Capítulo 10 - Interferências

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Acordei tarde, mamãe ainda estava dormindo, eu acabei perdendo a aula, mas isso não importava, desci e fui tomar meu café da manhã, meu pai já havia saído. Com pouco tempo mamãe desceu e se juntou para o café, seu rosto estava inchado, provavelmente ela tinha chorando a noite.

- Mamãe, você está melhor?

- Sim, Rosie.

Nosso café foi silencioso, terminei de comer as panquecas e fui para o sofá, mamãe foi para o quarto dela e eu continuei deitada pensando, pensando no que eu iria fazer, em instantes adormeci, acabei sonhando com o Adam, nós dois estávamos correndo pelo hotel, brincando e parecia que estávamos pintando o hotel, nesse sonho eu podia sentir que tudo estava bem entre mim e os meus pais, eu me senti tão feliz e tão leve, até pareceu real por instantes.

Foi um sonho breve, mas muito bom. Acordei na hora do almoço com o meu pai conversando com alguém no celular. Me sentei no sofá atordoada, meu pai me olhou e desligou o celular.

- Pensei que estivesse no colégio.

- Não acordei cedo.

- Já pensou em como vai pedir desculpas para o Dylan?

Eu fiz uma careta para o meu pai. Como assim eu pedir desculpas para o Dylan?

- Por que eu pediria?

- Por que ele levou uma surra por sua causa e por que ele é seu namorado.

Me levantei do sofá e pude ver que a mamãe estava descendo as escadas sem entender o motivo da discussão.

- Ele não é mais meu namorado, e mesmo que fosse, eu não pediria desculpas. Não fiz nada de errado.

- Rosie, peça desculpas a ele. E você vai continuar namorando com ele, não insista.

Ele pôs a sua maleta na mesa e tirou a gravata.

- Não insista você, depois do que houve ontem como ainda pode querer que eu fique com ele, você ouviu a parte que ele me traiu? Você também ouviu a parte que ele insultou o Adam e quis bater nele?

Mamãe fitou o meu pai e ele sabia que ela a observava.

- Se não for ficar mais com ele, peço que saia de casa. - Pondo as mãos na mesa.

Minha mãe grilou os olhos.

- Como pode expulsar sua filha de sua própria casa?

- Melisa, ela não é capaz de sair, nem tem pra onde ir.

Eu assisti ele dizer aquilo com muita certeza de que eu não tinha para onde ir.

- Obrigada papai, por facilitar a minha saída dessa casa.

- O que? - um coro de Melisa e David.

- Isso mesmo, eu vou sair de casa, é melhor do que viver aqui com você me obrigando a continuar com o Dylan, nem ele mesmo quer isso, é uma pena que ele seja manipulável pela mãe.

Meu pai estava em choque, tenho certeza que ele pensou que eu iria ficar e continuar a viver neste caos.

Mamãe começou a chorar, desesperadamente, e a única parte que me deixa triste em partir, é saber que ela vai ficar só.

- Se você sair, Rosie Bandeira, só voltara se aceitar noivar com o Dylan.

- Não se preocupe, pai, eu não vou voltar.

- Por favor, Rosie, não escute seu pai.

- Mamãe, eu já não posso mais ficar, não assim. Ele me forçou a namorar com Dylan, depois me bateu por causa dele, agora quer que eu noive e ainda me ameaça, dizendo que se eu não noivar irá me expulsar de casa. Pois ele não precisa de mais esforços, porque estou de saída.

Um dia as rosas secamOnde histórias criam vida. Descubra agora