"Capítulo 7"

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"Como se sente?"

Ele perguntou ao passar pela porta do quarto, equilibrando a bandeja com sopa, em seus braços.

– Trouxe algo para você comer, nem que seja um pouquinho.

Em resposta, a morena esboçou um pequeno sorriso.

Cada dia que passava se sentia mais cansada e ela não era a única. Podia ver pelas olheiras gritantes sob os olhos incrivelmente escuros que seu marido tinha.

Estava recostada na cabeceira da grande e aconchegante cama. Vestindo o bom e velho robe branco de sempre, com seus óculos de leitura e os cabelos estavam presos em um coque mal  feito no alto de sua cabeça, deixando alguns fios escaparem.

Ele amava chegar em casa e encontrá-la assim. Principalmente depois de um dia tão estressante como o que tivera mais cedo. Tranquila, confortável, enrolada no edredom macio e dentro da doce e segura atmosfera que era seu lar. Sem perigo algum rondando seu caminho.

Ele se aproximou sem demora, deixando um beijo terno nos lábios da esposa.

Depois de colocar a bandeja com sopa quente sobre o colo dela, ele sentou na beirada da cama. – Desculpe não ter atendido as ligações e vindo antes. Estava no meio de uma reunião urgente com o Brandão...

– Está tudo bem... e eu imaginei que estivesse ocupado. Inclusive pedi para Rosa não te ligar, mas... – ele tinha um sorriso triste no rosto e isso apertou seu coração. – Ei, não precisa ficar com essa carinha aí... – Levando a mão até a barba dele que estava por fazer, ela acariciou aquela área o fazendo pender a cabeça, sentindo aquele contato que era tão almejado.

Deus, como ele precisava daquele carinho. Ela não fazia ideia.

– É inevitável, amor... se você atender todas as ligações que te fizerem quando eu estiver passando mal, não vai conseguir trabalhar mais. – riu baixinho. – Eu estou bem, sério! Foi apenas um mal estar. Nada que eu e você já não tenhamos lidado antes.


– Está bem, dona grávida... – suspirou, levando a mão de encontro com a barriga da mulher, sentindo levemente o bebê se mexer. Ela tinha razão, nada daquilo era novo para eles. – Só fico preocupado...


– Eu sei que sim. Mas agora me conta, como foi a reunião? Aposto que falaram sobre o caso Emiliano.

Alexandre balançou a cabeça em negação, se levantando da cama e sentindo os olhos curiosos dela praticamente o devorando pelas costas.

Alguma novidade sobre ele ou aqueles caras que escaparam?

– Você não desiste mesmo, não é? – soprou cansado. – Não estou falando sobre isso. Principalmente com você... sabe que não podemos.

Quase todos os dias ela perguntava a mesma coisa e ele tentava fugir do assunto todas as vezes.

– Termina de comer essa sopa, está bem? Vou tomar uma ducha para depois assistirmos um filme juntos.

– Eu tenho direito de saber. – disse alto quando ele cruzou o quarto indo em direção ao banheiro da suíte. – Parece que você não entende o quão importante isso é para mim. Eu comandei toda aquela operação. Quase dei a minha vida para tentar botar o cara na cadeia, Nero!

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