Capítulo 2

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Jungkook

A quatro anos atrás eu descrevi Park Jimin como liberdade, ele era livre, sempre confiante, com um alto astral, sempre admirável, uma pessoa que todos olhavam e pensavam: "queria ser como ele".

Eu pensava assim.

Hoje em dia, ele continua do mesmo jeito, mas agora, eu posso descreve-lo um pouco mais. Ele é como uma rosa, atraente, com cores fortes e vibrantes, porém, com espinhos, muitos espinhos. É como algo que é lindo aos olhos de todos, todos querem olhar para Park Jimin, é impossível não olhar pra ele. Mas é perigoso demais se aproximar, perigoso demais chegar perto de suas cores vibrantes, você pode se cortar.

Jimin é uma bagunça, sua vida é barulhenta, barulhenta do pior jeito possível. Quando olho pra ele, sinto que ele é uma foto tremida e borrada.

Ele tem muitos amigos, aliás, quem não quer ser amigo de Park Jimin? Todos querem estar em seu círculo, serem notados, ganhar oportunidades.

Jimin é o tudo o que eu não quero, tudo o que eu não preciso. Não preciso ser notado, e não preciso voltar para aquela vida barulhenta que eu consegui me livrar.

Quando meus olhos vêm Jimin vindo pelo corredor, no meio de Seokjin e Min Yoongi, -- suas marionetes, vulgo eu -- eu me viro de costas colocando finalmente minhas coisas no armário.

Odeio trocar olhares com ele. Seu olhar felino é muito intenso, e eu, tenho medo de coisas intensas, tenho medo do olhar do Jimin, tenho medo porque, esse mesmo olhar -- que eu achava fofo e inocente -- me levou a ruína um dia, me apresentou e me fez sentir coisas do qual eu me arrependo.

Dizia eu que, ele não era má influência, mas ele era, do pior tipo.

Termino de pegar minhas coisas no armário e vou em direção a minha aula tentando aliviar a cabeça. E como sempre, no refeitório, sento na mesa juntamente com Namjoon e J-Hope.

Namjoon cursa direito, e o J-Hope, dança.

Sento preguiçosamente do lado de Hobi enquanto esperamos Namjoon se juntar com a gente, o que não demora muito. Ele parece preocupado com alguma coisa.

- Tudo bem Nam? - Hobi é quem pergunta.

- Na verdade não... - Ele diz passando as mãos no cabelo meio atordoado, fazendo com que eu me endireite na cadeira me deixando nervoso também.

- O que rolou? - pergunto.

- É o nosso apartamento... A dona deu uma semana para nós se mudarmos.

- Como é que é? - J-Hope pergunta um pouco alto demais. - Como é que ela pede isso assim do nada Namjoon??

- Eu não sei Hoseok! A casa é dela, e ela quer de volta, não quer mais alugar pra gente, entendeu ou quer que eu desenhe?

- Cacete ... - J-Hope murmura voltando a se encostar na cadeira.

Fico apenas em choque, porque o motivo de morarmos ali é porque é perto da faculdade. Nossas casas são longe, por isso decidimos rachar o aluguel e outras despesas para morar ali. E também porque queremos independência, seria um saco se eu tivesse que voltar a morar com a minha mãe, -- nada contra, mas nada a favor também.

Talvez no meu caso, decidi a oferta de morar com os dois e ser independente porque não gosto do meu padrasto -- não cheguei a contar isso -- eu nunca conheci meu pai, e a uns dois anos atrás minha mãe se casou com esse cara, que é um folgado, nunca fez merda nenhuma lá em casa, somente minha mãe rala pra caramba. Nunca entendi o que minha mãe viu nele mas, nunca questionei, e nunca vou questionar, é por isso que não quero voltar a morar lá.

Restart - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora