Capítulo 4.2

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Como salvaria seus amigos se todos estavam presos? Não haviam aquelas "portas no chão", aonde bastava abrir e puxar os amigos, então como os salvaria?
Aquela criatura estranha olhava o redor em busca de algo e o Lee logo, infelizmente, descobriu a quem ele procurava.

Os olhos mecânicos se voltaram ao armário ensanguentado, aonde a criatura saltou numa velocidade absurda.
Um único movimento foi o suficiente para que alcançasse o armário aonde Seungmin se escondia.

O desespero abalou Minho como uma fatalidade desesperadora, em um ato de desespero, Minho usou a mão na direção do monstro.
O silêncio foi assustador, a cabeça da criatura se virou lentamente na direção do Lee, o momento de tensão parecia durar horas, o que não foi real, pois foram segundos, tais que se passaram tão lentamente que pareceriam dias arrastados como lesmas.
Pelos céus, iria morrer naquele momento e todo o esforço de seus amigos seriam em vão.
Não iria conseguir salvar ninguém, iria morrer como um merda perdedor.

A criatura parecia não se mover, enquanto Minho não se movia, ele também não se movia, até a música voltar e o Lee usar o cérebro.
Mesmo sendo o experimento 1006, ele ainda seguia as regras dos brinquedos, por isso com Mommy Long Lags ele só atacou quando errou, com Huggy, ele só atacou no momento que o player era perseguido, com Box-Boo ele só atacou depois que o verdadeiro Box-Boo acordou.

Afinal, havia um padrão, assim como todo jogo.

O Lee sorriu, talvez teriam sim uma vitória, a chance era bem pequena, irreal, quase inexistente, mas ele faria de tudo para acontecer.

– MINHO! SOCORRO! – a voz tão reconhecida por si soou, aquela voz que não iria esquecer ou confundir jamais.

– Jisung... – Minho murmurou, seus olhos se arregalaram, como iria salva-los? Sabia como enrrolar a criatura, mas mesmo assim, os meninos ainda estavam lá dentro.

Ou era o que acreditava, quando olhou para o lado e percebeu que dentro de uma tubulação estava o corpo desmaiado justamente do dono de tal voz.
Seus olhos se arregalaram, aquilo não estava fazendo sentido, sua cabeça travou.

Era uma armadilha.

Não tinha outra resposta além dessa, aquilo definitivamente era uma puta de uma armadilha.
Os meninos estavam na tubulação ou espalhados pelo mapa, todos desmaiados.

Quando olhou para trás, percebeu que no labirinto, atrás do mesmo, aonde havia a linha do trem, estava o bendito trem.

Seu coração falhou uma batida.

– Puta merda... – então era assim, ele teria que salvar um por um com aquele bicho na sua cola.

Percebeu bem até demais, pois quando voltou a atenção ao falso PJ Pug-a-Pillar, percebeu que ele não estava mais ali, mas sim no teto, olhando para si com aquele olhar mecânico assassino.

O sorriso de ferro cobria de canto a canto do rosto que deveria ser fofo, mas não era.
Deveria ser estupido, mas não seria tanto, quando a música retornou, Minho correu.
O primeiro corpo que agarrou foi o corpo ensanguentado de Seungmin, que depois do ataque da criatura, a porta do armário havia sido aberta.

O Lee o arrastou labirinto a fora, quando a música parava, ele também parava, olhando sempre para o teto, percebendo que aquele cão ainda o seguida, atento a qualquer erro seu.

Minho engoliu o seco, voltando a andar com o retorno da música, finalmente alcançando aquele trem para salvar Seungmin.
O próximo seria Jisung, porém na entrada do labirinto precisou parar, a música também havia parado.

A ansiedade batia na porta, precisava ter calma.

Com passos apressados, Minho retornou o monótono passo corrido, seguindo labirinto a dentro com a volta da música, finalmente seguindo a frente.

O Lee avistou Jisung, no mesmo lugar que antes, lugar este que precisou se esforçar para segura-lo e salva-lo.
Aquela tubulação escorregava para caralho, mas não poderia puxa-lo, pois a música não tocava.

O corpo do Han parecia querer a todo custo ir a favor da gravidade e das leis da física, logo neste instante aonde seria bem mais fácil simplesmente seguir rumo ao irreal.

Minho esperou, forte e paciente, quando enfim a música voltou, Minho puxou Jisung com toda sua força o abraçando como se sua vida dependesse disso.
O Lee levou consigo o corpo desmaiado labirinto a dentro, o arrastando para dentro do trem a todo custo.

Dois já foram, faltavam Changbin, Chan, Hyunjin e Felix, porém não fazia idéia de onde eles estariam.

O Lee procurou, cada canto daquele lugar, porém depois de quase duas horas procurando-os com aquele cão em sua cola, percebeu o que não deveria.
Eles não estavam ali.

Seus olhos se arregalaram, não poderia simplesmente seguir em frente novamente sem salvar seus amigos, seria suicídio, não conseguiria fazer uma coisa dessas.
Porém quando percebeu que não estava mais sendo perseguido pelo experimento 1006, o desespero bateu.
Ele não estava mais atrás de si, mas sim atrás do trem que salvaria suas vidas.

Em um ato de pavor, Minho correu.
Que se foda tudo, apenas correu.

O Lee pulou a catraca a toda velocidade, que se foda a música que havia parado.
Sua reação foi puxar a alavanca, seguindo rumo a próxima fase.
Quando lentamente o trem andava e ao seu lado surgiu Chan, Changbin e Felix, o Lee se sentiu tão mais tranquilo que quis chorar, porém algo estava faltando.

Seus olhos se arregalaram, olhando ao redor apavorado.

Hyunjin não estava ali.

O trem andou lentamente, quase como se o fizesse pagar seus pecados ao abandonar seus amigos.
A sua frente, uma enorme porta surgia, no qual bastou o trem encostar que a mesma se abriu.

Minho estava estático, sentado sobre sua cadeira Gamer, enquanto percebia a maior merda que poderia ter feito.

Hyunjin e Jeongin ficaram naquela porra de jogo.

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