cartas à mesa

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𝙿𝚊𝚋𝚕𝚘  𝙶𝚊𝚟𝚒𝚛𝚊

Postei nas redes sociais uma foto da Pie com um café e meu direct encheu, acho que as vezes as pessoas gostam mais de ver ela do que a mim, mas tanto faz, eu sou todo dela mesmo.

Estávamos no aeroporto, pra depois ter que pegar outro meio de transporte, para aí sim chegarmos em Las Palmas, que fica nas ilhas Canárias autônoma da Espanha, dá pra acreditar que ela morava praticamente num buraco quase?

Eu estava bem animado na verdade, tres semanas do verão interinhas com ela, pode parecer besteira porque nos vemos quase todo dia, eu não explicar. Além de que a animação dela dá pra se ver de longe, eu já viajei com ela algumas vezes, não exatamente só com a Apple Pie, por conta que as viagens eram com quase o clube tudo do Barça.

— Você vai amar Las Palmas — ela fala terminando o café, tínhamos acabado de despachar as malas

— É no meio do nada — falo

— Você nem gosta de gente — ela retruca, pior que é verdade, tenho pavor de muita gente — Vai ser legal

Embarcamos, eu falei que ia ficar acordado o voo todo, dormi 5 minutos depois apoiado na Pietra, quando eu acordei ela estava dormindo com a cabeça apoiada na minha, amo o fato de ela sempre viajar de moletom branco e coturno. Depois de um dia inteiro e da minha primeira viagem de navio, chegamos ao porto de Las Palmas.

— Aqui não é lindo? — ela fala assim que pisamos no porto

— Magnífico — respondo, o lugar era sem dúvidas muito lindo, agora eu quero é saber para onde vamos. Ela chama um táxi, táxi existem, ainda? Chegamos no lugar um tempo depois, era tipo um hotel fazenda e essas coisas aí, era lindo, tudo nesse buraco consegue ser bonito?

— Tá, eu não sei o que eu faço agora — ela confessa enquanto eu fecho a porta do quarto que tinha uma vista linda

— Liga pro seus pais e avisa que tá viva — sugiro tirando o casaco, e largando ps sapatos

— Não precisa, eles já estão ligando — ela mostra o celular — Deve ter calculado o tempo, mandei mensagem quando estávamos no Táxi

— Eu vou no banheiro — eu realmente vou ao banheiro, ela atende a ligação dos pais e conversa com eles por um tempo, eu mando mensagem pros meus e aviso que cheguei, aproveitei pra postar um BeReal

— E agora? — ela pergunta quando desliga a ligação

— Como assim? — pergunto escorado no batente da porta do banheiro

— Eu nunca cheguei nesse estágio com ninguém — ela fala, bom ponto, porque eu também não, será que seria do nada eu sugerir um banho? E depois ir jantar fora?

— Que tal um banho? — sugiro

— Sem molhar meu cabelo — ela fala entrando no banheiro e apontando o dedo na minha cara

— Assim você complica meu trabalho — falo abanando as mãos, depois de um tempinho ela entra na banheira amarrando o cabelo em um coque, como um nó no cabelo deixa ele preso? Tanto faz, ela fica linda de qualquer jeito.

No fim o cabelo dela molhou, ela estava sentada entre as minhas pernas escorada em mim, tanto a minha respiração quanto a dela, estavam desreguladas, bem desreguladas na verdade.

opostos não tão opostosOnde histórias criam vida. Descubra agora