15 - AMOR DE FIM DE NOITE

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ANTONELLA BIANCHI

Às vezes, quando Gabriel não está prestando atenção, gosto de admirá-lo, encarar os seus traços e estudar os detalhes do seu corpo, como se estivéssemos em um museu, e ele fosse a obra de arte que estou apreciando. 

Cazzo. Por que esse homem é tão sexy?

É incrível e muito irritante. Gabriel Barbosa está apenas dirigindo, concentrado no trânsito caótico de RJ, e eu me sinto atraída, enfeitiçada por seu corpo.

— Eu tenho uma pergunta — Soltei, percebendo que é estranho encarar alguém por tanto tempo e permanecer calada, sem iniciar um assunto.

Gabriel desviou o olhar, encarando-me com uma sobrancelha erguida e uma expressão engraçada.

— E eu tenho medo — Resmungou baixinho — Manda.

— Hipoteticamente.

Gabigol balançou a cabeça negativamente e uma careta se formou em seu rosto.

— Não. Parou! Eu não gosto dessa putaria de situação hipotética.

Gargalhei.

— Eu estou brincando — Disse, acalmando-o.

— O que você quer perguntar?

Olhei para o banco de trás, encontrando Leonardo dormindo na cadeirinha. Ótimo, era exatamente disso que eu precisava. Retornei minha atenção para Gabigol e abri um sorriso.

— Essa semana, eu estava pensando sobre isso — Expliquei.

— O que exatamente é "isso"? — Perguntou, curioso.

— Você já fez amor em um elevador?

— Não — Respondeu, depois de precisar de dois segundos para pensar — Dá onde veio essa pergunta?

— Eu estou curiosa — Balancei os meus ombros — Qual é? Sério. Você nunca fez?

Presos no sinal vermelho, precisamos parar e esperar. Vendo-se livre, podendo finalmente desviar o olhar do trânsito, Gabriel se Inclinou na minha direção, fitando-me com os seus olhos castanhos.

Olhos nos olhos. Dois imãs.

Quando esse homem me olha assim, ignorando o resto do mundo e focando toda sua atenção em mim, eu não sei como reagir.

É como se os seus olhos fossem licor, e o seu corpo ouro. Tudo nele, me atrai.

Por que esse homem é flamenguista? Por que!?

— Eu nunca fiz amor dentro de um elevador — Afirmou — Eu já fiz sexo. Mas amor, nunca.

Empurrei aquele sentimento feio de ciúmes para longe.

— É a mesma coisa — Rebati.

— Não. Não é.

— Não tem diferença.

— Tem muita diferença.

Me deixando completamente frustrada, o sinal abriu e o jogador voltou a se concentrar no trânsito, obrigando-nos a conversar sem que estivéssemos nos olhando.

— Qual é dessa pergunta? — Um sorrisinho malicioso brotou em seus lábios, e antes mesmo que Gabriel fizesse a pergunta, eu já sabia quais seriam suas palavras — Quer que eu te foda em um elevador? Esse é o seu novo fetiche? Posso providenciar isso.

Dois dias atrás, assisti um filme com uma cena quente dentro do elevador e desde então, não consigo mais apagar essas imagens da minha cabeça. Cazzo. Estou desejando transar com o Diabo dentro de um elevador.

FOGO E GASOLINA | gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora