Segurança

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Jennie abriu os olhos quando escutou os passos de Lolla pelo quarto. Ela já esperava que ela fosse abrir as cortinas, quando Lolla o fez ela nem mesmo reclamou.

- Bom dia senhorita.

Abrindo os olhos lentamente Jennie se levantou da cama e foi as pressas ao banheiro se banhar.

Se arrumou rapidamente em um vestido branco e simples, arrumou o cabelo com a ajuda de Lolla e saiu do quarto olhando para os dois lados do corredor.

Não queria de forma alguma encarar o pai acidentalmente.

Quando não viu nenhum movimento diferente fechou a porta do quarto caminhou com cuidado pelo corredor, principalmente para os sapatos não fazerem nenhum tipo de barulho.

- Onde vai?

Escutou uma voz atrás de si. Se virou lentamente e se deparou com a mãe ainda de camisola e os cabelos soltos nas costas.

- Eu... queria dar uma volta.

Sua mãe franziu as sobrancelhas e suspirou logo em seguida.

- Jennie, você sabe que não pode sair, e se for vai levar alguém junto.

Jennie se virou completamente para a mãe.

- Nem mesmo se eu for tomar chá com a Blue?

Sua mãe encarou a pintura que estava ao nosso lado pendurada na parede. Aquela era uma pintura especial da nossa família, eu e Lúcio ainda éramos crianças e Anne ainda era um bebê.

- Bom se for assim, pode ir, mas alguém vai junto.

Sem dizer mais nada a mulher saiu caminhando de volta para o próprio quarto.

Jennie sabia que estava encrencada, não tinha nenhuma chance de poder despistar a mãe ou qualquer pessoa. Suspirando desceu as escadas com cuidado e se assustou ao ver o irmão parado ao lado da porta.

As pessoas pareciam a perseguir hoje.

- Lúcio.

O homem se virou e encarou a irmã sério.

- Jennie, me desculpe.

Ele não precisou explicar o motivo, Jennie sabia que eram poucas as chances do pai aceitar o seu pedido.

Levando os olhos para janela Jennie saiu pela porta da frente e caminhou com seus saltos até a saída de sua casa.

Reparou que o senhor Brigs a seguia a pelo menos quinze passos de distância.

- Ótimo - suspirou.

A sua carruagem parou bem a sua frente, entrou e esperou até a caminhada começar.

[...]

A carruagem parou bem a frente do grande mercado, milhares de pessoas andavam de um lado para o outro, homens e mulheres faziam compras para todo o lado.

Jennie manteve a esperança de Brigs se perder entre a multidão enquanto caminhava, mas o homem não sumia de jeito nenhum.

Andou entre as pessoas e parava em algumas barracas para avaliar os preços. Até perceber um movimento familiar e um chapéu de penas vermelhas que ela conhecia melhor que tudo.

Jennie olhou para trás disfarçadamente e o homem ainda está a de longe a observando. Em uma tentativa rápida quando uma carruagem passou a sua frente, ela correu e adentrou a multidão mais uma vez.

Correndo entre as pessoas ela seguiu o chapéu vermelho até um beco perto das barracas. Observou a pessoa de costas para ela e soltou um suspiro de alívio quando Jude se virou para ela.

- Jude. Que bom.

- Eu sabia que seria difícil ver você do jeito fácil. Despistou o grandalhão?

- Acredito que sim.

- Ótimo.

Jennie abanou o próprio rosto com o calor que se espalhou pelo seu corpo com a corrida.

- Escuta, você tava certa, olha que surpresa.

Jude deu uma risada curta e áspera.

- Queria não estar. Dessa vez foi bem pior não é?

- Pois é, agora eu sou perseguida pelo Brigs.

A garota balançou a cabeça e entregou duas cartas a Jennie. Ela observou os selos neles contidos e sorriu.

Uma carta era de Candance e a outra era da própria Jude.

- Você me escreveu?

- Eu iria enviar, mas depois que eu percebi que você ia ser seguida decidi entregar pessoalmente, Candance está com saudades e eu também...

Com uma risada sincera Jennie deu um abraço em Jude e logo depois se afastou da mulher.

- Escuta, eu não vou conseguir ir até a casa do rio por um tempo, então cuide bem de todos por mim e principalmente da Candance.

- Pode deixar, e uma pergunta antes de você voltar para a perseguição, devo continuar procurando sobre a Lalisa?

Piscando Jennie refletiu.

- Não, não preciso mais, afinal agora que eu vou ser obrigada a me casar.

Jude ficou boquiaberta e horrorizada ao mesmo tempo.

- Pois é, eu explico quando eu voltar. Me mantenha informada de alguma forma.

Saindo do beco Jennie voltou a rua e caminhou normalmente, visitou outras barracas e comprou qualquer coisa que lhe deu vontade.

Achou algumas pedras decorativas e alguns livros do qual tinha interesse. Entretanto, sua concentração foi interrompida quando sentiu algo tocar seu braço esquerdo.

Brigs a encarava de cara fechada.

- Senhorita, eu presumo que não tenha tentado fugir de mim.

Fazendo uma cara de desinteresse para o mesmo Jennie se soltou do toque e encarou o homem com desgosto visível.

- Não tenho motivo algum para fugir senhor, agora se me der licença, pode voltar a manter os quinze passos de distância?

Andando até quase o fim das várias barracas Jennie conseguiu perceber a distância que Brigs mantinha novamente entre eles.

Por pouco ela não foi pega. Ela conseguia sentir as duas cartas amassadas e apertadas entre os seios.

Voltou o mais rápido para a carruagem e tirou as pequenas cartas do próprio vestido. A carta de Candance era apenas ela falando sobre o seu dia, Jude já foi mais detalhada e falava sobre algumas coisas sobre a casa do rio e o que fazer com um cachorro que apareceu derrepente.

Olhou admirada para as cartas que observava de dentro da carruagem. Quando chegou em casa a primeira coisa que fez foi se trancar em seu próprio quarto e respondê-las.

Secret of the Century  | jenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora