Capítulo 14: Temos que dar um jeito nisso**

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**Violeta**

Estou no meu quarto me arrumando porque a cunhada e o irmão do Diogo resolveram ir a uma boate e nós vamos juntos. Claro que o Diogo não gostou muito da ideia. Agora não sei o porquê, mas se ele pensa que vai ficar com aquela loira irmã da cunhada dele e eu vou ficar como uma trouxa, ele está muito enganado. Se ele ficar com ela, vou pagar na mesma moeda. Sei que nós não temos nada e que ele é livre para ficar com quem quiser, mas estou aqui nessa situação para ajudá-lo. Não é justo ele fazer isso comigo. Ao me arrumar, coloquei um vestido preto com renda no decote e na barriga. Usei uma sandália preta, deixei meus cabelos soltos e fiz uma maquiagem. Quando estou saindo do quarto, o Diogo entra.

— Nossa, nunca tinha te visto com esse vestido — ele fala.

— Isso quer dizer que você gostou? — perguntei.

— Muito. Você fica linda com qualquer coisa que você use — ele fala, e nisso sinto minhas bochechas queimarem de vergonha.

— Não precisa ficar com vergonha de mim — ele fala, passando os dedos no meu rosto.

— Ahem! Desculpa atrapalhar o casal, mas Diogo, eu preciso da ajuda da sua esposa para fazer uma maquiagem em mim. Não estou conseguindo, e nunca usaria o estilo de maquiagem da minha irmã — Evelyn fala, entrando no quarto e sentando-se no sofá com o espelho nas mãos.

— Tudo bem, eu faço a sua maquiagem — respondi, pegando meu estojo de maquiagem.

— Ok, vou lá me arrumar e deixar vocês aí — ele fala, indo para o armário pegar uma roupa.

— Desculpa, mas vocês são estranhos. O Arthur sempre me dá um beijo quando sai, igual agora, e eu não vi nenhum beijo de vocês o dia todo — ela fala. Nisso, olhei para o Diogo, e ele me olha.

— Vamos, casal, se beijem, afinal vocês são casados, né? — ela fala.

O Diogo olha bem nos meus olhos, eu olho bem nos olhos dele. Ele se aproxima de mim devagar, sem tirar os olhos dos meus. Até que nossos lábios se juntam, fazendo com que eu sinta borboletas no estômago. Nesse momento, meus olhos se fecham, e ele aprofunda o beijo. Nossa, que beijo bom! Faz meu corpo se acender, até que a Evelyn grita, nos fazendo lembrar que ela está ali.

— Nossa, vocês têm muita química. Dá para sentir o tesão de vocês daqui. Mas eu preciso de uma maquiagem, lembra? — ela fala.

— Sim, claro — falei um pouco constrangida e com vergonha. O Diogo me olhou e foi trocar de roupa. Já tinha beijado outra pessoa antes por causa do meu trabalho, mas esse beijo foi diferente. Foi gostoso. Eu queria beijá-lo ainda mais, queria muito mais.

Terminei de fazer a maquiagem, mas o beijo não saía da minha cabeça. Em todos os momentos, fico pensando no beijo. Eu queria mais, mas também não posso estragar nossa amizade. Lembre-se, Violeta, você vai embora daqui a alguns dias.

— Nossa, eu adorei a make. Você captou bem a minha personalidade nessa maquiagem. — ela fala.

— Fico feliz que você tenha gostado — respondi.

— Vem, vamos lá para a sala esperar o Arthur e o Diogo. Tenho certeza de que eles não vão demorar muito, e ainda podemos conversar enquanto esperamos. — ela fala, me puxando pela porta. Eu ainda estava um pouco abalada com o beijo.

— Eu queria te pedir desculpa, sabe, a minha irmã pode ser um pouco oferecida — ela fala.

— Tudo bem, Evelyn. Sei que você é uma boa pessoa. Não se preocupe com sua irmã. Eu confio no Peter. — falei para ela.

— Peter? — Ela pergunta.

— Ah, desculpe, é o Diogo. Peter é como eu o chamo — falei. Chegamos à sala e Stefany já estava lá, usando um vestido dourado bem curto, que deixava suas costas completamente expostas. Logo, Arthur e Diogo aparecem.

— Vamos — diz Diogo, passando a mão na minha cintura. Ele está muito bonito com uma camisa azul e calças jeans pretas. Da distância em que ele estava, eu podia sentir o cheiro da loção pós-barba.

Ao chegarmos no jardim, encontramos dois carros nos esperando. Arthur, Evelyn e Stefany entraram no primeiro carro, e nós entramos no segundo.

— Quer conversar sobre o que aconteceu? — ele pergunta, olhando para mim. Dava para perceber que ele também estava abalado com aquilo.

— É apenas um trabalho, não é? Isso tinha que acontecer — falei para ele. Embora estivesse um pouco contrariada e brava, não era com ele, mas sim comigo mesma por ter gostado do beijo.

— Sim, é apenas um trabalho, mas você sentiu alguma coisa, ou foi como os beijos que você recebe em um trabalho normal? — ele diz, com um tom sarcástico.

— Isso faz diferença por quê? — perguntei.

— Faz muita diferença, Violeta — ele responde.

— Então está bem, Diogo, você sentiu alguma diferença em relação às mulheres com quem você costuma beijar todas as noites? — perguntei.

— Tudo bem, entendi que você não quer falar sobre isso — ele diz

— Não, agora eu quero saber o que você sentiu, Diogo? — perguntei.

— Você ainda não está pronta para saber a verdade, Violeta — ele responde.

— Eu sei a verdade, Diogo, e é por isso que quero me afastar de você — falei, e ele me puxa para um beijo cheio de desejo e, ao mesmo tempo, doce. Até que ele se afasta um pouco e diz:

— Eu não quero me afastar de você, Violeta.

— Isso entre nós nunca daria certo — falei. Nesse momento, ele me beija novamente.

— Isso entre nós só vai piorar se não encontrarmos uma solução — ele diz.

— E depois disso, como vamos ficar? Nossa amizade não será a mesma depois disso, Diogo — falei para ele.

— Depois disso, vamos continuar como estamos. Não vou me afastar de você, nem agora, nem depois. Vamos deixar as coisas acontecerem naturalmente, está bem? — ele diz, levando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

— Senhor, chegamos — o motorista fala.

— Já estamos indo. Então, você confia em mim?

— Ele pergunta. Eu assenti com a cabeça que sim. Ele abriu a porta e saiu do carro, oferecendo-me a mão para me ajudar a sair também.

— Você terá uma noite inesquecível — Ele fala e me dá um beijo no pescoço, fazendo meu corpo se arrepiar.

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