𝟮.𝟰

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01 de Janeiro de 2009
17:26

Estava triste, profundamente triste, pois teria que me despedir de Tom por alguns dias. O que me conforta é que daqui alguns dias iremos para a casa da minha mãe visitá-la.

— Lava minhas costas?— pergunta e me entrega a esponja, a pego de suas mãos e ele se vira.

Faço o que ele pediu, e assim que termino deixo um beijo em seu pescoço.

O dia hoje foi incrível, passamos a virada do ano junto com os meninos da banda.

— Cadê minha escova de cabelo?— pergunto saindo do chuveiro e me enrolando na toalha.

— Estava em cima da cama na última vez que à vi.

Enrolo meu cabelo em outra toalha e arrumo a outra que estava envolvida em meu corpo.

— Que horas você vai?

— As sete.

— Mas o ônibus não vai sair só as dez?— pergunto e o olho enquanto ele passava o sabão em seu corpo, ele me encarava brevemente, porém, volta a se lavar.

— Preciso resolver algumas coisas com os caras, planejamento e revisão, só por precaução. Sabe que eu gosto de tudo organizado para não termos contratempos— concordo com a cabeça.

Vou até o quarto e lá estava a escova, a pego e vejo o celular de Tom vibrar na cabeceira, no lado em que ele dormia.

Escovo meu cabelo e observo o celular ligar a tela.

Não vibrou apenas uma vez, nem duas, nem três, mas sete vezes, sim, eu contei. Não sei o que iria fazer, se olharia ou não, e se for algo importante? Caminho até o aparelho e o tento desbloquear, mas deu senha incorreta.

Nesse momento eu fiquei mais curiosa ainda, porque de repente ele trocar sua senha? Se eu olhasse seu celular com frequência e ele se sentisse incomodado por isso, tudo bem.

Porém eu nunca ousei mexer nas coisas dele, principalmente seu celular, nunca olhei por conta própria, somente quando Tom mandava eu atender uma ligação ou algo assim, ele mesmo me passou a senha.

Penso em possibilidades de novas senhas, eu o conhecia bem, e em seguida da minha terceira tentativa de desbloquear o celular, obtenho sucesso.

Abro as mensagens e meu corpo se toma em ódio. Era mensagens de uma loura de olhos verdes, simplesmente linda, chamada Tracy.

"Estou com saudades" era a primeira mensagem da conversa, vindo dela. Ele não a respondeu no momento, respondeu três dias depois "Estava resolvendo algumas coisas" foi o que ele respondeu, e pela data das mensagens, estávamos viajando para a praia e ele respondeu no dia que voltamos.

"Quando podemos nos encontrar?" ele novamente não respondeu, e foi agora que ela mandou mensagem de novo. "Não vejo a hora de te ver" "Vamos no cassino mesmo?" "Se puder me mandar um retorno, preciso estar vestida digna do lugar" "Vai ser incrível" "Prefere cabelo solto ou preso?" "Não devia estar mandando tantas mensagens assim, mas é a empolgação" "Até mais!".

Sua última mensagem foi enviada com repletos emojis. Começo a rir e caminho até o banheiro.

— Amor seu celular está tocando— digo, Tom estava virado para o lado da parede, antes que ele pudesse se virar eu jogo o celular na privada.

— Merda!— exclamo, fingindo que o celular tinha escorregado da minha mão e caído no vaso acidentalmente.

— Puta que pariu— sai do box e corre até o vaso.

𝗗𝗔𝗥𝗞 𝗣𝗔𝗥𝗔𝗗𝗜𝗦𝗘 𝖳𝗈𝗆 𝖪𝖺𝗎𝗅𝗂𝗍𝗓Onde histórias criam vida. Descubra agora