Capítulo 3 - Um monstro em casa

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Já estava bem tarde quando meu pai foi ao meu quarto.

- Rosie?

- Pode entrar, pai.

- Eu não quero você com esse tal de Adam, o Dylan merece ser respeitado. E temos negócios com a família dele, você precisa entender que o amor, o amor é relativo, negócios e obrigações sempre vem antes.

Respirei fundo, me levantei da cama, me aproximei do meu pai, segurei na blusa dele e tive cinco segundos de coragem e disse:

- Não ligo para essa bobagem que está falando, eu me sinto bem com ele, então, não vou me afastar, o Dylan não merece nada de mim. Eu não pedi para fazer parte dos negócios.

Meu pai ficou vermelho de raiva, eu podia ver o ódio o consumindo. Sua mão esquerda retirou a minha mão da blusa dele e a outra mão dele me deu um tapa no rosto que cai no chão.

- Você vai sim se afastar dele, eu dependo do seu namoro com o Dylan, porque assim seus pais compraram as ações da empresa, há muito tempo eles querem comprar, e agora com esse namoro, o acordo está quase fechado. Eu não me importo com os seus sentimentos, se eles dizem que o Adam é bom, simplesmente eu não quero você com ele para não atrapalhar os meus negócios.

Comecei a me tremer, não acredito que ele me bateu, como ele teve coragem de bater em meu rosto. Eu não acredito também que ele possa ter dito isso de maneira tão fria e calculada.

- David, porque a Rosie está no chão. Rosie seu rosto.

A minha mãe não tinha ideia do que estava acontecendo e me ajudou a levantar. Eu comecei a gritar.

- Você é um monstro, um monstro perturbado, saia do meu quarto.

Lutei com todas as minhas forças e o expulsei do meu quarto, minha mãe saiu sem entender nada, e eles foram para o quarto deles brigar.

Algo em mim está consumindo minha alma de raiva e desespero, como pode fazer isso, como ele pode ser um pai tão horrível, como se vivêssemos no século 19, para ter sócios fazer a filha namorar por dinheiro, não consigo mais viver assim.

Fiz um coque no cabelo e desci pela árvore, andei um pouco e pedi um táxi.

- Por favor, me deixe no Alface Hall.
Nesse momento eu tenho apenas duas certezas, eu não quero ver o Dylan ou meu pai e a outra é que com certeza o Adam está no Alface Hall, onde a turma do colégio sempre se encontra.

Paguei o táxi e fui direto para o balcão de recepção.

- Garçom, você conhece um cara chamando, Adam Suliver, ele é alto, pardo, cabelo preto e olhos castanho?

Ele apontou para uma mesa onde só tinha homens, então caminhei até lá.

- Adam?

Ele se virou rápido e sua expressão era de surpresa.

- Rosie - levantando da mesa - o que está fazendo aqui?

- Você pode me acompanhar até a porta?

- Rosie, você está pálida e tremula.

Caminhamos até a porta e eu estava segurando minhas lágrimas.

- O que houve? Porque está na rua até essa hora?

Sua cara era de aflição, ele não estava entendendo nada e eu não aguentei, desabei em lágrimas.

- Meu pai, ele me bateu. Ele bateu em meu rosto e eu caí no chão. Meu Deus, por que estou falando isso para você? Não somos nada.

Passei as mãos em minha cabeça atordoada, mas naquele momento, eu só tinha ele.

O Adam passava a mão em seu maxilar, pensativo com o que eu tinha falado, ele segurou firme em minha mão e perguntou:

Um dia as rosas secamOnde histórias criam vida. Descubra agora