A morte sorrateira, uma incógnita chamada Andrew e o problema que ninguém pediu.

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Neil paralisou no lugar – aquele barulho peculiar fez seu coração dar um salto porque lembrou dos gritos angustiantes proferidos no porão pelas vítimas do seu pai –, enquanto Andrew correu para fora

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Neil paralisou no lugar – aquele barulho peculiar fez seu coração dar um salto porque lembrou dos gritos angustiantes proferidos no porão pelas vítimas do seu pai –, enquanto Andrew correu para fora. Wymack olhou apreensivo para Abby que deu um aceno de que cuidaria de Matt, mesmo incerto ele seguiu Andrew pedindo ao restante do grupo que ficasse no trailer.

O silêncio depois do grito era mais assustador ainda, o semblante de preocupação de quase todo mundo deixava o ambiente mórbido. Neil precisava sair pra respirar estava se sentindo sufocado e deslocado.

Abby disse o nome dele enquanto passava pra fora, mas ele ignorou, tentou capturar cada lufada de ar fresco do exterior. Viu Seth e Bee saindo do outro trailer assustados com semblantes sonolentos, a mulher segurava as mãos de uma menininha de olhos amendoados, Wymack gritou para que eles ficassem em segurança enquanto ia em direção ao trailer dos primos. Neil não pensou duas vezes ao segui-lo. Talvez estivesse sendo um pouco intrometido, mas sabia que mesmo não conhecendo aquelas pessoas direito se sentiria mal se algo acontecesse, principalmente Nicky que havia o tratado tão bem. E ficar dentro do outro trailer com um monte de pessoas que o olhavam estranho era pior.

Ele chegou no encalço de Wymack que parou antes de entrar completamente, Neil levantou o olhar vendo que Andrew, friamente analisava a cena a sua frente já o treinador levava as mãos à cabeça.

Aaron estava parado no meio do trailer segurando uma arma, a arma que ele já havia apertado o gatilho e que causou uma cena horrenda pelo chão.

— Não – Nicky choramingava se debatendo enquanto Kevin o segurava firmemente – Erik, não-não...

Seu rosto estava uma bagunça, as lágrimas tinham tomado conta, suas roupas sujas de sangue além de estar tão transtornado que Kevin mal conseguia o conter. Mesmo sendo mais forte, Kevin não conseguiu continuar segurando-o, Nicky se arrastou caindo sobre o corpo sem vida do namorado não se importando com a poça de sangue que formará nem com o fato de não ter sobrado muita coisa da cabeça de Erik.

Nicky deitou a cabeça no peito do namorado gritando o nome dele a plenos pulmões como se com isso ele fosse de repente acordar sendo o que ele sempre fora antes de ter sido mordido.

— Olha a sujeira que você fez – Andrew tentou não pisar no sangue que inundava o carpete enquanto ia na direção de Aaron.

— Ele ia atacar o Nicky, não tive outra opção.

— Você sabe que havia outras maneiras menos barulhentas e sujas. – Andrew arrancou a arma da mão do irmão que não se opôs a atitude, na realidade quando Andrew fez isso um peso parecia ter sido tirado dos ombros de Aaron. – tenho certeza que esse barulho deu pra escutar a quilômetros daqui.

— Nicky, eu sinto muito – Wymack consolou.

Neil observou o caos da cena, a melancolia impregnada, o choro dolorido de Nicky que repetia, vezes seguidas, que queria morrer junto ao namorado. O cheiro inconfundível de sangue. A frieza de Andrew, nem mesmo Neil que já havia visto inúmeros assassinatos cruéis tantas vezes na vida não esboçava tanta frieza, o loiro olhava para a sujeira no carpete como se aquele fosse seu único problema. Wymack bateu nas costas de Nicky em um sinal desajeitado de conforto. Não havia muito o que dizer diante de tal cena, a não ser deixar Nicky despejar sua tristeza em cima do corpo do namorado falecido.

Eu, você e o fim do mundo Onde histórias criam vida. Descubra agora