09 - NEGAÇÃO E CONFUSÃO

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GABRIEL BARBOSA

— O que você está fazendo aqui? — Antonella perguntou.

Antonella parece… fofa? Nunca pensei nessa expressão para descrever a morena, mas neste momento, com a cara amassada de pós sono e  pijama de princesinha, ela parece fofa.

Também, me faz pensar na sensação de acordamos na mesma cama, com a sua bunda roçando no meu pau e o meu braço rodeando a sua cintura… É, essa parte não é tão fofa igual o seu rostinho de sono.

Qual será a sensação de acordar ao lado de Antonela? Eu saberia, se essa palmeirense filha da puta não tivesse me dado perdido ontem. Quando acordei, a cama já estava gelada e não havia nenhuma mensagem de despedida, e minha primeira reação foi enviar mensagem pro Arrasca, que é simplesmente o pior amigo do mundo, fez piadinhas e deu risada da minha cara.

— Seu avô me convidou para o churrasco — Sorri.

— Churrasco?

— Churrasco! Seu avô me mandou mensagem combinando um almocinho de carnaval.

— Mensagem?

Noite passada, não houve festa na Sapucaí e eu recusei todos os convites de resenha — estava meio cansado de festa — acordei cedo e gastei boas horas e energias na academia, resumindo, meu dia estava um tédio, mas melhorou muito com a mensagem de convite para almoçar na casa da família Bianchi. PORRA. Eu amo o meu futuro sogro de segundo grau… isso existe né?

— E você? — Ergueu uma sobrancelha.

Arrascaeta abriu um sorriso, que seria capaz de matar milhares de flamenguistas de amor.

— Eu vim no pacote, pague uno e leve dois — Afirmou.

— Eu preferia não levar nenhum dos dois — Murmurou baixinho — Vocês sempre andam juntos? Toda vez que encontro um, o outro está no mesmo lugar. Nasceram grudados ou o quê?

Besteira! Não estamos sempre grudados.  Saímos juntos às vezes.

— ANTONELLA! Amore mio, não seja mal educada com as visitas — Escutei a voz do senhor Vicenzo, que não demorou a surgir no meu campo de visão — Vamos, entrem vocês dois e ignorem a falta de educação da minha neta, ela está com sono e de ressaca porque ficou a noite inteira na gandaia.

Estava onde? Não que eu ligue…

— Que pouca vergonha — Murmurei.

Antonella me lançou um olhar de reprovação, mas segurou o seu xingamento.

— Você chamou mais alguém? — Perguntou.

— Não, todos que conheço são flamenguistas e não deixariam esses dois ídolos aproveitarem o almoço — Deu de ombros.

— Vou subir e trocar de roupa. Você pode abrir a porta para a Valentina? Ela deve chegar daqui a pouco — Resmungou, desaparecendo nas escadas.

— GABI! — Leonardo surgiu sabe-se lá da onde e se jogou nas minhas pernas, esticando os braços na minha direção.

Entreguei as sacolas cheias de cerveja nas mãos de Arrascaeta, e peguei o loiro nos meus braços.

— Eai, cara — Sorri — Olha só, 'tá usando o manto.

— Com meu nome — Disse Giorgian.

— Que trairagem — Resmunguei, fingindo estar chateado.

Da última vez, eu estava muito envolvido na companhia de Antonella e não pude reparar na magnitude dessa mansão, mas neste momento estou reparando em cada mínimo detalhe... MÍNIMO? Não sei o motivo de ter usado essa palavra, nenhum mísero detalhe nessa mansão pode ser descrito como mínimo.

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