VII: O Frango Gordo de uma Asa

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— Trema diante do Anjo Negro de Uma Asa! — Disse o glutão, sua pele clara rosada e rosto inchado de ira, com os cabelos esvoaçando ao vento me fizeram realmente dar uma gargalhada.

— Anjo negro? Cara, você tá mais pra... O Frango Gordo de Uma Asa! — Sem sacanagem, ainda bem que eu li o título do capítulo antes... se não com certeza não teria achado alguma coisa mais interessante.

Prontamente avancei contra o gordo em uma ávida corrida, mantendo Ascalon em minhas mãos, planejando perfurar o tórax do cosplayer de uma só vez, normalmente iria só tentar prendê-lo, porém era evidente que o combate seria extremo, um sorriso confiante foi feito pelo glutão que apenas manejou sua grande katana contra mim em um golpe horizontal, defendi rapidamente colidindo a parte plana de Ascalon contra a lâmina, desviando a trajetória do corte para cima, atingindo apenas o ar, quando pensei que tinha aberto uma brecha, pude ver a destra do homem se iluminando com a sua energia mágica e disparando um relâmpago em minha direção, o feitiço ofensivo explodiu contra meu ombro esquerdo, lançando me pela estrada ao mesmo tempo que sentia uma excruciante dor.

— Acha mesmo que iria conseguir derrotar a mim, C3firote com um golpe tão horrendo destes?! — O gordo até imitava o nome do vilão de Fantasia Sem Fim... santo Deus, que falta de criatividade!

O ambiente ao redor de nossa luta era caótico visto o fato de estarmos ainda lutando mortalmente naquela tarde do dia dez de novembro, podia notar que C3firote era um exímio usuário de magia e um lutador notável apesar de sua aparência dizer o contrário, se bem que eu não podia falar nada... tinha um físico sedentário bem característico. Uma rajada de chamas que deslocou-se pela rua em minha direção como uma onda de lava foi lançada pelo cosplayer, aquilo me fez erguer rapidamente trocando Ascalon para Sköfnung, aproveitando do aumento da força física para executar um golpe suicida, um corte de cima para baixo contra a onda de chamas, aquilo criou uma espécie de vácuo, o suficiente para criar uma pequena abertura nas chamas mágicas, o suficiente para conseguir passar entre a onda sem ao menos queimar nada meu. Mais uma vez avancei, mas C3firote prontamente pisou com força usando a perna esquerda e sem ironia, um tremor seguido de lanças glaciais perfuraram o asfalto em uma tentativa de me atingir, por sorte, os sentidos vampíricos me permitiam escapar das lanças de gelo sem muitos problemas, fazendo uso de saltos em alguns veículos deixados por pedestres de várias espécies, aterrorizados, sem saber o que fazer. Então aquilo me deu uma ideia, aquela luta estava deveras acirrada, então iria fazer o que mais gostava para irritar e desestabilizar o alvo, a bela arte do insulto da quinta série.

— Com essa banha toda e ainda não está cansado?! O que estão dando pra tu comer hein, Majin Boo?! — Gargalhei dando um passo para trás, segurando Sköfnung com firmeza e por sua vez aparando um violento golpe do glutão rosado de cabelos brancos, criando uma onda sonora alta, forçando a nos afastar, podia ver naquelas bochechas de Quico, naquela bolota fofa de cara que me parece bastante uma certa estelionatária apreciadora de motocicletas. — Porra... isso foi do cacete!

— Tá falando sério? — C3firote hesitou, apenas para girar o corpo em uma pirueta estranhamente acrobática, me forçando a saltar de maneira desajeitada, resultando em cair sentado no teto de um ônibus de cor verde, mais uma vez, o 33 me atrapalhando.

C3firote reagiu com um movimento de braço com maior avidez, um arco que era visível que era feito com força, desci do ônibus caindo ao lado do veículo em um rolamento em um instante antes de mais um relâmpago ser disparado de seus dedos em uma lança luminosa que retorceu a lataria e explodiu a vidraça do memorável ônibus esmeralda, causando um som agudo, me forçando à cambalear para longe, tudo aquilo para apenas sentir um firme ardor direto no peito, meu corpo estava suspenso e a visão recobrar os sentidos. A carne começou a escorregar enquanto a lâmina do oponente me forçou a manter no ar, cuspi sangue que manchou o rosto do glutão, que respondeu recuando o antebraço e retirando a longa katana, rasgando os músculos dos meus braços, me forçando um grito estrangulado, caí de joelhos no asfalto, sentindo a lâmina fria de C3firote encostada em minha garganta.

Os Contos de Nova Atlântica II: A Provação dos SeteOnde histórias criam vida. Descubra agora