My Angel - Noart

Capítulo 08

SINA DEINERT

Está uma loucura em aqui em casa, estão preparando um banquete para receber o senhor Urrea. E eu fico apenas observando toda a movimentação.

- Vamos Chloe você precisar estar belíssima para receber seu futuro marido - Diz mamãe a Chloe entrando na sala.

Estava assistindo Tv, fazia algumas horas. Já que não era bem-vinda para estar com elas.

- Não vejo a hora mãe, estou imaginando o meu anel de noivado que ele me dará - Diz Chloe euforia.

Mas já? Ela nem sabe se ele lhe dará um anel. Normalmente eles só fazem um acordo e pronto. Sem anel ou palavras trocadas.

- Tenho certeza que será o mais lindo, princesa. - mamãe fala animada.

- Olha quem está aqui, e de pijama - Chloe fala com nojo.

- Bom dia para vocês - falo.

Como eu queria estar perto delas, são minha família. Mas claro que não é dessa forma.

- Que horror Sina, vai se trocar. Uma mulher tem que estar perfeita desde a hora que acorda até ao dormir - mamãe fala me repreendendo.

- Bem eu achei que...

- Mas quem se importa não é mesmo? Ela não precisa ficar bonita para ninguém em especial - Chloe fala dando risada.

- Mas pelo menos ela tem que ficar apresentável - mamãe fala.

- E-eu vou ficar - falo abaixando a cabeça.

As duas sairam conversando sobre vestidos e jóias, fico na sala magoada, queria muito que elas fossem diferente e que me tratassem bem. Respiro fundo e vou para meu quarto me arrumar.

Horas depois...

- Sabe maninha eu não entendo porque o papai e mamãe querem sua presença no jantar - Diz Chloe entrando no meu quarto.

Estou sentada de frente com a minha penteadeira arrumando meus cabelos.

Eu realmente queria que pelo menos uma vez na minha vida ela não fosse uma pessoa tão má.

Eu não respondo nada para ela, não quero arrumar confusão.

- Mas até que eu entendo, você nunca vai conseguir um homem como ele, então quem sabe hoje você não aprende um pouco de como ser uma mulher bonita e atraente comigo. Assim quem sabe papai não te olhe com algo de valor. - ela fala passando a mão nos cabelos.

Sinto meus olhos encherem de lágrimas, e finalmente falo o que sempre esteve atolado em minha garganta.

- Porque me trata dessa forma Chloe? Somos irmãs, eu amo você, nunca diria nada para te deixar desconfortável ou até mesmo te humilhar da forma que você faz comigo - Digo com lágrimas nos olhos.

Vejo ela vacilar, sei que nunca falei dessa forma com ela. Mas agora eu queira saber o motivo do ódio.

- Você é tão fraca Sina, patética, papai e mamãe nunca te amaram. Eles te aturam por estar nessa casa. Nunca vai ser digna de alguma coisa valiosa um dia. Você sempre tenta chamar atenção deles, nos estudos, na forma de falar, mas olha pra você, você é digna de pena - Diz ela com todo ódio.

Ela tem razão, eu sempre tento ser boa em algo para vê se nossos pais me tratassem com menos rancor. Mas isso nunca dava certo.

- Percebi o jeito que olhou pra Urrea no baile, chega a ser patético você achar que um homem como ele olharia para uma pessoa como você. Tão feia e desengonçada, não seria nunca uma esposa digna. Ele será meu Sina. Nem que para isso tenha que passar por cima de quem for.

Um ódio súbito me invadiu como se eu não aceitasse aquilo que ela falou, e acabo dando um tapa em seu rosto por impulso, nessa hora nosso pai entra no quarto.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Ele grita.

Coloco a mão na boca por ter batido em seu rosto. Não posso acreditar que tive a coragem de bater na minha própria irmã.

- Papai...Eu... - Não consigo falar por estar em choque com que eu fiz.

- Papai, Sina me deu um tapa por eu ter dito que vou me casar com Urrea. Ela está com inveja de mim. Como pode bater em mim? Papai faça algo! - ela esbraveja.

Fico sem reação por ela estar mentindo na cara dura. Mamãe entra no quarto correndo para perto de Chloe a protegendo.

- Como ousa relar um dedo em Chloe Sina, você é uma filha ingrata, agora com inveja da sua própria irmã? quero que peça desculpas depois para sua irmã. Venha meu bem, arrumarei sua maquiagem. - Diz mamãe olhando nos meus olhos com ódio.

As duas sai do meu quarto, e eu fico no quarto com meu pai. Ele vai até a porta do quarto e a tranca, me fazendo dar dois passos pra trás. Eu sei exatamente o que ele irá fazer. Ele começa a se aproximar de mim e a única coisa que eu consegui fazer foi proteger minha cabeça quando ele me empurrou para o chão e esmurrou meu rosto com toda força.

Ele puxa meus cabelos olhando para meu rosto inchado pela agressão. Começo a soluçar por medo dele me bater ainda mais.

- Trate de passar maquiagem para esconder esse roxo, e depois vá até a sala.

Foi a única coisa que ele disse antes de sair do quanto, me deixando no chão com muita dor. Com muita dificuldade consigo me levantar e ir até a penteadeira e sentar na cadeira em frente do espelho.

- Não aguento mais, eu preciso sair daqui - Digo com os olhos marejados.

Tenho algumas marcas de agressão do meu pai pelo corpo, ele sempre me bate quando faço algo que não te agrada. Mas nunca foi no rosto. Ele sempre ficou com receio de alguém vê, mas agora vejo que esse medo dele está passando.

Horas depois desço as escadas e indo até a sala, vejo minha irmã sentada no sofá com a nossa mãe, na poltrona está meu pai com um olhar sério direcionar a mim.

Toco discretamente meu rosto por estar sentindo muita dor.

- Não quero ser envergonhado na frente de Urrea, então fique calada o tempo inteiro. Me entendeu? - Diz meu pai olhando para mim.

Sabia que era uma ameaça se eu ousasse falar uma palavra se quer, a surra que levei não seria nada perto do que faria comigo.

- Agora senta.

Bjsss Mary