Neil Josten nunca teve muita sorte na vida, quando o vírus zumbi chegou, parecia só mais um problema a qual teria que lidar. Tentando fugir do seu passado, ele encontra um grupo de sobreviventes bem distintos e acaba sendo salvo por Andrew, um sobre...
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Neil passou os olhos pelo interior da Van assim que colocou seus pés pra dentro, Andrew, estava com a cabeça encostada no vidro na primeira fileira com Kevin ao seu lado.
— Oi – Nicky estava agora sentado atrás – pode ficar aqui – ele deslizou até o assento da janela deixando espaço para Neil. – eu sou Nicky, primo dos gêmeos, Andrew e Aaron. Faz tanto tempo que não achamos um sobrevivente perdido, qual é seu nome?
— Neil Josten.
Dan pulou para os bancos de trás direcionando um olhar de pena para Neil, logo Nicky começou a tagarelar sem parar indo de assuntos como: zumbis atacando o campus da universidade onde ele cursava seu primeiro ano até o seu incrível namorado Erick.
Na verdade, Neil, não prestou muita atenção no que Nicky dizia, enquanto Nicky despejava uma história exagerada de como foi a primeira vez que se deparou com um zumbi, Neil também se lembrou da sua primeira vez.
Tudo que Neil sabia era que seu pai e seus capangas Jackson Plank e Romero Malcolm, além de sua braço direito Lola estavam no porão. Neil, não queria pensar muito no que estavam fazendo, depois de ter os visto entrar na casa com mais um homem desconhecido.
Mary, havia saído e Neil jogava Exy na quadra da mansão quando um dos homens do seu pai deu as cara no lugar, era Romero, ele gritou Neil pelo nome verdadeiro avisando que Nathan o esperava no porão. Neil sentiu suas pernas rangerem, além do suor frio escorrendo por seu rosto, Nathan não era o tipo que dava atenção para o filho, normalmente, só ignorava a presença como se Neil fosse uma mosca no meio do caminho, só sendo requisitado mesmo, quando Nathan precisava de um saco de pancadas.
Ele largou a raquete de Exy no chão, enquanto o homem o encarava impaciente. Neil o seguiu a passos pesados, normalmente se Mary estivesse em casa, ela intervia quando Nathan se atrevia a tocar em Neil, embora, ela não tivesse muitos recursos para enfrentar o homem, a distração dela servia para que Nathan direcionasse as agressões a ela e tirasse o foco de Neil.
O homem empurrou a porta e desceu os degraus, seu sapato social batendo na madeira e repercutindo em um ruído assustador. Com as pernas tremendo ele fez o mesmo, desceu, o medo parecia fazer parte dele, era algo que estava cravado em cada célula do seu corpo, com o tempo ele só havia se acostumando com aquela sensação, deixado que ela o habitasse como parte de si, porque, ela era uma parte de si. Ele nasceu com o sangue Wesninski, por tanto deveria ser temido como seu pai ao invés de sentir medo, por esse motivo ele sempre empurrava aquele sentimento pra bem longe deixando que a indiferença ficasse exposta, mas todas as vezes que Nathan o encarava, era como se tudo dentro dele se desmontasse, o medo gritava intercalando com o ódio, a mistura perfeita para que Neil sentisse vontade de matá-lo, mas ele nunca o fazia, nem quando as torturas eram insuportáveis, ou, quando os gritos de sua mãe eram agonizantes demais, talvez ele fosse covarde demais pra isso. Porque, no final das contas, o que o impedia de tirar a vida de um homem que sequer carregava humanidade dentro de si? E, esse, era o maior medo de Neil, perder sua humanidade, se é que ainda restava uma pra ele, sendo filho de Nathan.
