Um dia as rosas secam

Capítulo 17 - Laços

Sinto que agora estou sem nenhuma amarra, nada mais me prende, ver o meu pai sendo levado, minha mãe tomar coragem e falar a verdade na cara do meu pai e saber que ela entrara com ações judicias para acabar com qualquer laço com o meu pai me deixa em êxtase, e a May, ela saindo sem nada, pagando também pelo que fez, Dylan e Lolla vivendo a vida dele e me deixando livre, me traz alivio, mas por mais que tudo isso tenha acontecido, eu sinto falta dele, eu disse mais cedo que eu nunca mais pensaria nele, mas é mais forte, não preciso do Adam para me sentir completa, mas gosto de estar com ele por que ele me ama ver sendo quem eu sou, e isso me acalma, eu gosto de saber que no fim do dia eu teria alguém para deitar e conversar, rir, fazer macarronadas e comer pizzas, é uma pena que tudo acabou, tudo escorreu pelo vão dos meus dedos, pois eu não deixei nós termos uma última conversa.

As pessoas já estavam dançando na pista e eu comecei a procurar o Dylan loucamente.

- Dylan, poderia me emprestar o seu carro?

- Claro.

Ele me entregou as chaves e fui procurar a mamãe.

- Mãe, eu preciso sair, quero respirar.

- Tem certeza?

- Sim, eu preciso.

Peguei o carro na garagem e fui para a praia, o dia foi muito conturbado e preciso digerir tudo, mamãe ficou me olhando sair sem entender o que eu queria.

Estacionei o carro e caminhei na areia, tirei os saltos e os levei nos dedos.

O sol ainda não tinha começado a se pôr, sentei na areia e abracei os meus joelhos, as lágrimas começaram a rolar, eu não posso conter, meus soluços me sufocam, o buraco no meu peito não consegue ser preenchido, ele lateja e me faz ver que eu preciso dele, que eu o quero e que já não tem sentido as coisas sem ele, eu tentei lutar, mas é mais forte que eu.

Eu tentei lutar todos os dias e todas as noites antes de dormir, mas ver as rosas, entrar no quarto e ter lembranças do Adam me faziam ficar presa aos seus braços mesmo ele não sabendo.

- Linda Rosa? - Voz suave e perto.

Instantaneamente minha pele ficou arrepiada, era como se todos os meus sentidos estivessem aguçados, aos poucos meu choro cessou, tenho certeza que minhas pupilas dilataram e minhas lágrimas pararam de rolar, levantei a cabeça devagar, e era ele, Adam Suliver, do mesmo jeito, alto, lindo e seu olhar demostrava apego, pude ver seu rosto ficar corado.

Eu não queria estar com mais ninguém, a não ser com ele, minha alma estilhaçada começava a se remontar.

- Linda Rosa, você está bem? - Pondo as mãos no bolso da jaqueta preta.

Apenas pulei em seus braços e o abracei, meu coração está disparado, eu nem consigo falar, agora consigo ver claramente como senti falta das nossas risadas, do hotel e de tudo o que havíamos criado.

O Adam me abraçou com muita força, seus braços me cobriam e me faziam sentir paz, o seu coração estava disparado, parecia uma festa.

Passei alguns segundos em silêncio apenas abraçada com ele.

- Adam, eu senti sua falta. - Soluçando.

Ele e beijou minha testa delicadamente.

- Rosie...

Seus dedos tocaram meus lábios e sua respiração ficou lenta.

- Eu perdi as contas de quantas vezes eu acordei a noite pensando em você, e de como eu sinto a sua falta, Linda Rosa. Se eu pudesse voltar no tempo e desfazer tudo o que eu fiz, eu voltaria, só para te conquistar de verdade e te mostrar que você merece mais do que eu fui, você merece mais do que eu pude demonstrar, você merece alguém que ame cada imperfeição perfeita sua, você merece ser amada como se fosse o último dia na Terra. - Com os olhos lacrimejando.