Te amo, Pie!

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Já era terça feira, um dia antes do meu teste de motorista, eu tô pilhada! E por isso eu resolvi me distrair indo ver caras sem camisa (meu namorado sem camisa) no treino de hoje, antes de os treinos da seleção espanhola serem no Qatar estão sendo por algum motivo aqui.

Deixei ele se arrumar primeiro, qualquer coisa ele vai antes e eu vou depois, ou nem vou! Estava no meu show particular de "Haunted" (também conhecido como banho) tava tudo perfeito, até o momento em que começo a sentir alguma coisa estranha, abro os olhos e quando olho pro chão o que eu vejo é sangue, entro em desespero na hora, eu não consigo pensar, eu não consigo agir, é como se meu mundo desabasse naquele instante

- GAVIRA! - grito por ele, minha voz estava trêmula, dava pra sentir meu desespero por ela, escuto seus passos apressados, ele abre a porta, entra no box, me olha assustado, eu olho pra ele e tudo o que eu consigo fazer é soluçar, ele me abraça nem liga pra água, tanto a que escorria pelo meu corpo, quanto a que derramava no chão.

Eu só consigo chorar, tremer e soluçar, isso é assustar numa hora você está animada e confiante e no minuto seguinte seu mundo desaba e vai direto pro ralo junto com todos os seus planos literalmente infelizmente

"Você não tem culpa, eu prometo" escuto ele sussurrar no meu ouvido, suas palavras revelavam que estavam tentando sair a vários segundos antes, eu nem consigo falar nada ou se quero raciocinar alguma coisa pra falar, tudo fica em branco, como se esse momento estivesse preenchendo essas páginas vazias.

- Você tem que ir pro treino - falo depois de longos minutos abraçada nele

- Eu vou ficar com você - ele afirma, ele precisa ir, mais uma vez precisa ser forte por nós

- Eu vou ficar legal - falo limpando o rosto dele, o que não ajuda em nada, ele força um sorriso, e eu só consigo tentar controlar minha respiração - Vai ser estranho se não for, por favor - falo tentando secar meu rosto agora

- Eu volto assim que acabar - ele assente, eu o abraço mais uma vez em resposta

- Liga para minha mãe, por favor - peço, ele faz que sim, e sai. Depois de algum tempo vendo a água cair, cai minha ficha que tenho que sair de lá e então saio do meu transe, me enrolo na toalha, ele já tinha se trocado, estava perto das escadas fazendo sei lá o que, coloco uma calça de moletom preta, uma regata mas então percebo que não é clima pra nenhuma regata justa e visto um moletom alguns números a mais por cima. Me junto a ele no primeiro degrau da escada e me apoio ali

- Ela já estava vindo, parece que a minha mãe tá junto, elas estavam...na verdade eu não faço ideia - ele informa e depois admite

- Sinto muito - eu falo, não foi só eu quem perdi

- Era cedo demais - ele fala, me sinto mal, ainda pior. Ele estava mais empolgado que eu com ideia, se eu pudesse engravidava novamente agora e quantas vezes preciso só pra poder dar um filho a ele, mas todas essas coisas exige tempo, e por mais que me destrua pensar dessa maneira, acho que só não estávamos prontos pra tudo isso, ou na verdade eu não sei mais o que pensar

- Tudo mudou tão depressa - falo coçando o nariz

- Eu tava tentando parar de chorar, sabia? - ele comenta e eu dou risada da reação dele, o interfone toca, ele desce pra atender - Elas entraram agora no estacionamento

- Não pensei que fosse fugir agora - comento e passo a descer as escadas

- Não tô preparado pra enfrentar minha mãe nessa situação - admite ele, eu o entendo, não sei como encarar várias pessoas depois do que acabou de acontecer

- Amo você e bom treino - digo

- Valeu. Te amo, Pie! - ele diz, beija a minha testa e foge. Poucos minutos depois a campainha toca

- O que aconteceu, alergia denovo? - minha mãe fala entrando no apartamento e logo atrás Dona Aurora, isso tá confuso

- Ele não falou? - pergunto, assim que fecho a porta

- Falou, mas todo vizinho é fofoqueiro - mamãe fala enquanto me abraça, ótimo vou chorar mais uma vez

— Ah querida, eu sinto muito — Dona Aurora fala e me abraça. Put4 merda, alguém me console de verdade? Eu acabei de perder um filho!

— Pietra filha, as vezes só não era pra ser — minha mãe começa se sentando ao meu lado no sofá, enquanto minha sogra some em direção à cozinha

— Mas se não era pra ser, por que é que eu engravidei? Não era mais fácil não ter acontecido? — começo uma série de perguntas sem respostas

— Nem tudo acontece como planejado, e talvez tenha sido um aprendizado — ela continua

— Mãe, aprendizado do que? Eu nem cheguei a viver grande coisa, a não ser me mudar — retruco começando a chorar novamente

— Exatamente, vocês deram um passo enorme na relação de vocês devido isso, e nenhum dos dois ligou querendo desistir de tudo. Vocês se pré-prepararam pra isso, e aprenderam alguma coisa, nem que seja mínima — ela diz me abraçando, acho que ela leu meu pensamento anterior

— Mãe — começo mas ela não me deixa falar

— Isso uniu vocês de uma forma diferente, eu sei disso! Eu não faço ideia de como é essa sensação que está tendo agora, mas com toda certeza imagino o quão horrível deve ser! Eu não sei como agiria se perdesse um de vocês três — ela termina e Dona Aurora aparece com xícaras de chocolate quente, elas passaram o resto da noite me distraindo e de vez em quando me consolavam, eu dormi pouco depois disso





















Hello guys, eu não postei ontem porque meu wattpad travou horrores! Ontem foi a despedida do Alba (teve várias perólas!) Comentem o que acharam, deixem a estrelinha e me falem como que para de gostar de alguém!!! Amo vocês e vocês sabem que me adoram! Xoxo Lysa :)

opostos não tão opostosOnde histórias criam vida. Descubra agora