Um momento de esperança, a comodidade de se sentir em casa em meio a destruição

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A morte parecia tão barulhenta e indolor, tinha pessoas gritando e muitos, muitos tiros. A sensação era de estar em um campo de guerra, Neil sentiu o cheiro da morte porque ela estava em todos os cantos circulando pelo ar como algo tangível.

Os barulhos de disparos eram tão altos e pareciam tão próximos que ele ficou completamente desorientado, um zumbido irritante parecia perfurar seus tímpanos. Ele se encolheu percebendo que ainda estava protegendo Maya com o corpo, as batidas do coração da garota eram tão altas que mesmo com o barulho e o zumbido em seu ouvido ele a podia escutar.

— Levanta – ele sentiu algo se agarrar em sua blusa o puxando para cima.

De olhos fechados arfou, o ar quente parecia queimar suas vias respiratórias, contudo fez com que se desse conta que ainda podia respirar, logo entendo que ainda estava vivo. Mas a morte parecia tão próxima...

— Merda, levanta. Temos que sair daqui agora.

De novo a mão o puxou, mas dessa vez também tentou arrancar Maya de seus braços, Neil atacou o que tivesse ali na sua frente, não podia deixar nada tocar em Maya, porque ele a prometeu que lhe tiraria dali bem. Também não queria abrir os olhos com medo do que fosse encontrar.

— Neil – novamente a mesma voz disse, agora apertando seu braço como se quisesse o trazer de volta daquele choque pós traumático que ele havia entrado.

Ele forçou o pânico para longe e se obrigou a abrir os olhos e levantar o rosto. Ele viu a imagem de um anjo, um anjo loiro e lindo que talvez tivesse vindo para lhe buscar, mas era só Andrew com seu olhar zangado.

— Escuta. Precisamos sair daqui.

Andrew estava agachado na sua frente, segurando firme seu braço e o olhando nos olhos e não era com a sua típica frieza, havia sentimento ali de tal forma que tirou Neil da confusão mental em que estava.

— Andrew, eu... – ele parou quando percebeu que Andrew estava uma bagunça e havia sangue por todos os lados, em sua roupa e em seu rosto. Ele olhou em sua volta, os zumbis que estavam tentando o agarrar se encontravam todos caídos no chão completamente imóveis. E os tiros não paravam. Olhou para o lado e viu Aaron e Kevin segurando armas automáticas e atirando em tudo que se arrastava. Já havia centenas de criaturas mortas espalhadas pelo chão. – Eu tô vivo.

— Sim, me dê a Maya. Vamos.

Se sentiu tão estúpido por ter se entregado a morte, por ter ficado lá esperando que ela chegasse, por ter recorrido a um Deus que parecia nunca ter se importado com ele.

— Pode deixar que eu a levo – ele disse incisivo, queria ele próprio cumprir a promessa que fez a ela.

— Você foi mordido?

— Eu tô bem e não, eu não fui mordido. – ele se levantou sentindo o corpo dolorido pelo esforço que já tinha feito – Andrew – inspirou – obrigado por ter vindo por Maya. Eu não teria conseguido resgatá-la sozinho.

Eu, você e o fim do mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora