando o pulso de Regulus, passando a varinha sobre ele murmurando algum feitiço — o pulso está muito fraco. Coloque o no sofá vou buscar algumas poções.

Então ela partiu para outro cômodo. Monstro não gosta de obedecer pessoas fora seus mestres, ele gosta menos ainda de recebê-las de escorias e traidores de sangues, e ela sendo amiga de Sirius só poderia ser isso, mas ele se concentrou em ajudar seu precioso mestre.

Ele se abnegou em seu ressentimento e culpa, de todo o seu ódio por si mesmo e o profundo desejo de se punir por sua incapacidade de proteger o menino que ele criou desde o seu nascimento. Ele abdicou de tudo para se focar em ajudar a salvar seu mestre.

Demorou horas para que a ruiva, ela se apresentou como Lily, e ele tivessem alguma certeza de que Regulus não iria só morrer nos próximos cinco minutos.

Ela o deu todas as poções restauradora que tinham para tornar a situação do mais novo minimamente estável. Então trabalharam juntos para fechar os cortes que os Inferis fizeram na pele dele, enfaixando-o e o aquecendo.

Regulus parecia uma pedra de gelo de tão frio que sua pele estava. 

Eles também deram a ele alguns reabastecedores de sangue, mas isso não ajudou a repor alguma cor em sua tez pálida.

Quando finalmente o tornaram o estado dele estável, o sol já havia nascido e sua luz entrava pelas frestas da cortina feia nas janelas.

Monstro tinha que ir embora, ele esteve fora da casa Black por muito tempo, ele tinha muitas tarefas para fazer antes do mestre Orion e a lady Walburga acordarem, mas ele não queria deixar seu jovem mestre antes de ter certeza que o senhor Sirius estaria lá para cuidar dele.

Monstro estava quase distraído passando um pano na testa suada de Regulus, apenas ouvindo sua suave respiração e o peito magro, pálido e ferido subindo e descendo ritmicamente, quando a porta se abriu.

Ele levantou a cabeça em alerta, pronto para derrubar qualquer inimigo que tentasse machucar seu mestre, mas então três homens entraram. Dois deles carregando um mais alto.

Não levou mais de alguns segundos para todos se reconhecerem como presentes naquela sala não tão grande. A ruiva estava de volta, cruzando o caminho que a separava dos homens, ela estava falando mas Monstro não prestou atenção, muito focado em Sirius.

— Ele está estável, eu não sei ao certo o que aconteceu — Lily disse, sua voz penetrando no ambiente.

Ela trocou de lugar com Sirius sob o braço direito do rapaz cheio de cicatrizes. O moreno então se aproximou apressadamente do sofá que foi transfigurado em cama onde Regulus ainda estava.

— O que aconteceu? — Sirius perguntou, falsamente controlado.

Ele se ajoelhou ao lado do irmão, afastando o cabelo da testa dele. 

Os outros três partilharam um olhar antes de se retirar para outro lugar naquela cabana.

Sirius se voltou para Monstro quando não recebeu resposta. Sua expressão preocupada se transformando na ira Black.

— Eu fiz uma pergunta.

— Monstro não pode falar — o elfo disse recuando.

— Como não pode? Eu fiz uma pergunta, você me deve obediência, você mesmo disse.

— Mestre Regulus me mandou não dizer nada a ninguém da família  — Monstro respondeu — isso inclui você.

— Essa merda de "não diga nada a família" só me inclui quando te convém.

— Sim — Monstro respondeu — Monstro tem que ir — ele levantou as orelhas — Lady Walburga está me chamando.

— Você não dirá nada a ela, imagino.

— Por favor — o elfo suplicou, ignorando a acusação — cuide de mestre Regulus.

Ele aparatou após aceno condescendente de Sirius.

Os Marotos, os Sonserinos e as HorcruxsOnde histórias criam vida. Descubra agora