𝒥𝑜𝑔𝑜𝑠 𝒱𝑜𝑟𝑎𝑧𝑒𝑠

Coriolanus Snow

"São as coisas que mais amamos que nos destroem."
Estou correndo. Em uma trilha que não vejo final, escuto os barulhos de tiro, vejo aves voando, sinto ele vindo atrás de mim como um predador caça sua presa.
Afinal, eu deveria saber que as coisas que mais amamos são aquelas que acabam nos levando a morte.
Nunca achei que Snow era assim, bem eu desconfiava. Eu achava que ele não teria coragem de me matar, afinal eu era a preferida da capital, sua bela amada, seu diamante mais brilhante.
Mas sabendo de tudo que sei eu também deveria saber que ele não me deixaria ir embora tão fácil, eu sou uma ameaça, uma parte do passado dele que ele quer exterminar, esquecer, enterrar para finalmente se tornar que ele sempre almejou ser.
É difícil entender a ambição desenfreada, a sede de poder, o desejo de ser alguém mais importante que os outros, de mandar, de matar.
No começo eu realmente achava que ele era apaixonado por mim, afinal eu era o ideal de mulher perfeita para ele, uma jóia que nenhum tinha tido antes, a vencedora dos jogos, a doce menina do distrito 4, a menina dos olhos castanhos doces e cabelo loiro impecável.
Porém, desde do início ele não sentia amor por mim, senti a necessidade de me fazer ser uma posse sua, eu não havia entendido isso antes, se tivesse não estaria correndo esse perigo.
No final, eu realmente me apaixonei por ele, meu doce Coryo, me apeguei nos momentos que ele fazia eu me sentir segura, talvez na minha cabeça até amada.
Me deixei levar, achei que poderia mudar seu caráter, sua personalidade, que faria ele me amar, poderíamos fugir e eu ficaria com ele para sempre.
Pobre, ingênua e doce eu, tudo isso para descobrir que ele era um monstro terrível, nunca seria capaz de me amar como eu o amava.
Por isso eu tenho que correr, enquanto ele vem atrás de mim, para não ser apagada, para não virar mais uma morte, para não ser esquecida, para me sentir livre.