"Capítulo 14"

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Desculpem os erros e boa leitura

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Não era possível, parecia que o universo estava tentando castiga-lo de todas as formas possíveis e ele não fazia ideia da merda tão grande que podia ter feito para que recebesse essa enxurrada de notícias ruins. Deveria ser um homem mais temente à deus, Santos, orixás? Já tinha tanta coisa para lidar e ainda recebeu mais essa.


Seus olhos piscaram com força e teve uma imensa vontade de esfrega-los na tentativa de fazer aquela imagem e o que se podia assumir realidade, desaparecer.


Ela seria a nova delegada.

Giovanna.

Sua ex mulher.

— Ela comandava a septuagésima oitava em São Paulo. O que é ótimo, não acha? Soube que é uma das melhores.

Como se não bastasse o olhar de Giovanna que já não parecia mais tão assombrado, Ricardo ainda sorria como se tivesse ganho na loteria e isso estava o irritando profundamente.

— Temos alguns colegas lá! E se eu não me engano, o próprio delegado é um grande amigo de Brandão... Martins, Mesquita...

Queria esganar qualquer um que passasse na sua frente e estava se segurando para que o primeiro não fosse Ricardo. Estava tão perto que já podia sentir suas mãos envolvendo o pescoço dele de tanta raiva que sentia naquele momento.

— Manhães... acredito que seja o Manhães. — ela finalmente falou.

Parecia haver um nó gigantesco em sua garganta que a impedia de até mesmo engolir sua própria saliva. Seus olhos vacilaram e ousaram mirar a figura de Alexandre, que parecia completamente perturbado.

— Isso mesmo. Manhães! Brandão já nos contou muitas histórias sobre ele, eram parceiros quando mais novos mas depois acabaram se separando após o concurso para delegado.


— Sim, Manhães me contou algumas coisas sobre eles... — ela deu um sorriso amarelo. — Conheço o Brandão também, mas fazem anos que não o vejo, infelizmente não mantive contato...

Ela não tinha contato porque não queria e isso ele sabia muito bem. Assim que deram entrada no divórcio, o mais velho fez questão de ligar de primeira para ela afim de saber como estava e se precisava de algo.


— Não é uma maravilha, Alexandre?

O homem vibrou fazendo com que o investigador piscasse novamente os olhos, tentando voltar a órbita.

— O que? — perguntou ainda aéreo. — Desculpe, não ouvi o que disse.

— Estava dizendo que é um prazer tê-la aqui conosco!


— Ricardo, eu preciso ir. Tudo bem? — precisava sair dali o mais rápido possível. Se sentia sufocado só de olhar para ela que na maior parte do tempo continuava quieta, sem deixar de encara-lo um minuto sequer. — Tenho que falar com o Brandão, sabe dizer se ele virá para cá hoje?

— Acredito que não. Algo que eu possa ajudar?

Os olhos azuis de Ricardo pareciam preocupados e solícitos. "Podia tirar essa mulher daqui", foi o que pensou. Na verdade, a frase já estava na ponta de sua língua e a força que estava fazendo para não soltá-la era grande.

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