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GABRIEL BARBOSA
— Gabigol, peço perdão pelo problema com as luzes do seu camarim, eu já solicitei que alguém da equipe venha trocar — o funcionário da Globo se desculpou, com um sorriso tímido.
— De boa, luzes queimam mesmo — respondi com um tom tranquilo.
— Preciso resolver algo com as pessoas da plateia, mas você não precisa ficar aqui até trocarem a luz. Você pode esperar no camarim do lado. A Ana falou com a nossa outra convidada, e ela não se importa em dividir por alguns minutos.
Respirei fundo e aceitei dividir o camarim enquanto a equipe resolvia o contratempo técnico.
Não era a melhor das ideias, considerando como meu humor estava uma porcaria nos últimos dias. Quando eu concordei em participar do Altas Horas, a minha vida não estava um caos e eu imaginei que estaria muito mais animado no dia da gravação. Porém, imprevistos acontecem e mesmo que eu não me sinta eufórico, não posso simplesmente virar as costas, eu preciso cumprir o combinado.
Eu amo o programa e não posso arruinar essa oportunidade por causa de uma dor de cotovelo.
Desde de o Copacabana Palace, eu estou meio que na merda.
No fundo, sempre soube que estava apaixonado por Antonella. A intensidade dos meus sentimentos, porém, era algo que eu não conhecia completamente.
Tive diversos relacionamentos, mas nunca me senti tão obcecado por outra pessoa. Era como se estivesse embriagado, completamente viciado na droga chamada Palmeirense Maluca. Ela estava enraizada no meu sistema, e eu não conseguia me livrar dela.
Essa mulher é uma bruxa e me prendeu profundamente em seu feitiço.
Segui para a porta indicada por Jorge, batendo duas vezes na madeira antes de girar a maçaneta.
— Ei, olá. O Jorge me disse que você não se importava em acolher um desabrigado por alguns minutos — iniciei, tentando manter um tom casual.
A primeira coisa que notei foi a bolsa vermelha perto do sofá, reconhecendo o modelo Cleo da Prada. Imediatamente, lembrei-me do dia em que alguém me explicou todos os motivos que tornavam essa bolsa um dos grandes clássicos da marca. Meu coração disparou. Será que...
Não! O cara lá de cima não me odeia tanto.
Deslizei o olhar por toda a sala vazia, permitindo-me respirar aliviado por um segundo, mas então a porta do banheiro foi aberta e eu quase caí para trás.
Antonella surgiu, tão linda que arrancou todo o meu fôlego. Usando uma blusa preta e um camisetão branco de botões largo e grande o suficiente para quase parecer um vestido, um vestido muito curto.
