Bai Huowu
Como desconfiava, havia algo errado naquela cidade.
Embora, eu precisasse averiguar mais sobre toda aquela situação bizarra, e também cogitava a existência de outras crianças no estado do pequeno que eu carregava nos braços, ou seja, esquálido, sujo e faminto.
Por Buda Grandioso, o que tinha acontecido?
Chegamos ao muro, não teria como uma criança escalar aquilo. Eu precisava fazer um buraco entre as pedras plumbeas. O coloquei no chão, fiz um sinal para fazer silêncio, espalmei as mãos juntas e evoquei meu martelo de forjar. Menos de 2 segundos se passou e quando separei as mãos o martelo se materializou. Era feito de ferro obsid resistente e poderoso, capaz de potencializar qi e com isso impregnar a lâmina que se está sendo formada. A usei para canalizar energia o bastante e bati contra a pedra. Houve um tremor. Uma rachadura se formou. Pedras desmoronaram. E por fim, um buraco surgiu no muro, era grande o bastante para o garoto passar.
Me virei para ele, o pequeno tinha a boca semi aberta em admiração.
- Você é um cultivador?
- Não, sou algo muito melhor. Um ferreiro. - respondi com as mãos na cintura.
- Uau. Parece incrível.
Ajeitei seus cabelos lisos, os retirando do rosto. O menino tinha olhos brilhantes como dois sóis resplandecentes de admiração.
– Agora, me escute com atenção. Você verá um cavalo baio quando sair, quero que fique perto dele. – retirei a capa e o coloquei em seus ombros estreitos. – Fique seguro, tudo bem? Se eu não voltar ao nascer do sol, quero que suba no cavalo e vá embora. O animal é treinado, vai ajudá-lo a subir em suas costas, depois é só deixá-lo conduzir, o equino sabe o caminho de volta.
– Não volta lá, Bai Huo! Não volta! Vamos embora, por favor! – lágrimas desciam por suas bochechas descarnadas.
– Eu preciso ir.
– Por quê? – o menininho se agarrava a mim, com força. Seus dedos fechados, como algemas em meu pulso esquerdo.
– Se houver como ajudar, não posso virar as costas sem fazer nada. Talvez seja um pouco tolo, mas... Eu realmente preciso ver o que está acontecendo aqui.
O menininho me olhava confuso, eu não esperava que ele entendesse, sendo bem sincero, nem eu entendia a razão de voltar, quando poderia fugir com o garoto e denunciar os estranhos eventos do lugar para uma das torres de vigília dos imortais.
Aiya, Bai Huowu, o que você está fazendo? Você não é um herói. Suspirei.
– Vá. – mais uma vez, acariciei o topo da cabeça do garoto, o qual aos poucos me soltou, olhos cheios de lágrimas, soluços sendo silenciado por sua boca bem fechada.
– Volte rápido. – pediu com a voz tremida.
– Eu prometo. – garanti.
Ele assentiu e eu me levantei. O vi sumindo pela abertura e me virei, encarando a rua de pedra. Bai Huowu, o que você está fazendo?
Assim, avancei.
Verifiquei as ruas da cidade, estavam todas do mesmo jeito. Sapatos abandonados, casas com portas abertas que batiam numa canção sinistra, seguindo a batuta do vento. Havia roupas nos baús e panelas sobre o fogão a lenha, algumas casas tinham até comida no prato, claro que já estavam podres, mas era um sinal.
O que havia acontecido ali, se deu de forma abrupta.
Num momento sentado numa mesa para o almoço, no outro sendo arrastados da moradia.
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A Espada que Corta as Trevas
AventuraBai Huo Wu é um aprendiz de ferreiro ganancioso, que deseja um dia forjar uma espada poderosa o bastante para fazer as montanhas se ajoelharem. Uma espada que o faria ser convidado para ser um dos imortais, ele seria o primeiro ferreiro celestial. A...