𝟰.𝟭

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23 de Novembro de 2023
        10:03

— Isso, as flores são rosas vermelhas. Não, não serão no local que eu pedi na primeira vez, agora é para esse novo endereço que eu encaminhei para vocês!— falo no telefone com o pessoal da floricultura.

Escuto minha porta se abrir e olho em sua direção, Tom entra meio desconfiado e sério na sala.

— Ok, é isso mesmo, tudo bem eu pago a taxa de juros por mudar o local. Muito obrigada!— desligo.

Cruzo as pernas e o observo sentar na cadeira do outro lado da minha mesa. Ele estava com o cabelo preso em um coque e cheirava a loção pós banho.

Olho discretamente para sua mão esquerda, seu dedo estava com a marca de sol da aliança, mas agora aquele fino ouro não estava mais ali. Sorrio discretamente e sinto minha alma vibrar em felicidade.

— Pode dar uma pausa no trabalho para tomarmos um café?— ele pergunta, aquela voz rouca ecoa pelo ambiente e arrepia minha pele.

— Algum motivo especial?— pergunta e ele cruza os braços, Tom estava sério, e isso me preocupa.

— Um motivo que fará você repensar se realmente vale a pena casa com Jhonatan.

— Vou pegar minha bolsa!— afirmo me levantando.

Caminhamos em direção ao estacionamento o entramos em seu carro, olho para ele em busca de pelo menos algum sorriso, ou apenas uma face mais relaxada, mas absolutamente nada.

Ele para em frente a uma cafeteria, caminhamos sem dizer nada para dentro do local.

Tom puxa uma cadeira para que eu possa me sentar, minhas mãos estavam trêmulas e ele percebe isso. Então ele as pega e me olha de forma estranha, como se quisesse me ajudar, mas não soubesse como fazer isso.

— Me conta logo, por favor!— praticamente imploro.

— Preciso que fique calma, preciso que você mantenha o controle!— ali eu tive certeza que seja o que for que ele diria, era mais sério do que tudo que poderia passar na minha cabeça naquele momento.

— Eu descobri— diz afirmando com a cabeça, com seus olhos se tomando de lágrimas e seu corpo se tremendo de ódio.

Daquele segundo em diante, parecia que todo o mundo tinha parado. Cada palavra que saia da sua boca parecia demorar um século para ser dita, eu conseguia notar o suor em sua testa mesmo estando frio.

Ele diz o que eu mais temia, agora mais do que nunca eu me pergunto se realmente agora não há um buraco fundo em meu peito, porque sei que meu coração se dilacerou totalmente agora.

Era eu e ele, almas gêmeas frente a frente, totalmente separadas e quebradas, corroídas por dentro, buscando paz pelo menos por um segundo. Mas a paz era algo inalcançável diante de nós, dois problemáticos procurando se livrar dos malditos problemas.

Eu escutei cada palavra, e há cada palavra dita eu sentia uma parte de mim morrer, era inevitável.

Ele terminou de dizer tudo, eu escutei calada sem derrubar uma lágrima, e ele sabe que isso não era bom.

— Agora eu preciso que você cancele seu casamento, vamos ficar juntos, Nancy!— aperta minha mão— Somos novos, temos muito para viver, podemos ir embora e deixar tudo para trás, nos livrarmos disso antes que seja tarde demais, fazer os culpados pagarem e vivermos nossa vida em paz.

Eu não digo nada, meus olhos o respondem por conta própria, e ele nega com a cabeça.

— Você não entende, não estamos falando de algo normal, sabe muito bem o risco que corre se não sair disso logo.

𝗗𝗔𝗥𝗞 𝗣𝗔𝗥𝗔𝗗𝗜𝗦𝗘 𝖳𝗈𝗆 𝖪𝖺𝗎𝗅𝗂𝗍𝗓Onde histórias criam vida. Descubra agora