15- Reencontro.

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short cap!

São 18:20 da tarde. Marquei com meu pai no parque principal as 20:00, e estou muito nervosa. 11 meses sem ver seu rosto, sem ouvir sua voz, sem ter notícias dele.

Pensar que estaremos juntos de novo em menos de duas horas me faz querer vomitar de ansiedade.

E se ele não me quiser de volta em sua vida, e só vai me encontrar pois está desesperado por ajuda? Acho que estou sendo específica demais.

Deito na cama e tiro um breve cochilo.

Tanta coisa pra acontecer em um dia... O encontro perfeito com Ethan, o reencontro com meu pai, e o plano de Tara.

— Ei, Allie, acorda. — Tara balança meu ombro.

— Estou atrasada?! — Levanto num pulo para ver a hora. 19:10 ainda. Ufa.

— Relaxa, só queria te acordar pra nos prepararmos pra encontrar com seu pai. — Levanto da cama e me encaro no espelho.

— Tara... Eu não sei se quero fazer isso, eu to com medo de dar tudo errado, não é por mim, e sim por vocês. Pelo Ethan. — Falo frustrada.

— Vai dar tudo certo, todos nós vamos sair vivos, eu sei disso. — Ela me abraça por trás. — Agora se arrume, come alguma coisinha, e vamos nos encontrar com seu pai. — Tara sai do quarto.

Visto uma calça legging preta, e uma blusa de manga comprida branca. Visto meu clássico All Star preto surrado, e faço uma trança numa pequena parte do meu cabelo ao lado da minha orelha direita.

Seria fofo se eu não estivesse indo cometer um crime.

— Vamos? — Sam levanta do sofá quando eu acabo de devorar um Donut de chocolate.

— Vamos. — Nós três saímos do apartamento, e fomos a pé até o parque.

você: estamos a caminho. 19:49

desconhecido: Já estou aqui.

Minha ansiedade ataca. Isso realmente está acontecendo. Vou encontrar com o meu pai.

Eu sei que o certo seria bater na cara dele, gritar e fazer um escândalo por ter me deixado em Woodsboro no ano passado mas, só de pensar que em menos de 10 minutos eu estarei cara a cara com o meu pai... Fico feliz.

— Vai ficar tudo bem Allie. — Tara fala assim que chegamos no parque. Só temos que achar o velho agora. — Ninguém vai te julgar se você surtar, ou bater nele, estamos aqui por você.

— Eu sei... E eu nem sei como irei reagir, talvez eu fique paralisada? Ou ansiosa? Ou com raiva. Não sei, eu estou apavorada. — Começo a ficar sem ar, e olhar pra todos os cantos do espaço aberto.

— Eu não vejo ele...— Sam diz tentando o achar.

— Estou bem aqui. — Uma voz que eu conheço muito bem fala atrás de uma árvore alguns passos atrás de nós.

Olho para a direção, em desespero. E uma sombra se revela poucos. Ele estava se escondendo?

— Pai? — Eu sei que é ele, mas é a primeira coisa que se passa na minha cabeça.

— Oi Allie Cat. — Finalmente a cara do meu pai aparece totalmente pela luz dos postes na rua. — Sentiu a minha falta?

— Se eu senti a sua falta?! —Rio irônica. — Você me abandonou naquela cidade. Me deixou pra morrer, só me mandou mensagem praticamente um ano depois. Não pai, eu não senti sua falta. — Falo ríspida e com ironia na última frase. Óbvio que eu senti a falta dele.

— Você está certa, eu fui um péssimo pai, e não tem como eu me redimir com você. — Cruzo meus braços.

— Por que agora? — Meu olho começa a encher d'água. — Por que decidiu aparecer agora? Você sabe o que estamos prestes a fazer né? — Ele concorda com a cabeça. — Veio me impedir?

— Não filha... Vou com vocês. — Sam ri quando meu pai confessa.

— E como podemos acreditar que você é inocente? Aparece quando o ghostface volta, e agora quer se juntar a nós nos 45 do segundo tempo? — Ela usa uma gíria que Tara fica confusa. Coisa de futebol.

— Pera... Acha que eu sou o assassino? — Ele olha com desdém pra Sam, que balança os ombros. Depois olha pra Tara, e a menina evitava seu olhar. — Certo... Você não acha isso né? — Ele olha pra mim com esperança.

O que devo dizer? É tudo muito estranho, mas confio nele.

— O que andou fazendo esse tempo todo pai? — Ignoro sua pergunta anterior.

— Mudei de país. Mudei de nome, mudei tudo. Não queria me submeter a esse tipo de ataque de novo. — Inacreditável, mas levar a sua própria filha ele não pôde? Que tipo de pai ele é?

— Ah eu estou muito bem com esses ataques pai, muito obrigada por se preocupar comigo e me levar junto com você. — Ironizo de novo. Já estou ficando sem paciência.

— Eu presenciei todos os ataques Allison. A irmã do Stu Macher já foi minha babá. Eu tinha 9 quando ela cuidava de mim e, quando os ataques começaram eu tinha 15 anos. Sabe por que você não tem avó, avô, tia, tio, nada? — Ele me pergunta. — O filho da puta do Billy e seu capacho Stu mataram toda minha família porque sou primo de segundo grau da Sidney. Eles mataram todas as pessoas que tinham alguma relação com ela. — Ele confessa. Então é por isso que sou prima de segundo grau da Jill, como nunca associei? Isso me torna prima de terceiro grau da Sidney? Será que ela sabe?

Não entendo essas burocracias de primo de primeiro, segundo ou terceiro grau.

— Caralho...— Tara fala chocada com tudo.

— Por que nunca me disse nada? — Aproximo um passo a ele. — Deixa eu adivinhar, estava tentando me proteger? — Pergunto com raiva.

— Sim Allie. — Ele suspira. — Conheci sua mãe quando tinha 14 anos, e começamos a namorar com 16, fomos sobreviventes do ataque de 1996, e isso nos aproximou. Quando eu vi sua mãe sendo morta, eu não aguentei. — Ele chora. — Sinto muito Allie, nada justifica eu ter te abandonado, eu sei disso, espero que você me perdoe um dia. — Ele soluça, e pra mim essa é a gota d'água.

Abraço o mais velho com força com medo que ele possa fugir de novo.

— Sinto muito que isso tenha acontecido com você pai, você poderia ter me contado. — Falo no abraço, e meu pai mexe no meu cabelo.

— Eu sei... — Ele se afasta do abraço, mas segura meu rosto. — Deixe-me ajudar vocês a matar o ghostface, eu devo isso a você Allison.

— Sam...— Olho para a mais velha que hesita um pouco, mas logo resiste.

— Tudo bem, enquanto isso, vamos te atualizar de toda a situação. Temos que estar no cinema em...30 minutos. Vamos indo. — Nós quatro fomos andando na direção da estação de metrô, que nos encontraríamos com o resto do grupo lá enquanto eu atualizava toda nossa situação pro meu pai.

— Pera você está namorando? — Ele pergunta assim que menciono sobre Ethan. — Jesus, o que aconteceu com a menina que era toda "eca meninos!" — Ele imita uma voz de garotinha.

— Pai eu tenho 19 anos. — Ele fica triste ao lembrar. — E não estamos namorando namorando — Enfatizo o namorando pela segunda vez. — Estamos... Ficando sério? Não sei, eu gosto muito dele, e ele é um fofo, mas esse não é o ponto!

— Ficando sério... Aiai essa juventude. — Ele revira os olhos e Tara ri. Sei que a menina está feliz que meu pai está de volta.

Volto a explicar toda a situação pro meu pai, até chegarmos a estação de metrô.

É bom tê-lo de volta, me faz sentir um pouco mais normal de novo.

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Mais um capítulo! A fanfic está muito perto de acabar :(

Espero que vocês estejam gostando, e se puderem compartilhar pra outras pessoas lerem também, eu agradeceria!

pøker face ~ ethan landryOnde histórias criam vida. Descubra agora