Capítulo 4 - Feridas abertas

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Acordei e recebi o café da manhã na cama.

- Bom dia, minha filha.

- Bom dia, mãe. Não precisava trazer o café pra mim.

- Eu quero que se recupere bem.

Eu pude perceber uma mancha roxa embaixo das suas blusas de manga.

- O que ouve com o seu braço?

Ela ficou sem graça e eu pude ver o desconforto em seu rosto pálido.

- Nada, Rosie. Eu devo ter machucado em algum lugar. Bom, eu preciso ir na fábrica, você ficara bem sozinha?

- Sim.

- Eu voltarei ao meio dia.

Eu mal consegui responder, eu vi em seus olhos medo ao perguntar o que tinha acontecido, o mesmo medo que senti quando o meu pai me bateu.

Quando acabei o meu café minha mãe já havia ido. Então como eu estava só em casa, desci para a sala de estar e fique mexendo no notebook, quando menos espero ouço a campainha soar. Eu abri a porta e dei de cara com o Adam.

- O que está fazendo aqui?

- Esperei sua mãe sair e vim te ver.

- Eu devia ligar para a polícia, isso está virando uma perseguição.

- Talvez esteja. - Levantando a sobrancelha.

Seu olhar era de espanto e o meu de desprezo.

- Sua casa é muito bonita e grande.

- É claro. O que quer? A nossa
conversa ontem não foi clara na noite passada?

- Foi, mas só vim te dizer que ontem vi o seu namorado no Alface Hall.

Revirei os meus olhos.

- E qual a novidade?

- Não vai me deixar entrar? Os vizinhos podem comentar.

Deixei que ele entrasse, e voltei para o sofá, ele me acompanhou e se sentou.

- A novidade é que eu vim ficar com você e o Dylan não.

- Ele ia vir, mas pedi que não viesse. Não devo satisfação a você sobre minha vida.

- Não deve, e nem eu da minha.

Um silêncio ficou por alguns segundos até ele falar uma pérola.

- Eu gostaria de te levar em minha casa.

Eu dei uma gargalhada escandalosa.

- Qual é o seu problema?

- Você. Ainda não percebeu?

Respirei fundo e por mais que eu estivesse com muita raiva dele eu queria ir com ele, mesmo sabendo que talvez eu o despreze, eu gostava da sua companhia perturbada.

- Certo. Não posso ficar muito tempo fora de casa.

- Não vai demorar.

Eu sai de casa e subi em sua moto, meus braços laçaram sua cintura e seu perfume amadeirado me deixaram mais apaixonada. Chegamos no hotel e desci da moto rapidamente.

- Sabe guiar moto?

- Não. E depois dos acidentes de moto, eu perdi qualquer interesse que um dia eu poderia ter.

Seu maxilar marcado e seu sorriso maldito eram uma tentação, eu percebi que ele estava rindo e passando a mão no cabelo, então baixei a cabeça e me virei.

- Rosie, vamos entrar.

Ele passou por mim e me levou até o salão do hotel. Ele pegou uma vodka envelhecida e começou a beber na boca do litro mesmo. Eu o observei, está cedo demais para beber, mas para o Adam, parecia não ter hora.

Um dia as rosas secamOnde histórias criam vida. Descubra agora